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EMPECILHOS À FÉ

Um quase paradoxo

Este capítulo abordará um assunto muito importante: Os Empecilhos à Nossa Fé. E basearemos nossa mensagem de hoje no Evangelho que escreveu São João, no capítulo dez, versículo dez, que diz o seguinte: O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. “Eu vim para que você tenha vida e a tenha em abundância.” Por que muitos cristãos não desfrutam da vida abundante que Deus quer que tenhamos? Por que não conseguimos entrar na esfera do Espírito e sermos os cooperadores que Deus quer que sejamos, no sentido de desfazer as obras de Satanás? Desejamos, queremos, esperamos e não conseguimos. Qual é o verdadeiro motivo? Deus tem filhos prediletos que Ele usa mais do que outros? Depende de Deus ou temos de fazer alguma coisa? Vejamos. Aqui em João está escrito “Eu vim para que você tenha vida, e a tenha em abundância”; contudo observamos tantos cristãos com uma vida cristã tão medíocre, tão infantil, uma vida cristã que não cresce, não prospera; então como fica a promessa bíblica, “Eu vim para que você tenha vida, esta vida de Deus, vida abundante” –– vida que Ele quer que você tenha, que todos nós tenhamos?

 

Quando o poder falha

Agora Deus quer usar você como usou Seus grandes servos do passado, assim como tem usado Billy Graham, Morris Cerulo, Benny Hinn e muitos outros grandes homens das páginas da história. Lembra-se de Smith Wigglesworth, durante cujo ministério foram ressuscitadas vinte e duas pessoas? O poder de Deus fluía gigantescamente na vida desse homem. Por onde ele ia os coxos se levantavam, os cegos passavam a ver –– esta vida abundante e este poder continuam à disposição porque Deus é o mesmo ontem, hoje e o será eternamente. Mas por que o poder de Deus não flui na vida de muitas pessoas? Por que este poder não é exercitado por todos os crentes? Eu desejo que você acompanhe comigo a leitura de Mateus, capítulo dezessete, versículos catorze até vinte e um. Que declara o seguinte: E, quando chegaram à multidão, aproximou-se-lhe um homem, pondo-se de joelhos diante dele e dizendo: Senhor, tem misericórdia do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água; e trouxe-o aos teus discípulos, e não puderam curá-lo. E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! até quando estarei eu convosco e até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui. E repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele, e desde aquela hora o menino sarou. Então os discípulos, aproximando-se de Jesus, em particular, disseram: Por que não pudemos nós expulsá-lo? E Jesus lhes disse: por causa da vossa pouca fé. Porque em verdade, em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível. Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum. Meus prezados amigos, deparamo-nos aqui diante de um dilema, de um trecho da Escritura Sagrada onde se pode observar que os mais íntimos discípulos de nosso Senhor Jesus Cristo experimentaram completo impedimento em operar certo milagre. Em outras palavras, eles tiveram dificuldade de fazer alguma coisa realmente sobrenatural, como deve ser feito no mundo espiritual.

 

Você pode imaginar esta cena? Ela aconteceu justamente quando Jesus se achava no cume do Monte da Transfiguração, com Pedro, Tiago e João, e ali apareceram Moisés e Elias. E lá estavam. Ora, as pessoas, o clima, o ambiente que se formara naquela hora era tão agradável, tão magnífico que Pedro achou por bem sugerir que fizessem tendas para viver e estar ali sempre; porque o clima era tão gostoso, tão precioso, era um verdadeiro clima celestial, de modo que eles já queriam permanecer indefinidamente naquele lugar. Foi então que se ouviu uma voz que dizia: “Este é o Meu filho amado, a Ele ouvi”. Estava ali o representante da Lei, Moisés, estava o representante dos Profetas, Elias, e estava o representante da Graça, Jesus. “A Ele ouvi.”

 

Por que não puderam?

