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O PECADO DA INDIFERENÇA

Deus, no dilúvio, não alertou somente Noé

O tema de nossa mensagem hoje é A Indiferença para com Deus. E convidamos você para que abra a sua Bíblia neste momento no Evangelho que escreveu São Mateus, no capítulo vinte e quatro, versículos trinta e sete em diante. Assim diz a Palavra do Senhor: Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do homem. Porquanto assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam, davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem. Esse trecho bíblico reporta-nos ao quadro da época em que houve o primeiro julgamento da história da humanidade, quando Deus entrou em juízo com este mundo. Foi justamente na ocasião do Dilúvio. O segundo julgamento, como você sabe, foi na destruição de Sodoma; e o terceiro está por vir, será o período da Grande Tribulação. Porém quando lemos este trecho da Escritura Sagrada, uma coisa chama nossa atenção. Deus não está recriminando o povo por causa dos seus pecados, idolatria, crimes, desvios sexuais, ações aberrantes ou pecados de outras formas etc.. O que nós verificamos nesta passagem de Mateus é a indiferença que as pessoas nutriam para com Deus. Aproxima-se a volta de Jesus, ocasião em que entrará em julgamento com este mundo. Como diz a Bíblia, “pois assim como foi nos dias de Noé, também será na vinda do Filho do homem”. E o Senhor, nessa passagem, compara justamente a época de Noé aos nossos dias, a época em que viveram os antediluvianos e a época em que vive hoje o habitante do século vinte e um. A Bíblia Sagrada declara que Noé, divinamente revelado, preparou a arca no qual ele e a sua família escaparam no dilúvio. E nós perguntamos muitas vezes, será que Deus se revelou exclusivamente para Noé? Será que Deus mostrou o dilúvio somente para Noé? E o restante do povo não recebeu qualquer iluminação, qualquer comunicação nesse sentido, apenas Noé e a sua família? Se assim fosse, nós diríamos que Deus teria sido injusto. Porque quando lemos o capítulo seis do Livro de Gênesis, ali diz a Bíblia Sagrada: o meu Espírito não agirá para sempre no homem, porque este é carnal. Então você, através desta expressão bíblica, pode perfeitamente compreender que o Espírito de Deus não agia somente na vida de Noé, mas atuava e trabalhava na vida de todos os antediluvianos. Todos estes homens do passado que viveram antes do Dilúvio foram com certeza revelados por Deus do que iria acontecer. Porque nos diz a Bíblia Sagrada que é o Espírito Santo que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo [ [1] ]. É o Espírito de Deus; e este mesmo Espírito que trabalha hoje, trabalhou na vida de Noé. E trabalhou também na vida do povo que viveu aqui na terra, na sua época.

 

Mas só Noé não foi indiferente

Não obstante o Espírito Santo tenha trabalhado na vida dos antediluvianos, foi na verdade somente Noé que abriu o coração e permitiu que Deus operasse através da sua vida. E aquele homem iluminado e orientado por Deus, dando ouvido à Palavra do Senhor e obedecendo à Sua orientação, aparelhou a arca, na qual ele, sua família e os animais daquela época se salvaram. Seguindo as ordens de Deus ele construiu a arca, e a Bíblia Sagrada contém este relato de Noé trabalhando, construindo uma arca gigante, um verdadeiro navio, num lugar onde nunca a água tinha chegado; nem de longe se pensava que algum dia aquela região e muito menos o mundo fosse se transformar num único oceano, envolvendo o globo da terra. Pois bem, você pode imaginar quanto tempo Noé trabalhou na construção daquela arca? Você pode imaginar quantos anos ele trabalhou, junto com a sua família, na construção daquela arca? Pense um pouco: as pessoas passando por perto, parentes, observadores, pessoas que estavam ali simplesmente observando a sua atividade, o que ele estava fazendo, além de outros que passavam e zombavam. Era um jovem que passava brincando, tirando galhofadas, era aquele velho que naturalmente passava por perto de Noé e dizia, “Noé depois de velho ficou caduco, construindo uma arca aqui, em pleno deserto? E não há como transportar isso aí até o mar!” A contemplação dessa atividade inusitada era uma pregação diária que os habitantes daquele tempo recebiam diretamente da vida de Noé, do seu procedimento, das suas atitudes, e dos seus próprios filhos, trabalhando na construção daquela arca. Mas o segredo de tudo isso consiste em saber que Noé dera ouvido à Palavra de Deus. Mas enquanto Noé trabalhava e ouvia as críticas, compare com o que diz o versículo trinta e oito: Porquanto, assim como nos dias anteriores ao Dilúvio, comiam, bebiam, casavam, davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca e não perceberam. Eles não perceberam.

