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AS LUTAS NA JORNADA

A saída de Israel do Egito e a saída do pecador resgatado do mundo

A saída de Israel do Egito e o resgate do pecador é uma imagem muito forte e muito rica. Muito do que aconteceu com Israel, como está escrito na Palavra, repete-se na vida de cada pessoa que se reconhece pecadora e necessitada de salvação e reconciliação com Deus. Satanás é extraordinariamente astuto e dissimulado, mas a eficácia das suas ações é facilmente perceptível. Com a direção e a instrução do Espírito Santo de Deus vamos acompanhar o que acontece na vida do crente assim que ele se converte e inicia a sua jornada na vida de fé e compromisso com o seu Salvador. Para tanto, basearemos nossa mensagem no Livro de Êxodo, no capítulo doze, versículo trinta e um, que diz o seguinte: Então, naquela mesma noite, Faraó chamou a Moisés e Arão e lhes disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, assim vós como os filhos de Israel; ide, servi ao Senhor, como tendes dito. Todos conhecemos este episódio do Livro de Êxodo. Ao chegar a este ponto que estamos lendo, Faraó não suporta mais as represálias decorrentes de sua própria obstinação e determina que os filhos de Israel saiam de sua terra. Ele abre os portões, de forma que o povo possa sair. Foram centenas de anos que Israel passou na escravidão, querendo escapar, sem o conseguir. Porque a cada tentativa Faraó fustigava mais e mais; assim, todo o intento de liberdade era sempre coibido com maiores lutas, com peso de escravidão mais excessiva, trabalho redobrado; e os esforços que Israel fazia para sair do Egito sempre redundavam em maiores tribulações.

 

Isto são coisas que acontecem com quem está dentro do Egito. Egito, você sabe, é tomado aqui como um símbolo do mundo. Você está no mundo. E todas as pessoas que tentam sair deste mundo de pecado, de miséria, de ausência da presença de Deus, normalmente enfrentam lutas. São comuns os testemunhos de pessoas que, quando estavam para aceitar Jesus como Salvador, suas lutas foram tão fortes, tão terríveis, que o desejo de pecar redobrou, a angústia na alma cresceu –- porque, quando Satanás vê que alguém está querendo sair do seu domínio, ele redobra também os seus esforços para as pessoas não saírem da sua escravidão. E ele as mantém, conservando o seu domínio sobre elas. Então as pessoas sofrem, padecem, terrivelmente. Surge todo o tipo de impedimento para que a pessoa não tenha uma visão cristalina do Evangelho e de Jesus Cristo. Porque, à medida em que ela é fustigada com dramas e com dificuldades na vida, mais difícil fica o seu acesso a Deus e ao conhecimento da Escritura Sagrada.

 

Foi assim com o povo de Israel. Todas as vezes que os homens tentavam se livrar da escravidão, era redobrada a luta que precisavam enfrentar; e o único resultado desse esforço, o agravamento do trabalho e da escravidão em que viviam.

 

Moisés, o varão levantado por Deus para libertação de Seu povo

Porém você sabe que Deus mandou ali Moisés, o libertador, homem que nasceu dentro da escravidão, nasceu dentro do pecado, ou seja, nasceu ali dentro do Egito. Os pais de Moisés, Joquebede e Anrão, eles eram escravos, e foi dentro do Egito, como sabemos, que Moisés nasceu. Você está lembrado que Faraó, quando percebeu a explosão demográfica de Israel, e verificou que aquele povo estrangeiro estava crescendo assustadoramente e muito depressa poderia se tornar uma ameaça à integridade do país, ele assinou um decreto determinando que fossem mortos todos os filhos dos hebreus de sexo masculino; e, para garantir o cumprimento dessa decisão, que as mulheres hebréias deveriam ser assistidas pelas parteiras do Egito. Foi justamente nesse tempo que Moisés nasceu. Diz a Bíblia Sagrada que no  momento em que ele nasceu, foi assistido por duas parteiras egípcias, como mandava a lei. Mas a Bíblia acrescenta que o bebê era tão formoso que as mulheres não tiveram coragem de matá-lo.