Mas eles não podiam saber que lá embaixo, no pé do monte, os seus colegas viviam um dilema terrível. Chegara aquele pai com seu filho lunático, sofrendo terrivelmente, sob possessão maligna. Nesses momentos você sabe o que acontece num povoado, num vilarejo, numa cidade pequena: quando acontece um incidente desses, isso se torna atração pública. A multidão logo afluiu e os discípulos, naturalmente, seguros de si, pensando que poderiam fazer um trabalho muito fácil ali, expulsando aquele demônio, e o nome do Senhor ser glorificado, dispuseram-se à ação. Não sabemos a intenção do coração deles, o que foi que aconteceu, mas sabemos, como diz a Bíblia, que eles lutaram com aquele rapaz, contra aquele demônio; e expulsa para lá, expulsa para cá, e manda sair, não sai; e vai, e volta. Como nós observamos ainda hoje em muitos lugares, quando temos autoridade para expulsar demônios; mas há ocasiões em que os discípulos são decepcionados, e nada sucede; justamente por que? O que acontece? Onde é que está a falha, onde é que está o defeito? A autoridade dada por Deus é a mesma. O problema não está do lado de lá, o problema sempre está do lado humano. E naquele momento em que eles começaram a orar por aquele garoto, o demônio simplesmente passou a bater ainda mais na criança, jogando-o ora na direção do fogo, ora na água –– era um terrível dilema que aquele pai estava vivendo. E os discípulos já estavam cansados, suados, decepcionados, aturdidos com aquela cena, com aquele episódio, escancarando sua incapacidade e impotência diante de um drama tão horrível como aquele. Um quadro estarrecedor e desanimador para a vida de qualquer discípulo. Foi nesse momento que Jesus desceu do monte. E quando chegou ao sopé da montanha, o pai daquele garoto correu até onde Ele estava e disse: “Senhor, tem misericórdia do meu filho, porque ele é lunático e sofre muito, e muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água; eu trouxe-o aos Teus discípulos, e eles não puderam curá-lo.” Jesus virou-se para os discípulos naquele momento e disse: “Ó geração incrédula e perversa, até quando eu estarei com vocês, e até quando lhes sofrerei? Tragam-Me o menino aqui.” E repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele; e desde aquela hora o menino sarou. Então os discípulos aproximaram-se e perguntaram: “Por que nós não o pudemos expulsar?” E Jesus explicou: “Por causa da pouca fé de vocês. Por causa da pouca fé.” Incrível, não é? Incrível. A Bíblia declara que se você tiver fé do tamanho de um grão, você pode fazer qualquer coisa.

 

A questão da fé

Ora, a Bíblia não diz que estes discípulos não tinham fé; Jesus estava dizendo “por causa da pouca fé de vocês”; assim, eles tinham fé. Eles tinham fé, era pouca, mas era; era pouca fé, mas era fé que eles de fato tinham. Mas por que Jesus declara se tiverdes fé como um grão de mostarda –– como, um grão de mostarda? Não é fé do tamanho de um grão de mostarda, como muita gente prega, mas é como um grão, porque uma fé do tamanho de um grão de mostarda nunca vai passar do tamanho de um grão. Eu tenho na minha Bíblia um grão de mostarda, dentro de um envelope. Tenho há muito tempo esse grão de mostarda, e ele nunca cresceu, nunca passou desse grão. Porque esse é o tamanho do grão. Mas aqui Jesus diz, se tiverdes fé como um grão de mostarda –– o sentido da conjunção como é diferente. Como um grão refere-se àquele grão que cai na terra, cresce, multiplica-se; assim deve ser a nossa fé. Uma fé sempre crescente, uma fé sempre se movimentando. Então, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte, passa daqui para acolá, ele há de passar, e nada vos será impossível. Nada vos será impossível. Mas Jesus concluiu esta palavra dizendo o seguinte: Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.

 

Fé, jejum e oração

É, é incrível, parece até um paradoxo essa expressão dada por Jesus Cristo aqui. Porque Ele diz, “se tiver fé como tem um grão, você pode dizer o que quiser, falar o que quiser e vai acontecer.” Mas logo em seguida Ele também diz, “mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum”. E a pergunta que nós fazemos aqui neste momento é esta, o que é que vai expulsar o demônio, o que é que vai operar o milagre da cura, o que é que vai operar o milagre sobrenatural? É a fé ou é o jejum e a oração, hein? Se tiver fé, você pode pedir o que quiser; mas Jesus disse, “esta casta não se expulsa senão pelo jejum e oração”. Então a pergunta que nós fazemos aqui neste momento para você: quem é que opera? Quem é que age? É a fé ou é o jejum e a oração? Eu vou explicar como é que funcionam estas coisas.