 

As pessoas não rejeitam a soberania de Deus, mas são-Lhe totalmente indiferentes

O indiferentismo para com Deus é a razão porque muitas pessoas estão levando a sua vida de qualquer maneira, de qualquer forma; as pessoas estão simplesmente permitindo que as coisas se desenvolvam da maneira que elas desejam ou, na melhor das hipóteses, do modo que elas acham que é o certo. As pessoas estão preocupadas com seus “comes e bebes”, com seus atrativos, com seu vestuário, com suas casas, com suas fortunas e com o seu futuro. Isto patenteia um enorme indiferentismo para com as coisas de Deus. Ninguém quer saber de Deus, e eis que Deus está falando. Deus está mostrando que a volta de Cristo é algo iminente, que vai acontecer em breve e de repente. É profecia dos tempos antigos, foi confirmado pelo próprio Senhor Jesus e pelos Seus apóstolos. A Bíblia Sagrada inteira fala sobre este assunto, mas o indiferença da humanidade não permite que se ouça a voz de Deus, como Noé ouviu nos seus dias. Pois este mesmo sermão que você está ouvindo, os antediluvianos o ouviram dos lábios de Noé. O indiferentismo que nós verificamos em nossos dias é o mesmo que houve naqueles dias. As pessoas não querem ter compromissos com Deus. Quando as pessoas vêem o que significa ser crente, andar de acordo com a Bíblia, acham isso cafonice. Esse negócio de seguir a orientação da Palavra é coisa ultrapassada. É aquilo que está no Salmo dois –– as pessoas dizem: rompamos os seus laços de sobre nós, quebremos as suas algemas! Andar de acordo com o padrão estabelecido por Deus, isto é algema para o mundo ímpio –– mas enquanto ela não se fecha, a oportunidade continua. Mas não continua para você levar a sua vida em plena indiferença, extravasando sua existência, gastando sua juventude nos prazeres efêmeros desta vida, que vão lhe propiciar uma saúde abalada num futuro bem próximo! Pessoas que vivem à custa de tranqüilizantes, porque malbarataram todo o tempo da sua juventude e da sua mocidade.

 

A indiferença não foi um fenômeno exclusivo dos tempos de Noé

Porém eu quero mostrar para você que não foram apenas os antediluvianos que se tornaram indiferentes para com Deus. O indiferentismo não é algo somente daquela época. Ele comparece ao longo da trajetória da humanidade, no decorrer dos séculos. Quero que você abra a sua Bíblia neste momento e acompanhe comigo a leitura, para que você possa observar alguns casos que aconteceram posteriormente. No Livro de Primeiro Samuel, capítulo dois, versículo doze, está declarado o seguinte: Eram, porém, os filhos de Eli, filhos de Belial, e não se importavam com o Senhor; pois o costume daqueles sacerdotes com o povo era que, oferecendo alguém sacrifício, vinha o moço do sacerdote, estando-se cozendo a carne, com um garfo de três dentes na mão, e metia-o na caldeira, ou na panela, ou no tacho, ou na marmita, e tudo quanto o garfo tirava o sacerdote tomava para si; assim se fazia a todo Israel que ia ali, a Silo. Também antes de se queimar a gordura, vinha o moço do sacerdote e dizia ao homem que sacrificava: Dá essa carne para assarmos ao sacerdote, porque não aceitará de ti carne cozida, senão crua. Se o ofertante lhe respondia: Queime-se primeiro a gordura e depois tomarás quanto quiseres, então ele dizia: Não, porém hás de ma dar agora1203, se não, toma-la-ei à força. Era pois muito grande o pecado destes moços perante o Senhor, porquanto eles desprezavam a oferta do Senhor. Meus prezados amigos, queridos discípulos da Palavra de Deus, conforme observamos aqui, não eram apenas os antediluvianos que desprezavam as coisas sagradas, que eram indiferentes às coisas de Deus. Esta passagem de Samuel refere-se a muito tempo depois; a humanidade já se refizera e caminhava, palmilhando nesta terra; o que lemos sobre Eli e sua família ocorreu uns três séculos depois que as leis e o sacerdócio foram estabelecidos em Israel; depois, portanto, que os rituais do sacrifício foram instituídos pelo próprio Deus. Não se trata de uma invencionice de Moisés, mas foi o próprio Deus que orientou como se deveriam oferecer os sacrifícios ao Criador. Deus estabelecera todos os detalhes, fornecera todo o aparato. Mas chegamos numa época em que existia um sacerdote chamado Eli. Eli era naturalmente um homem temente a Deus; mas infelizmente seus filhos, que seriam seus sucessores, todos pertencentes à tribo de Levi, estavam naturalmente se preparando para isso. Porém esses filhos eram do tipo de pessoas que não levavam o sacerdócio a sério. Homens chamados por Deus para uma missão especial; mas eles faziam pouco caso e zombavam daquilo que Deus havia estabelecido. Eles passaram a exercer suas funções da sua própria maneira, do jeito que queriam. Entretanto, existia uma forma. Você sabe que todo o animal em Israel, antes de ser comido, era sacrificado; e, para ser sacrificado, havia um ritual, detalhado e rigoroso. A gordura tinha de ser queimada, não podia ser ingerida; mas chegavam aqui esses moços, que não tinham nada a ver com o ofício sacerdotal legítimo, e agiam segundo bem lhes dava na cabeça. Eles –– como diz aqui a Bíblia –– traziam um grande garfo tridente e tiravam de dentro da panela, ou do tacho, ou da marmita, aquilo que bem lhes convinha. Eram exatamente aquele tipo de pessoa que diz assim: “O sacerdote aqui sou eu, quem manda aqui sou eu, e eu faço a coisa do jeito que eu quero” ––- não, meu querido irmão, não é da maneira que nós queremos, é da maneira que Deus determina na Sua Palavra! É a Sua orientação que deve ser seguida, e não os meus padrões de conveniência, não! Eu não posso fazer com que a Bíblia venha até mim: eu é que tenho que ir à Bíblia Sagrada. É o preceito divino, é a orientação divina. É Deus falando conosco.