 

Meus irmãos, não é que não tiveram coragem de matar a criança, mas sim porque, quando Deus tem um plano na vida de uma pessoa, não há demônio que demova, não há demônio que interfira: Deus tinha um plano para a vida de Moisés, que começou justamente com esta luta, com este milagre das mulheres não terem forças para matar a criança. Deixaram simplesmente a critério de Joquebede, a mãe de Moisés, que cuidasse do assunto. Você sabe, a fiscalização devia ser grande: permitir que aquela criança continuasse ali, revelada por qualquer choro, qualquer grito infantil, era correr o risco de atrair imediatamente a fiscalização, que sempre estava por perto; e aí, pronto, não matariam somente a criança, mas toda a família seria morta, porque haveria o flagrante da desobediência de uma lei da nação. Joquebede agüentou somente três meses. Depois desse período ela preparou um cestinho de vime, calafetou por fora com betume, para não entrar água, e colocou a criança em seu interior. Mas agindo como mulher inteligente, ela não chegou simplesmente lá no Rio Nilo e jogou o cesto para que a criança descesse e desaparecesse, fosse para o fundo, ou morresse por ali. Não: ela fez um levantamento primeiro; ela verificou a que horas a filha do Faraó costumava descer para banhar-se no Nilo, e foi justamente numa dessas horas que Joquebede soltou o seu precioso cesto de vime. E a correnteza encarregou-se de levá-lo até onde estava a filha de Faraó. Além disso, por trás dos arbustos, os olhos vigilantes de uma menina iam acompanhando a descida daquela cesta: era a própria Miriã, irmã mais velha de Moisés, e ela viu quando a filha de Faraó retirou o cesto de dentro da água, cheia de grande curiosidade; e, quando o abriu, a princesa exclamou, num misto de surpresa e emoção: “Moisés!” –- ou seja, tirado das águas, que é o que significa este nome. Miriã aproximou-se e ouviu a princesa conversando, “… porque deve ser filho de uma das hebréias!” Tendo-se aproximado mais, Miriã perguntou: “Sua alteza quer que eu chame uma das hebréias para cuidar dessa criança?” A filha de Faraó deve ter considerado uma excelente idéia, e Miriã correu e foi buscar –- quem foi que ela trouxe? Ora, a própria mãe de Moisés. E agora, sob a proteção governamental e paga pelos cofres públicos, ali estava Joquebede para cuidar de seu próprio filho!

 

Irmãos queridos, quando Deus tem um plano na vida de uma pessoa, não há quem demova. Operando Deus, quem impedirá? [ [1] ] E foi este o libertador que Deus levantou, mais tarde, em seu devido tempo. Embora Moisés fosse criado na corte, em todos os costumes e ciência do Egito, sempre se reconheceu pertencente ao povo hebreu; então, aos quarenta anos, lá está o homem tentando libertar o povo, mas não o pôde fazer. Somente depois de descobrir que não era nada, aos oitenta anos, ali estava aquele libertador de Israel se colocando inteiramente nas mãos do Senhor. E os milagres que aconteceram, as pragas que vieram sobre o Egito, tudo aquilo foi preparando o coração de Faraó, enquanto ia atingindo profundamente o Egito –- até chegar àquele ponto em que os próprios generais de Faraó disseram, “não sabes que o Egito está arruinado? Deixa esse povo ir embora! [ [2] ]”

 

Mas o que amoleceu o coração de Faraó não foi a subseqüente morte dos primogênitos, e sim, a imolação do cordeiro pascal. Porque, diz a Bíblia, sem derramamento de sangue não há remissão [ [3] ]. E aquele cordeiro, você sabe, simboliza a pessoa bendita de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Finalmente os portões do Egito se abrem, conforme a decisão de Faraó, em Êxodo, capítulo doze, versículo trinta e um: Então, naquela mesma noite, Faraó chamou a Moisés e Arão e lhe disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; ide, servi ao Senhor, como tendes dito. Finalmente, portanto, os portões se abrem e aquela grande multidão, agora eufórica, glorificando a Deus, exaltando ao Senhor pela liberdade, que tinham alcançado a partir daquele momento, depois de tantos anos de escravidão, debaixo do peso do pecado, debaixo do peso das mãos dos capatazes do Egito, os fustigadores do povo; depois de tanto tempo de opressão sem liberdade espiritual, sem liberdade religiosa, sem liberdade política e social –- agora não há mais feitores, cadeias e grades, e este povo agora se encontra em plena liberdade, liberdade de vida. E puderam, olhando para trás, quando os portões foram se cerrando após si, ver que para lá ficava a escravidão; e, à frente, estava a liberdade, estava uma nova caminhada, estava uma nova jornada! Para trás ficava o peso das cargas do Egito, e para frente estava aquilo que seria feito agora com liberdade de vida; para trás ficavam muitas recordações tristes e dolorosas, de uma luta inglória, de um sofrimento sem qualquer proveito, de um trabalho que não tinha retorno, e eis que agora caminhavam para a plena liberdade de uma nova vida!