 

Inimigos da fé

Vou mostrar para você quais são os inimigos da nossa fé. O que impede a sua fé de agir. Por que você ora, por que você clama e pede, e não tem as suas orações atendidas; e por que a sua fé não entra em ação. Eu quero que neste momento você abra a sua Bíblia Sagrada em Gálatas, capítulo cinco, versículo dezessete até o versículo vinte e um. E vejamos aqui o que diz a Palavra do Senhor. Olhe o que diz a Escritura Sagrada: Porque a carne, ela cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne. E estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis. [ [1] ] Você quer fazer a coisa certa acontecer, você quer fazer a coisa agir, você quer ver a operação de Deus através da sua vida –– mas existe um empecilho, existe alguém que luta contra. A carne, ela milita, ela luta contra o espírito, e estes se opõem um ao outro para que você não faça aquilo que você precisa, aquilo que você quer. E diz ainda Gálatas: Porque as obras da carne elas são manifestas, as quais são, adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus, não desfrutarão do Reino de Deus. Então você pode observar que a nossa fé tem um inimigo, ela tem um empecilho. Você sabe que a fé se encontra no domínio do espírito; a fé não é intelecto, não é capacidade de conhecimento, não é energia física, não é falar bonito, não vem pelo poder da eloqüência –– mas a fé está no domínio do nosso espírito. A Bíblia diz que o nosso espírito tem um inimigo, que é justamente a nossa natureza terrena. Conclusão: começamos a preencher a nossa vida com essas coisas que são terrenas. Começamos a colocar dentro de nós esses escombros mundanos. Que vêm através daquilo que você vê, através da imoralidade na televisão, através da violência dos filmes, através da literatura pornográfica, através das companhias nocivas das trevas, tudo isto vai acumulando escombros em cima da nossa vida espiritual e a nossa fé, ela fica completamente soterrada. A nossa fé quer agir, mas ela está debaixo dos escombros da nossa carnalidade, da nossa natureza carnal, da nossa natureza terrena. Na realidade é preciso entender bem isto aqui, que a fé quer agir, mas não pode.

 

Uma experiência pessoal

Certa ocasião eu ganhei uma pepitazinha de ouro, um broche de gravata. E de tanto usar aquele prendedor de gravata, ele partiu, quebrou. E para não perder aquela pepitazinha de ouro, como eu não tenho porta-jóias, pensei comigo mesmo e disse: “Bom, aqui na minha caixa de ferramentas eu posso guardar esta pepita, que ninguém sabe, só quem sabe sou eu; e à hora que eu quiser, eu sei onde ela se encontra; ficará guardada e não a vou perder, porque está dentro da minha caixa de ferramentas”. Muito bem, coloquei aquela pepitazinha ali e guardei a caixa. Um dia eu precisei daquela pepitazinha de ouro; e para encontrá-la não foi fácil, sabe por que? Porque ela estava lá no fundo da caixa de ferramentas. Por cima dela havia tudo quanto era ferramenta. E eu precisei tirar de cima da pepita, de dentro daquela caixa, martelo, alicate, parafuso, compasso, arame –– e fui tirando, tirando, tirando, até que lá no final, depois de arredar alguns parafusos, acabei encontrando a pepitazinha de ouro bem no fundo da minha caixa de ferramentas. E então, para encontrar aquela pepita, tive de tirar todo o ferro velho de cima, tive de remover todos os escombros que estavam lá por cima dela. Pois observe, é justamente este o mecanismo da nossa fé.

 