 

A indiferença nunca é inconseqüente!

Precisamos entender isto aqui. Com muito carinho, com muito amor. Quando Deus estabelece o seu padrão, a sua lei, as normas, o ritual, aquilo tem de ser feito do jeito que ele quer. Do jeito, no prazo e local que Deus determina. Isto traz-nos à mente, por exemplo o Rei Uzias, grande rei de Judá. Homem de um tino administrativo fabuloso. Foi notável o que este homem proporcionou ao seu país em termos de proteção militar, de trazer a modernidade, ampliando a segurança nacional; depois que este rei, que pertencia à tribo de Judá, entendeu que já tinha poder suficiente, e assim podia fazer o que bem quisesse como supremo mandatário da nação, ele decidiu um dia entrar no santuário e oferecer sacrifício. Mas só os sacerdotes levitas, e não pessoas pertencentes a outra tribo, podiam cumprir esse ritual. E Deus naquele momento tocou no Rei Uzias com lepra. Ele viveu ainda alguns anos e morreu leproso.

 

Quantas pessoas não estão hoje leprosas porque fizeram ou estão fazendo coisas que Deus não determina, num indiferentismo para com as coisas sagradas, fazendo aquilo que bem entendem, aquilo que querem! Pensam que a igreja é sua, que o povo é seu, que o sacerdócio é seu! A igreja pertence ao Senhor, ela é a noiva do Cordeiro, é a noiva de Cristo; e precisamos entender que Deus tem as suas normas. Eu não posso criar padrões e mudar conceitos que a palavra de Deus estabelece. Aqui estão os filhos de Eli, em pleno ritual do sacrifício: vêm, e metem o garfo no tacho, na marmita, segundo bem entendiam; escolhiam a carne que queriam. “Não, eu quero assim mesmo, não precisa queimar a gordura, não; eu quero com gordura e tudo.” Irmãos amados, precisamos entender que Deus tem o seu padrão, a sua forma de ser; ele tem a sua maneira de agir. ele tem, com toda a certeza, um padrão previamente estabelecido para que o homem se conduza por seus limites; mas infelizmente o indiferentismo tem tomado conta de muitos corações, e dominado muitas vidas. Precisamos entender justamente isto. Deus é maravilhoso: ele tem os seus caminhos. Mas vamos continuar estudando que a atitude displicente ou indiferente não era uma prerrogativa dos antediluvianos, nem do povo do tempo do sacerdócio, de Eli a Malaquias; vamos examinar, naqueles e em nossos dias, o que é que acontece, pois é tudo muito parecido.