 

A escravidão do pecado

Sim, meu querido irmão, como temos aplicado ao longo desta mensagem, o Egito é um símbolo do mundo em que nós vivemos. Moisés nasceu dentro da escravidão, assim como você também, quando surgiu neste mundo. Quem nasce aqui já nasce num mundo de pecado, no mundo da escravidão, fazendo praticamente aquilo que o Faraó deste mundo manda cada um de seus súditos fazer: o peso do pecado pesa sobre o ombro do homem que vive neste mundo, que vive dentro deste Egito. Você já imaginou o que significa uma pessoa ganhar um dinheiro tão suado e gastá-lo num bordel, ou numa mesa de bar, acabando-se por inteiro nas companhias iníquas e na bebida? Você já imaginou o que é o homem trabalhar de sol a sol, para conseguir alguns tostões, para depois então comprar drogas, e injetar aquilo em seu próprio corpo? Você pode imaginar o que significa o pai tirar do pão do filho para comprar o cigarro que o vicia, que o mantém escravo do vício, da droga, da maconha, e de outras coisas mais? Você pode imaginar o que é o marido ter sua esposa em casa, mas ser subjugado pelo peso de uma prostituição, e deixar o seu lar para se prostituir lá fora? Ele quer sair disso, mas não pode; é um escravo, é um sofredor, é alguém que está ali para fazer não o que ele quer, mas fazer aquilo que outros determinam.

 

Acabamos de passar recentemente pela principal festa popular que ocorre a cada ano no Brasil, que é o carnaval. Pessoas trabalham o ano todo, juntam as suas economias, economizando com rigor para poder montar aqueles imensos e elaborados carros alegóricos e para comprar sua indumentária, ou fantasia, que custam fortunas; e, depois de três dias e três noites passados quase sem dormir e sem comer direito, quando termina, para que adiantou tudo aquilo? Que proveito restou? Ah!, é, tirou o primeiro lugar! Para quem? Você vai comer com isso aí? Este quadro é simplesmente a escravidão do pecado, é o retrato vivo do mundo em que nós vivemos, do mundo em que nos encontramos. Mas quero dizer-lhe que Jesus Cristo é o libertador que veio para arrancar o povo da escravidão do pecado. Ele veio para abrir as portas do mundo e do Egito para que cada pessoa seja colocada em liberdade! Pois, diz a Bíblia, para a liberdade foi que Cristo nos libertou [ [4] ], foi para a liberdade que Ele nos chamou, que nos tirou dali, daquela situação! Agora, você aceitou Jesus? Parabéns. Parabéns, você agora tem força!

 

Recordo-me perfeitamente do dia em que aceitei Jesus como meu Salvador. Eu estava com uma carteira de cigarros no bolso. Gastava o meu dinheiro com aquilo que não é pão [ [5] ], e naquela noite em que dobrei meus joelhos e aceitei Jesus como meu Salvador, saí para o jardim da igreja, ali tirei aquela carteira de cigarros e joguei-a no lixo. Aquilo de que eu não tivera força para me livrar sozinho, de repente eu estava livre, eu era dono da minha vida, era dono da minha vida! Quantos beberrões inveterados, quando acabam de aceitar Jesus, têm força para deixar a bebida, quantos ganham força para deixar toda a sorte de vício, quantos recebem força para deixar o pecado, por que? Porque esta liberdade é acompanhada de uma companhia preciosa, a companhia do Espírito Santo, que nos dá força caminhar, agora em liberdade de vida!

 

A meta de Israel  libertado e a meta do crente

Voltemos à cena do êxodo. Quero dizer-lhe que o povo de Israel tinha uma meta ao ser libertado lá do Egito: eles teriam de chegar à Terra Prometida, em Canaã. Saem pois do Egito e estão caminhando em direção a Canaã. É ali que está o porto final deles. Na Terra Prometida, terra de que mana leite e mel [ [6] ]: é ali que eles estariam estabelecendo a sua pátria, o seu país. É para a Terra de Canaã que estavam convergindo todas as promessas de um povo que havia sido tirado do Egito e poderia ali crescer, multiplicar-se, alcançar sua liberdade religiosa, de culto, de organização social e familiar, liberdade econômica, política –- enfim, estabelecer a liberdade que bem entendessem. Era ali, o destino era Canaã. O destino era a Terra Prometida, a terra de onde mana leite e mel.