Quem crê já tem fé

A fé está aí dentro de você. A Bíblia diz que a fé foi dada de uma vez por todas [ [2] ]; ela encontra-se em nós, todos temos fé, ou pouca, ou muita, ou grande, ou pequena, estagnada, ou em crescimento –– mas todos nós temos fé, porque ela nos foi dada de uma vez por todas. Então todas as pessoas têm fé. E Jesus, neste trecho bíblico, fala de pequena fé, de pouca fé. Os discípulos não tinham uma fé do tamanho de um grão de mostarda, mas Jesus diz, “ó homens de pouca fé” –– o que demonstra que eles tinham fé. Mas só que a fé, normalmente, fica lá debaixo dos escombros. Debaixo da nossa natureza terrena, da nossa natureza carnal. Esta natureza que infelizmente leva você a admirar as coisas do mundo, como a violência, aquele artista de Hollywood, aquela pessoa que anda mostrando a sua nudez e apresentando imoralidade; é aquela personalidade em que você se mira, é aquele homem violento, é aquele Kung Fu, é aquela pessoa de alta capacidade financeira, e não passa de um desonesto que está ali. Se são estes que você admira, saiba que isso tudo vai soterrando a sua fé. A sua fé está debaixo de escombros. E na hora que você quer agir, não pode. Aí fica perguntando: “Mas por que, pastor, eu oro, oro e oro, e não sou atendido na minha oração? Eu peço, eu suplico, eu jejuo, eu busco a Deus, e não encontro solução. Não tenho resposta. Não sou respondido.” Por que não é respondido? A sua fé está aí, mas debaixo de escombros. Ela está literalmente debaixo dos escombros. O que nós precisamos fazer é tirar os escombros que estão aí escondidos, tampando a nossa fé. A nossa fé quer agir, quer operar, quer se manifestar, mas infelizmente está sufocada debaixo dos escombros. Agora eu quero que você entenda como é que se deve proceder para eliminar estes escombros, estas impurezas que estão em cima da sua fé. Que estão eliminando a sua fé.

 

Prossigamos então com a nossa meditação na Palavra de Deus, tratando dos empecilhos à nossa fé, e quem sabe desorientados com tantos casos de fé soterrada sob toda a sorte de escombros. E a solução é saber como podemos eliminar essas impurezas, esses escombros que estão impedindo a ação da nossa fé. Agora, note bem, essas coisas não se adquirem do dia para a noite. Elas são reflexo ou processo de toda uma existência. Então você deve observar que assim como o acúmulo dos pecados e dos ressentimentos são verdadeiros escombros que soterram a nossa fé, existe também o milagre da purificação, da santificação. E Deus tem os seus caminhos; e vamos ver agora como proceder para eliminar essas impurezas.

 

Confessar e deixar!

Primeiro ponto, nós encontramos em Provérbios, capítulo vinte e oito, versículo treze, que diz o seguinte: O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas os que as confessa e deixa, alcança misericórdia. Um dos grandes problemas que o crente enfrenta hoje não é a igreja, não são as pessoas que estão do seu lado, mas é ele mesmo. Toda pessoa tem uma facilidade tremenda para pecar. Em contrapartida, revelam uma dificuldade muito grande para confessar e pedir perdão. Sim. Para pecar, não tem vergonha; mas para confessar, “morre” de vergonha; por isso, muitas vezes a pessoa comete um deslize, comete um pecado, e entesoura aquilo como se fosse uma jóia preciosa. Ela não quer que ninguém saiba do seu pecado. Ela não quer que ninguém conheça o seu deslize, o que foi que ela fez; e guarda aquilo com todo o carinho. Com todo o cuidado. Não quer que ninguém conheça, não quer que ninguém saiba. Às vezes, se praticou uma imoralidade com alguém, não vê a hora da pessoa morrer, porque é a única testemunha do fato. E depois que morre se sente aliviado, por que? Porque ninguém mais vai trazer à tona aquele problema. Pessoas que muitas vezes desviam alguma coisa de alguém e não quer que ninguém saiba. Elemento que trai a mulher, que rouba o patrão, que prega uma mentira, pode até parecer coisa inocente, mas é um escombro colocado em cima da sua fé.

 

O que oculta a fé

E diz a Bíblia que aquele que encobre a sua transgressão nunca prospera. Nunca! É a Bíblia que está falando, não sou eu! Você quer prosperar deste jeito, mas nunca vai conseguir! É como uma planta que você coloca num vaso, debaixo de uma mesa; quando chega no tampo da mesa, ela toca ali e simplesmente pode crescer para os lados, mas para cima não cresce –– nunca prospera! A única solução que você tem para prosperar é o que diz aqui a Bíblia, o que confessa e deixa. Observe bem, não é apenas deixar, não, mas é confessar, como diz a Bíblia Sagrada! O que confessa e deixa. Esta é a maneira que você tem para tirar este escombro de cima da sua vida. Como diz Paulo em Gálatas, no capítulo cinco: Porque as obras da carne são manifestas, são adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizade, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídio, bebedice, glutonaria –– são escombros. E são escombros que muitas vezes nós temos lá dentro do coração, estão guardados intimamente e você não quer confessar, e não quer que ninguém saiba disso. Conclusão, você nunca via prosperar na vida espiritual. Você nunca vai orar e ver um cego ver, um coxo levantar, porque não há prosperidade, não houve crescimento, não há como operar. Então você observa aqui como foi que Jesus disse: “esta casta não se expulsa senão com oração e jejum”.