 

A mesma história ao longo dos séculos

Muito bem. Vamos prosseguir na nossa meditação sobre a indiferença para com Deus. E desta feita iremos até o final do Antigo Testamento. Alguns séculos mais se passaram e aparentemente parece que alguma coisa mudou; de fato assim foi, mudou, mas para pior. Abra a sua Bíblia no Livro de Malaquias, no capítulo primeiro, versículo seis: O Filho honra ao pai, e o servo ao seu senhor; se eu sou Pai, onde está a minha honra? E se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo, diz o Senhor dos Exércitos, a vós outros, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome! Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão imundo, e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto que pensais: a mesa do Senhor é desprezível. Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E quando trazeis o coxo ou enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador, acaso terá ele agrado em ti e te será favorável? diz o Senhor dos Exércitos. Estamos neste momento diante de mais um texto bíblico que mostra o imenso indiferentismo para com Deus. Meus queridos irmãos e amigos, isto não é coisa nova, recente. Quando Deus estabeleceu o sistema de sacrifícios no Antigo Testamento, principalmente quando começou a Páscoa –– você se lembra, lá no livro de Êxodo, capítulo doze –– o animal para ser sacrificado não podia ter mancha, nem defeito; antes de ser sacrificado teria de passar quatro dias sendo observado pelo sacerdote [ [2] ], para verificar se não possuía algum defeito, marca ou falha; se não aparecia nem um pelo diferente, porque tinha de ser sem mancha. Isso então quer dizer que para Deus nós temos sempre que preparar ou separar o melhor. Por que o melhor?

 

Porque o melhor que existia Ele deu para nós. A Bíblia Sagrada diz que Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu filho –– Ele não mandou um anjo, não mandou um querubim, não mandou um serafim. Ele mandou o seu próprio Filho, o que havia de melhor na glória eterna, e isto Ele mandou para ser sacrificado em meu lugar e no seu lugar. Deus é o primeiro a dar o exemplo daquilo que Ele pediu para os pais no passado: que o animal seria sem defeito e sem mancha. Era a primícia do rebanho, aquele animal mais cevado, o mais bonito. Os agricultores deveriam entregar as primícias do campo; para isso naquela época existia a Festa das Primícias, ou oferta dos primeiros cachos. Então o povo teve iluminação, recebeu toda uma orientação e contava com uma tradição muito rica. Eles sabiam naturalmente o que acontecera com os filhos de Eli, como a mão de Deus pesou sobre eles; eles também sabiam o que acontecera com os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, que morreram quando foram apresentar fogo estranho no altar. Então, quando se oferece fogo estranho ou se zomba do sistema estabelecido por Deus, você observa que a punição vem imediatamente. Neste ponto você pode perguntar: Malaquias viveu numa época em que a mesa do Senhor foi desprezada; qual a punição que o povo recebeu? Quatrocentos anos sem ouvir a voz de Deus. Sem sentir a presença de Deus, sem ter Deus em seu meio –– quer maior punição que essa?

 

A oferta indiferente

Como se dá a separação de um povo da presença de Deus? Ele simplesmente se afasta, distancia-se, torna-se esquivo, não quer ouvir a Sua voz, não quer atender àquilo que Ele manda. Então Deus disciplina, açoita. Mas o povo é renitente e não quer mesmo? Então ele larga, e deixa as pessoas como bem entendam. E aqui, no tempo de Malaquias, o que encontramos? Meu Deus, quando os homens iam oferecer sacrifício, o que eles levavam? Aquele cabrito cego, aquela ovelha manca, aquele animal aleijado, aquele que estava doente no rebanho e que ninguém mais comeria, e não prestava mais para nada: eram esses que eles estavam levando para ser sacrificados ao Senhor. Deus chama a atenção e diz: “Tome esse animal cego, leve para o seu governador e veja se ele vai aceitar isto! Leve essa ovelha manca e apresente ao prefeito da sua cidade e veja se ele a vai querer!” No entanto, para Deus, você oferece qualquer coisa? De qualquer maneira, de qualquer jeito? Qualquer tipo de sacrifício? Meus amados irmãos, para Deus nós temos que colocar em primeiro lugar as primícias da nossa vida. Há gente que diz assim: “Olha, quando eu me aposentar, eu vou servir a Deus em tempo integral”. Ou seja, você vai dar para Deus o resto, o resto! Diz a Bíblia: Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda [ [3] ]. Com a primícia da sua vida, não com o resto, principalmente num país como este em que nós vivemos, aqui no Brasil, pois quando o homem chega a se aposentar, é porque já está sem poder andar, vivendo num asilo –– é isto o que nós queremos dar para Deus? Meus amados irmãos, alguém pode imaginar aquele sacerdote oferecendo para Deus um animal cego? Um animal aleijado, um animal doente? Eu pergunto para você, onde estava o temor daquele homem? Onde estava o temor da vida desse sacerdote e onde estava o temor da vida da pessoa que vinha apresentar esse sacrifício a Deus? Dar o resto! Existem pessoas que estão levando a vida espiritual de qualquer maneira, de forma desprezível; há pessoas que vão para a igreja e pensam que a igreja é um salão de baile, um local de encontros, em que se vai para bater papo, para contar piadas, para contar histórias! Irmãos queridos, as coisas de Deus são coisas sagradas; não faça da casa do Senhor de casa de ócio, ou negócio, ali é lugar de adoração, é lugar onde a criatura vai adorar o seu Criador, é ali onde vamos dar para Deus o melhor da nossa vida, as primícias daquilo que nos pertence, daquilo que nós temos!