 

Mas eu quero dizer que assim como o povo de Israel tinha como meta chegar à Terra Prometida, nós também temos a promessa de chegar à Canaã Celestial. O nosso destino é o céu, a glória eterna; o nosso destino é estar justamente nesse lugar, de onde manam leite e mel celestiais, onde Jesus se encontra! O nosso porto de destino é aí! Porém eu quero dizer-lhe que entre o Egito e a terra prometida há um espaço, há uma caminhada. Uma longa jornada, na qual nem tudo são flores, preste atenção: eu quero ser muito realista com você nesta hora. Não pense que ao aceitar Jesus como seu Salvador e haver sido libertado da escravidão deste Egito, que tudo agora vai ser sombra e água fresca! Há lugares em que você vai encontrar sombras reconfortantes, sim, Elim é um lugar de refrigério [ [7] ]! É lugar de água refrescante! Mas você vai chegar em Mara [ [8] ], terreno de águas amargosas! Você vai ter muitos problemas nesta caminhada. Não pense que ser crente é agora viver somente cantando, na igreja, não; existe um dia a dia, a vida continua, a luta prossegue, e muitas coisas vão acontecer para tentar atrapalhar a sua caminhada. Há empecilhos nessa caminhada, há problemas nessa jornada: entre a vida presente e a vida futura há um espaço, que é o período que temos aqui da nossa caminhada, no nosso dia a dia, na face da terra! É justamente nesta caminhada que encontraremos muitas dificuldades. E quero que você reflita um pouco comigo, agora, sobre algumas dessas dificuldades, utilizando a instrução da Bíblia.

 

O primeiro obstáculo  –  Amalequitas

A primeira encontra-se no Livro de Êxodo, no capítulo dezessete, versículo oito, que diz o seguinte: Então veio Amaleque, e pelejou contra israel em refindim. Foi esta uma das primeiras lutas que Israel teve que travar, na sua caminhada. Não apenas a luta de faltar água aqui, de não ter comida ali, “etcétera e tal”, mas aqui aparece este primeiro adversário, Amaleque. Você sabe quem é Amaleque? Amaleque é parente carnal do povo de Israel. Os amalequitas tinham ascendentes comuns com os hebreus, e eu quero dizer-lhe que o maior impedimento que temos na nossa caminhada é justamente o Amaleque da nossa própria natureza, da nossa própria carne. Um dos maiores adversários que você tem na sua caminhada é você mesmo! Quantas vezes o cristão vê-se à beira de desistir na caminhada, ou tenta progredir na vida espiritual mas não consegue, porque a sua vida carnal fala mais alto! O Apóstolo São Paulo, escrevendo aos gálatas, declara que a nossa luta, veja bem, a nossa luta é uma luta contra a carne, porque a carne luta contra o espírito, e o espírito contra a carne [ [9] ] –- justamente o que aconteceu com o povo de Israel: quantas vezes, enquanto estavam no deserto, lembraram-se da cebola, do peixe, da carne que ficara no Egito [ [10] ]; e quantas e quantas vezes, na sua caminhada na vida espiritual, você não se lembra da sua própria vida pecaminosa anterior, noites de bacanal, ambientes de prostituição, ambientes de diversões mundanas que você amava, quantas e quantas vezes você se recorda daquilo tudo e vem então aquela terrível vontade de voltar. E na verdade, infelizmente, muitos voltam, porque esta é uma luta que cada um de nós tem de travar pessoalmente contra Amaleque, que é a nossa própria natureza carnal!

 