 

Cuidado com as raízes

Agora, vamos quer o que está em Hebreus, capítulo doze, versículo quinze. Veja o que diz aqui: Tendo cuidado que ninguém se prive da graça de Deus. Privar-se, ficar privado da graça de Deus. Você sabe o que é isso? Você tem um potencial à sua disposição e você não poder utilizar? É como o elemento que é multimilionário, tem tudo na vida, mas só pode tomar uma sopinha, porque o estômago dele é fraco. Ele tem dinheiro para comprar tudo, menos poder comer. Ele está privado, por causa de uma deficiência orgânica. E assim mesmo que nós temos o poder de Deus à nossa disposição, mas estamos privados dele, justamente como diz aqui o escritor de Hebreus: Tendo cuidado de que ninguém vos prive da graça de Deus. E de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem. Cuidado. Não deixe. Há ódio de alguém? Você está amargurado com alguém? Alguém o maltratou? Você tem oportunidade de pedir perdão para aquela pessoa, ou de perdoá-la, você tem condição para isso? Então faça o mais rápido possível e não permita que venha a brotar raiz de amargura; depois que você tem essa raiz de amargura em sua vida, você está privado da Graça de Deus e o poder de Deus não pode fluir através de você. Você é um canal obstruído, e esta obstrução precisa sair. Nós vamos mostrar mais adiante como é que você pode conseguir isso.

 

Como fazer?

Agora, muitas pessoas perguntam: “Mas Pastor Jorge, o que se pode fazer para limpar, para tirar esses escombros, a fim de que a nossa fé possa operar, a fim de que Deus possa agir através da nossa vida? Eu sei que tenho muitos escombros na vida, eu sei que no decorrer da minha jornada já pratiquei muitas coisas erradas, já fiz coisas vergonhosas, muito vergonhosas.” Nós observamos em primeiro lugar que aquele que encobre o seu pecado nunca prospera. Portanto, que o confesse e deixe: o passo número um é confessar e deixar. Qual foi o pecado que você cometeu: você já confessou? Ou você simplesmente deixou: “Não, eu não pratico mais aquilo!” Mas nunca confessou que o praticou? Aqui diz a Bíblia, o que confessa e deixa alcança misericórdia. Esta é a razão por que muitas pessoas não crescem. Não têm como prosperar. É pecado escondido, pecado oculto, fraqueza, deslizes que cometeu na vida. Mas nós precisamos saber que esta força está na nossa natureza terrena.

 

Em Colossenses, capítulo três, versículo cinco e seguintes, você pode observar aqui uma das formas pelas quais você pode eliminar essas impurezas da sua alma. A Bíblia diz: Mortificai pois os vossos membros que estão sobre a terra –– olhe bem ––, mortificai os vossos membros que estão sobre a terra. A prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é a idolatria. Observou você justamente o que diz aqui a Bíblia Sagrada? Mortificai. Mortificar é fazer isso no estado de morto. Você sabe por que essas impurezas estão na sua vida? É porque a sua natureza carnal está viva. É porque ela tem primazia, é ela que domina; você não tem força para fechar o botão de uma televisão, porque a sua natureza carnal domina o seu desejo; você não tem força para deixar aquele cigarro, aquela bebida. Por que? Porque você é dominado pela sua natureza terrena. Você tem ódio de alguém, tem? Sabe por que? Porque você é dominado por essa natureza terrena. E é essa natureza terrena a responsável por alimentar esta situação de escombros em cima da sua vida espiritual. Porque é ela que domina, manda, determina. Você naturalmente quer deixar de ser aquele homem violento, mas não pode; por que? A sua natureza terrena domina. Você quer amar a sua esposa, quer falar com ela, quer conversar, mas não sabe conversar, você só sabe gritar, você só sai com palavras duras, grossas e de baixo calão; você quer, você tem vergonha, mas não pode, por que? Porque a natureza terrena domina. É ela que está na proeminência de tudo. Você faz aquilo que ela quer, que ela determina, a sua própria natureza. Então ela, estando à frente, só lhe traz prejuízo, só lhe traz vergonha, só lhe traz coisas das quais você vai se sentir nojo, depois.