 

Ofertar não é negociar

o estou sugerindo a você fazer sacrifício de tolo [ [4] ]. A Bíblia Sagrada manda você dar a Deus o dízimo que lhe pertence. Então, uma forma de você estar roubando a Deus é reter o dízimo [ [5] ]; e dê a sua oferta de acordo com aquilo que sentir no seu coração [ [6] ]. Não vá nessa história de “sacrifica isto porque você vai ganhar uma casa, vai ganhar um… ” –– Deus não faz barganha, Deus não é comerciante. Há quem pense que Deus é um comerciante que está do outro lado do balcão: você chega ali com o seu sacrifício e vai receber de volta alguma coisa. Não, meu irmão, se você buscar em primeiro lugar o Reino de Deus –– o que é buscar em primeiro lugar o Reino de Deus? É você colocar Deus em primeiro lugar na sua vida, é você levar em consideração que aquilo que você está fazendo para ele é coisa santa, é coisa sagrada. À medida em que você procura adorar a Deus de coração, você está buscando a Deus em primeiro lugar, você está servindo a Deus em primeiro lugar, todas as demais coisas serão acrescentadas [ [7] ], porque ele sabe o que é bom para você, o que é melhor para a sua vida –– sim, é isto que você precisa entender! Deus não é nenhum mercenário, nenhum comerciante, a quem você vai dar cem milhões e Ele vai restituir um bilhão de volta! O que é isto, que Evangelho é este? Paulo declara: Eu não me envergonho do Evangelho de Cristo, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê [ [8] ]. O Evangelho é salvação, não é negócio! O Evangelho é transformação, não é barganha! O Evangelho é o poder de Deus para tirar o homem do pecado, e transformá-lo num verdadeiro cidadão do céu!

 

Não se porte indiferentemente na presença de Deus!

Precisamos entender isto. Precisamos levar a vida espiritual mais a sério. No dia que você for para a sua igreja, vá com a melhor roupa; no dia que você for para a sua igreja, vá com o coração aberto, não vá entregando para Deus um bagaço, um resto, não; depois de passar quatro, cinco horas, seis horas na frente de uma televisão, está cansado, aí vai dormir no banco da igreja! Você está dando para Deus o resto, você está dando para Deus a ovelha manca, você está dando para Deus a ovelha doente! Depois que você passa a extravasar os seus sentimentos em outra parte, passa horas e horas se divertindo, e passa fins de semana e mais isso e aquilo, e férias, e chega mais cansado, vai para a igreja, chega lá e fica bocejando, fica dormindo –– quando poderia prestar um culto de adoração a Deus! Dê para Deus o melhor da sua vida! Procure adorar a Deus em santidade! Em pureza! Ele está ali! Há pessoas que dobram seus joelhos e pensam que Deus está tão longe delas, que “não querem nem saber”, ajoelham-se de qualquer maneira. Há pessoas que até despidas vão querer orar. Vão orar de cueca na presença de Deus. Vá de ceroulas, vá de cueca conversar com o prefeito da sua cidade, vá. Vá com esses trajes menores conversar com o governador do Estado, vá. Que ele coloca você na cadeia, na hora. Se você, para falar com um homem público neste mundo, um mortal, um pecador, você coloca a sua melhor vestimenta, imagine quando você dobra os seus joelhos na presença do Rei dos reis e Senhor dos senhores! E você quer ir de qualquer maneira! Isso é oração de quem não crê que Deus está presente na sua vida, porque se você crê que Deus está ali naquele seu quarto, que Ele está ali no seu ambiente, então vá à presença Dele com o melhor que você tiver. Irmão querido, preste um culto a Deus com sinceridade de coração!