Voltando ao cenário bíblico, diz o versículo nove: Com isso ordenou Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Amaleque; amanhã estarei eu no cume do outeiro, e o bordão de Deus estará na minha mão. Para você entender melhor o que eu estou dizendo sobre esta questão de Amaleque, vamos ler em Deuteronômio, capítulo vinte e cinco, versículo dezessete, o que é que diz, veja bem: Lembra-te do que te fez Amaleque no caminho, quando saías do Egito; como te veio ao encontro, no caminho, e te atacou na retaguarda todos os desfalecidos que iam após ti, quando estavas abatido e afadigado; e não temeu a Deus! Amaleque era tão covarde que vinha atacando o povo pela retaguarda. Ora, na frente vai o exército, na frente vão as pessoas fortes, na frente vão aquelas que podem caminhar facilmente; mas quem é que vem lá atrás? É o fraco, é a pessoa que está triste, é o que está doente; pois Amaleque vinha pela retaguarda, que é justamente onde ele gosta de atacar. Aquele crente mais fraco, aquele crente que não esquece o mundo, aquele crente que não esquece a vida de pecado –- justamente aqui Amaleque ataca, e vai atacando. Mas no Primeiro Livro de Samuel, capítulo quinze, versículo três, encontramos quando Deus deu instruções ao Rei Saul, dizendo que era para ele, Saul, riscar a memória de Amaleque para sempre [ [11] ]. E esta foi uma coisa que o Rei Saul não fez: ele preservou o rei dos amalequitas e preservou também despojos dos amalequitas. Essa desobediência somou-se a outras que terminaram por dar um trágico destino ao primeiro rei de Israel. E desde Moisés diz a Bíblia Sagrada que haverá guerra contra Amaleque para sempre [ [12] ]; isto, transposto para o plano pessoal, quer dizer que a luta do homem contra a sua natureza carnal é uma luta que não tem fim, nem trégua: ou o homem vence a sua natureza carnal, ou é derrotado por ela. Mas nós não nascemos para ser derrotados, nós fomos levantados para ser mais do que vencedores, e é justamente isso que nós precisamos entender! Então haverá luta contra Amaleque para sempre!

 

Mas o caminho da vitória está aqui: foi quando Moisés chamou Arão e Hur, e os dois se colocaram ali na trincheira, orando e intercedendo, e segurando o cajado com ele. Só existe um meio de você alcançar esta vitória, irmão: não é sozinho. É você procurando companheiro de oração, pessoas que o possam sustentar na jornada. Se você ficar se metendo em companhias que não o ajudam em nada, mas só o atrapalham, você vai perder a batalha, não vai completar a caminhada e não conquistará a vitória;  mas se você procura as pessoas certas, como Moisés fez no trecho lido, quando chamou Hur e Arão, para estar com ele em cima do monte, aí sim, a vitória se aproxima! Pois quando Moisés começava a cansar com o seu cajado, e o deixava descer, no desenrolar da peleja, os dois o sustentavam, um numa ponta e outro noutra; enquanto isso Josué, no campo de batalha, ia alcançando a vitória! A forma de que dispomos para vencer  a carne é procurar pessoas que tenham o mesmo pensamento que nós, pessoas companheiras de oração, pessoas que gostem de falar das coisas celestiais –- esta é a maneira que você tem para vencer Amaleque. De outra forma, você vai ser derrotado, e sem qualquer  piedade, porque Satanás é impiedoso; mas à medida em que você busca pessoas que o ajudem, você vai ser vitorioso nesta caminhada!

 

O segundo obstáculo  –  Edomitas

Passemos agora ao segundo impedimento nesta caminhada, citado na Bíblia. No Livro de Números, capítulo vinte, versículo catorze, encontramos aqui um episódio muito interessante. Do versículo catorze em diante, diz: Enviou Moisés de Cades mensageiros ao rei de Edom, a dizer-lhe: Assim diz teu irmão Israel: bem sabes todo o trabalho que nos tem sobrevindo: como nossos pais desceram ao Egito, e nós no Egito habitamos muito tempo, e como os egípcios nos maltrataram a nós, e a nossos pais; e clamamos ao Senhor, e ele ouviu a nossa voz, e mandou o Anjo, e nos tirou do Egito: e eis que estamos em Cades, cidade nos confins do teu país. Deixa-nos passar pela tua terra; não o faremos pelo campo, nem pelas vinhas, nem beberemos a água dos poços: iremos pela estrada real; não nos desviaremos para a direita nem para a esquerda, até que passemos pelo teu país. Porém Edom lhe disse: Não passarás por mim, para que não saia eu de espada ao teu encontro. Então os filhos de Israel disseram: Subiremos pelo caminho trilhado, e se eu e o meu gado bebermos das tuas águas, pagarei o preço delas: outra coisa não desejo senão passar a pé. Porém ele disse: Não passarás. E saiu-lhe Edom ao encontro com muita gente, e com mão forte. Assim recusou Edom a deixar passar Israel pelo seu país, pelo que Israel se desviou dele. Você sabe quem é Edom, na Bíblia? Edom é irmão do povo de Israel. Edom na realidade pertence à mesma família do povo israelita; e neste momento da trajetória, em que eles vão caminhando para a Terra Prometida, o caminho mais curto era passar por dentro do território de Edom. Mas o que foi que aconteceu nesta hora? Edom simplesmente disse: “Você não vai passar pelo meu terreno! Eu não quero que você passe!” Mas Moisés argumentou: “você viu o nosso sofrimento, você sabe da luta que travamos no Egito, e agora Deus nos libertou! E queremos passar por aqui; eu, eu vou pagar: se eu beber água, eu pago; se comer alguma coisa, eu vou pagar; eu não deixarei você prejudicado, absolutamente, não!” Mas diz a Bíblia que Edom não deixou passar. Pelo que Israel se desviou lá pelo sul do território, fez uma viagem bem mais longa, mas se desviou para não entrar em confrontação. O que é que quer dizer isto, irmãos?

 

Você sabe que em muitos lugares o maior problema que o crente encontra nesta caminhada espiritual são os seus próprios irmãos. O que temos de falsos irmãos no meio da nossa caminhada, quando você quer passar, quando você quer crescer, quando você quer progredir –- e não consegue! Porque eles se interpõem no caminho e não deixam, querem impedir o seu progresso espiritual, não permitem a sua passagem, e começam a levantar calúnia, começam a falar mal de você, começam a dizer isso, aquilo, aquilo outro, até que a pessoa se entristece e, conclusão, vai ter um grande problema na caminhada. Mas o que eu quero lhe dizer neste momento é: aceite a receita de Moisés. Aceite. Não se confronte com outro irmão. Não vá procurar saber “por que você disse isso, por que você falou isso, por que você se levantou contra mim?” Não, Moisés não confrontou naquele momento o povo de Edom, não! O que foi que ele fez? Desviou-se dele, foi lá pelo sul do país, fez uma viagem mais longa, mas não se confrontou! Contra irmãos não se confronta! Contra irmãos não se luta! Quando você vê um desses irmãos que tentam se interpor na sua caminhada, fuja dele. Desvie-se, vá em outra direção, longe dele, desapareça do seu caminho. Faça uma rota mais longa, mas não se confronte! E prossiga sua caminhada mais adiante, porque Deus está presente em nossa vida, glorificado seja o nome do Senhor para sempre! Fique atento na continuação desta mensagem, porque Deus está falando conosco!

 

O terceiro obstáculo  –  forças malígnas

Amado leitor, você está observando que na caminhada do cristão há muitos impedimentos. Na carreira cristã que temos de cumprir nem tudo é “sombra e água fresca”. Como verificamos aqui, o primeiro adversário, exemplificado por Amaleque, é a nossa própria natureza carnal. O segundo, personificado por Edom, são os nossos irmãos. E o terceiro, que são as forças malignas, retratadas por Seom e seu povo, está aqui em Números, capítulo vinte e um, versículo vinte e um, que diz o seguinte: Então Israel mandou mensageiros a Seom, rei dos amorreus, dizendo: Deixa-me passar pela tua terra; não nos desviaremos pelos campos nem pelas vinhas; as águas dos poços não beberemos; iremos pela estrada real até que passemos o teu país. Porém Seom não deixou passar a Israel pelo seu país; antes reuniu todo o seu povo, e saiu ao encontro de Israel ao deserto, e veio a Jaza, e pelejou contra Israel. Mas Israel o feriu ao fio da espada, e tomou posse da sua terra, desde Arnom até Jaboque, até aos filhos de Amom, cuja fronteira era fortificada. Assim Israel tomou todas estas cidades dos amorreus, e habitou em todas elas, em Hesbom e em todas as suas aldeias.

 

Há uma dúvida com respeito à origem de Seom. Muitos entendem que Seom seja proveniente daquela miscigenação descrita em Gênesis, no capítulo seis, envolvendo os filhos de Enaque; dessa mistura que houve ali teria resultado Seom, aliança de humanos com forças malignas. E assim Seom é assemelhado aos seres espirituais que o crente tem de enfrentar na sua caminhada. E não é que vivemos num mundo infestado realmente de demônios, que tentam impedir, atrapalhar, colocar empecilhos à caminhada dos crentes? Principalmente nos dias que nós estamos vivendo, quando o Apóstolo São Paulo declara que nos últimos tempos estas coisas se levantariam de uma forma terrível, terrível –- o mundo está sendo tomado por forças diabólicas e os homens não sabem, não percebem que estas ondas de crime e de violência têm, por trás de tudo, as potestades malignas! E muitas vezes esses demônios querem entrar na nossa casa, entrar na nossa igreja; querem impedir a nossa vida e, assim, tomam posse de uma pessoa que se levanta contra você.