 

Um precioso exemplo bíblico

Eu acho lindo aquele episódio de Pedro e João quando foram ao templo [ [9] ] na hora da oração. Eram três horas da tarde e aqueles homens iam para a hora da oração. O tempo deles era dividido, e ali estava a sua escala de estar na presença do Senhor, no horário certo. Era uma audiência que eles tinham com Deus. Um horário já estabelecido. E diz a Bíblia que quando iam entrando no templo, um coxo que estava ali na porta pediu uma esmola. Eles disseram para aquele coxo: “Olha para nós. Não temos prata e nem ouro, mas o que nós temos, isso te damos, em nome de Jesus, levanta e anda!” E o coxo levantou naquela mesma hora, foi curado pelo poder de Deus. E o que nos leva a meditar neste ponto, sabe o que é? É que Pedro e João não curaram o coxo na saída do templo: foi na entrada, na hora que eles iam para a casa do Senhor. Não foi quando iam saindo, não. Porque há pessoas que dizem assim: “Eu vou à igreja hoje buscar poder, buscar unção na minha vida.” Eles não tinham ido buscar: eles já iam com a unção na vida. Eles já iam para o templo com o poder de Deus em suas vidas. Eles iam para o altar do Senhor para oferecer o melhor que tinham de si para Deus, naquela hora. Mas muita gente vai vazia, vai seca, porque quer ir buscar. Irmãos, o autêntico crente não vai buscar. Ele vai levar. Ele vai levar a sua adoração, Ele vai levar o seu louvor, Ele vai levar a sua consagração. Ele vai levando a sua vida para oferecer no altar do Senhor aquilo que possui de melhor, o seu melhor horário, o seu melhor tempo de vida, o melhor da sua vida, a sua juventude –– é o melhor que temos a dar para Deus. Isso sim é que agrada o coração do Senhor. E não ovelha manca, doente, podre, não, absolutamente não! Precisamos levar no altar o melhor da nossa vida, o melhor que nós temos.

 

A indiferença na reverência

É justamente isso que você precisa entender. Não foram apenas os antediluvianos que foram indiferentes para com as coisas de Deus. Não foram apenas os sacerdotes, os filhos de Eli, no seu tempo, que levavam as coisas de Deus de qualquer maneira. Porque aquilo que aqueles rapazes faziam era simples displicência no trato das disposições de Deus. Há gente que quando está num culto pensa que está num baile, numa roda da escola onde estuda. Há gente que quando está na igreja prima pela falta de reverência, é uma falta de respeito muito grande. É uma conversação tremenda. Fazem as regras da sua maneira, da sua moda. Nisso, vou dizer para você, em termos de reverência, a Igreja Católica dá de dez a zero em muitas igrejas protestantes: porque na hora da missa você não ouve ninguém conversar, você vê ali silêncio e atenção; e esta atenção está faltando para o povo de Deus! Estão simplesmente fazendo a coisa como faziam os filhos de Eli. De qualquer maneira. Ou à sua própria maneira. Então nós precisamos entender que, quando você vai oferecer a Deus, ofereça o melhor. Não faça como no tempo de Malaquias, que se oferecia o cego, o aleijado, o doente; não, leve o melhor da sua vida! Leve o melhor que você tem! Apresente a Deus o melhor de que você dispõe. Nós precisamos entender que, para Deus, tem de ser o melhor. E o que ele observa é o coração, bem como qual é a nossa intenção, o que estamos fazendo. Precisamos entender isso e evitar qualquer vestígio de indiferença nas nossas atitudes e ações.

 

[ [1] ] João 16:8.

[ [2] ] Êxodo 12:3 (aos dez dias deste mês cada um tomará para si um cordeiro) e 12:12 (o guardarão até o décimo-quarto dia deste mês).

[ [3] ] Provérbios 3:9.

[ [4] ] Eclesiastes 5:1.

[ [5] ] Malaquias 3:8.

[ [6] ] II Coríntios 9:7.

[ [7] ] Mateus 6:33.

[ [8] ] Romanos 1:16.

[ [9] ] Atos 3:1-10.