 

Então, novamente, quero que você pegue aqui a receita de Moisés. Veja bem: contra Amaleque, ele enfrentou e matou; contra Edom, ele simplesmente se desviou; mas contra as forças malignas aqui de Números, capítulo vinte e um, versículo vinte e um e seguintes, Moisés não fugiu deles, não! Absolutamente não: ele enfrentou Seom! Ou seja, você não vai sair correndo de forças espirituais; você não vai sair com medo de forças malignas, que usam uma pessoa para vir contra você, absolutamente não! Porque, diz a Bíblia, maior é aquele que está em nós do que aquele que está lá fora [ [13] ]: em você está o poder de Deus, e lá fora estão as forças malignas; e o crente não é para andar correndo com medo, de forças malignas, não! Deus está presente em nossa vida e nos garante a vitória! Em Mateus, no capítulo doze, versículo vinte e oito, Jesus disse: se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós. Se você pertence ao Reino de Deus, você tem o poder do Espírito Santo para uma vida vitoriosa, contra as potestades malignas! Portanto, este é mais um adversário que você tem de enfrentar na caminhada. Agora, nem sempre ele aparece na sua vida através de uma pessoa, não! Ele coloca um abatimento na sua vida, ele tenta desestimulá-lo na caminhada, ele vem colocar empecilhos e tropeços; mas você precisa ter o discernimento de Cristo, o discernimento espiritual, justamente para compreender quando as forças malignas estão querendo atacar, e ir em frente! A vitória é nossa pelo poder do nome de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!

 

O quarto obstáculo  –  a sedução das riquezas

Muito bem, vamos aqui a mais um impedimento na caminhada. Este encontra-se no Livro de Números, capítulo trinta e dois, a partir do primeiro versículo:  Os filhos de Rúben e os filhos de Gade tinham gado em mui excessiva quantidade. E viram a terra de Jazer, e a terra de Gileade, e eis que o lugar era lugar de gado. Vieram pois os filhos de Gade e os filhos de Rúben e falaram a Moisés e ao sacerdote Eleazar, e aos príncipes da congregação, dizendo: Atarote, Dibom, Jazer, Ninra, Hesbom, Eleale, Sebã, Nebo e Beom, a terra que o Senhor feriu diante da congregação de Israel é terra de gado; e os teus servos têm gado. Disseram mais: Se achamos mercê aos teus olhos, dê-se esta terra em possessão aos teus servos; e não nos faças passar o Jordão. Porém Moisés disse aos filhos de Gade e aos filhos de Rúben: Irão vossos irmãos à guerra, e ficareis vós aqui? Por que, pois, desanimais o coração dos filhos de Israel, para que não passem à terra que o Senhor lhes deu? Assim fizeram vossos pais, quando os enviei de Cades-Barnéia, a ver esta terra; chegando eles até o vale de Escol, e vendo a terra, desencorajaram o coração dos filhos de Israel, para que não viessem à terra que o Senhor lhes havia dado. Então a ira do Senhor se acendeu naquele mesmo dia, e jurou, dizendo: certamente os varões que subiram do Egito, de vinte anos para cima, não verão a terra que prometi com juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó, porquanto não perseveraram em seguir-me. Observe então, qual é o quarto impedimento registrado na Bíblia para a caminhada do crente. Apenas pela leitura do texto, você pode deduzir qual é?

 

Aqui está: os homens eram ricos fazendeiros, tinham muito gado. Jesus Cristo previu que há de ser muito difícil o rico, que é avarento, entrar no Reino dos Céus [ [14] ]. Os homens estão indo aqui em direção à Terra Prometida, Terra de Canaã, em busca de uma herança dada pelo Senhor, e teriam de atravessar o Rio Jordão porque a Palestina estava do outro lado. Eles, quando contemplaram aquela campina do lado oriental do rio, e aqueles pastos, os campos, encheram os olhos. Ó lugar fabuloso para criar gado! Para estabelecermos aqui a nossa fazenda, e ampliar nossas riquezas…! Eles reuniram-se, houve um conselho nessa hora, e pediram: “Não nos mandes passar para o outro lado do Jordão!” Meus irmãos queridos, as riquezas têm sido uma fonte de impedimento para muitas pessoas se apossarem da grandeza espiritual que Deus tem para nossa vida. Jesus disse que onde está o seu tesouro, aí está o seu coração [ [15] ]. Há um estímulo à riqueza nos nossos dias. Muitos crentes estão sendo estimulados a colocar os olhos na riqueza, na grandeza, nas coisas que são desta vida, e estão se esquecendo que o verdadeiro manancial, que a verdadeira riqueza, a verdadeira herança, está do outro lado do Jordão. E esses homens estão aqui dizendo, “não nos mandes atravessar o Jordão, queremos ficar deste lado, nós desejamos ficar é deste lado! Nós não queremos atravessar o rio para o outro lado! Não, nós não queremos chegar do outro lado, nós queremos ficar é aqui mesmo!” É isto que muitas pessoas teimam. Estão criando fazendas, montando o seu império, colocando o seu dinheiro no banco como se fossem passar a eternidade neste mundo! E estão se esquecendo da vida espiritual!

 

Há pessoas que são “podres de ricas” e não abrem a mão de um centavo sequer para ajudar um programa de igreja, um trabalho evangélico de televisão ou de rádio, ou de ação social cristã, por que? Porque eles preferem ficar deste lado de cá! Exatamente como disseram lá na Bíblia, se achamos mercê aos teus olhos, dê-se esta terra em possessão aos teus servos, e não nos faças passar o Jordão! “Não nos faças passar o Jordão! Nós queremos a nossa herança deste lado! Nós queremos tudo neste mundo, nós queremos tudo é aqui nesta terra, nós queremos ampliar neste local a nossa riqueza!” –- Mas daqui há pouco a morte bate à sua porta, e você não vai levar um parafuso sequer consigo para o outro lado! O máximo que a riqueza vai poder fazer por você, sabe o que é? É dar-lhe um bonito mausoléu no cemitério, um charmoso caixão de primeira categoria; mas dali para frente a riqueza não vai poder fazer nada por você, absolutamente nada. Não coloque o seu coração nessa ilusão! A autêntica e verdadeira riqueza está do outro lado. Jesus disse que onde está o seu tesouro, aí estará o seu coração. Onde está o seu tesouro? Se o seu tesouro está aqui na terra, é aqui que está o seu coração. Se o seu tesouro está na grandeza e na riqueza deste mundo, é aqui que está o seu coração.

 

Minha petição a Deus nesta oportunidade é que você entenda que este mundo passa, e toda a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade do Senhor, este permanece para sempre, este vai viver para sempre! [ [16] ] Deus nos chamou, nos libertou do Egito, é para fazer a Sua vontade, caminhando em direção à Terra Prometida, e não para ficar entalado no meio do caminho, criando riqueza e grandeza, não! Utilize aquilo que Deus lhe tem dado, utilize a sua riqueza para a glória do nome do Senhor! Não estamos dizendo que riqueza é pecado, não; riqueza não é pecado, mas o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males [ [17] ]. É justamente a ganância da riqueza, isto é que vai deixar muita gente para trás! Isso não permite ver a glória de Deus, não permite ver o outro lado do Jordão, não permite ver a Terra Prometida, terra de onde mana leite e mel, não! Os olhos estão de tal forma postos nas riquezas que, infelizmente, chegar do outro lado é coisa difícil.

 

Por isso meus queridos irmãos e amigos, nós queremos deixar com vocês esta palavra, e que vocês possam entender que os impedimentos que encontramos na caminhada são grandes, mas não são intransponíveis. Porque a vitória é nossa, pelo poder do nome de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. olhando para jesus, que é o autor e consumador da fé [ [18] ], aí está a nossa vitória! Glória ao nome do Senhor!

 

[ [1] ] Agindo eu, quem o impedirá? Isaías 43:13 (ara).

[ [2] ] Êxodo 10:7.

[ [3] ] Hebreus 9:22

[ [4] ] Gálatas 5:1a.

[ [5] ] Isaías 55:2a.

[ [6] ] Êxodo 3:8 e várias outras passagens.

[ [7] ] Êxodo 15:27

[ [8] ] Êxodo 15:23, Números 33:8. Os filhos de Israel passaram uma vez, e depois voltaram.

[ [9] ] Gálatas 5:17

[ [10] ] Números 11:5 e outros.

[ [11] ] Vai pois agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente a tudo o que tiver; nada lhe poupes, porém matarás homem e mulher, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos (I Sm 15:3).

[ [12] ] Porquanto o Senhor jurou, haverá guerra do Senhor contra Amaleque de geração em geração (Ex 17:16).

[ [13] ] I João 4:4, lembrando II Crônicas 32:8.

[ [14] ] Marcos 10:23.

[ [15] ] Lucas 12:34

[ [16] ] I João 2:17

[ [17] ] I Timóteo 6:10

[ [18] ] Hebreus 12:2