 

Aí você diz: “Ah, quando chegar em casa vou começar tudo de novo e não vou mais mexer nas finanças do meu patrão, não vou mais agir em base de erro com ninguém, não vou mais ser desonesto com pessoa alguma. Eu vou ser é cumpridor dos meus compromissos, aquilo que eu comprei fiado eu vou pagar corretamente, não serei mais caloteiro, não vou mais levantar um advogado para vir defender as minhas causas erradas.” Não, esta natureza terrena vai simplesmente soterrando a sua fé, que quer agir, mas não pode. Ela não tem condições, porque a sua natureza terrena domina.

 

Subjugando a natureza carnal

Mas o Apóstolo São Paulo, praticamente ratificando aquilo que registrara na Carta aos Efésios, declara, em Colossenses, capítulo três e versículo cinco, o seguinte: Mortificai pois os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, a avareza, que é idolatria. Ou seja, faça morrer essa inimizade, essa natureza terrena; mortifique-a, faça com que ela fique no estado de morta, sem ação, sem condição de se mobilizar, ou de se mexer! Mortifique! Aí você pergunta: “Mas Pastor Jorge, como é que eu posso mortificar a minha natureza terrena, hein? Como é que eu posso fazer morrer a minha natureza terrena?” Você está lembrado o que foi que Jesus Cristo respondeu para os discípulos quando eles perguntaram “por que não podemos fazer esta obra?” Ele disse: “Por causa da vossa pouca fé.” Eles tinham pouca fé. Era para operar maravilhas. Mas mais adiante Jesus disse, “mas esta casta de demônios não se expulsa senão com oração e jejum”. Estas enfermidades não se curam senão com jejum e oração; nesse momento eu perguntei para você: o que é que opera, é a fé ou é o jejum?

 

Quem opera, afinal?

É claro, meu querido amigo, que quando você vai para as páginas da Bíblia, você vê quando Deus, no capítulo onze de Hebreus, Ele diz assim: pela fé nós cremos que o mundo foi criado pela Palavra de Deus. E quando segue a galeria dos heróis no capítulo onze, você vai ver: pela fé Abraão, pela fé Moisés, pela fé Isaque, pela fé Jacó, pela fé Sansão, pela fé, pela fé –– os grandes homens pela fé; então quem opera é a fé. Mas qual é o papel do jejum nesse instante? Qual é o significado do jejum nesta hora? Meus queridos irmãos, quando Paulo declara mortificai a vossa natureza terrena, a única forma que você tem para mortificar essa sua natureza, é através do jejum. É quando você a deixa sem comer, e você vai torná-la fraca, e o espírito fortalecido, é justamente isto que vai acontecer.

 

Uma ilustração – convivência impossível

Certa ocasião, um cidadão tinha em sua casa um cão de guarda. Um cão que lhe era fiel, adestrado. Em uma de suas viagens aquele homem encontrou um pássaro, uma pombinha diferente. Afeiçoou-se dela, comprou-a e levou para sua casa. Quando chegou, colocou a pombinha numa gaiola e se pôs a mostrar para o cachorro que aquela pombinha era amiga da casa, que pertencia agora ao lar, e que ele não fizesse nada contra ela. Tudo muito bem. E foi adestrando o cão e a pombinha, até que chegou o dia em que ele soltou a pombinha dentro de casa. Soltou, tudo em paz. Estão ali o cão e a pombinha dentro da mesma casa. Mas certo dia aquele homem precisou sair de casa; quando voltou, viu penas por tudo quanto era lado. Ele procurou a pombinha: estava ofegante, lá em cima da estante, na sua biblioteca, e era visível que a muito custo conseguira se livrar do cão. Esse homem ficou tão furioso que pegou o cão, colocou-o na coleira e o trancou. Aí então pôde tratar da pombinha. A ave se refez, e desfrutava agora de toda liberdade dentro de casa. Podia perfeitamente voar para lá e para cá. Mas depois de muitos dias o homem observou o cão triste. Ele foi e trouxe novamente o cão para dentro de casa. E a convivência foi agradável, a harmonia parecia perfeitamente restaurada. Até que um dia ele tornou a sair de casa. Quando voltou, o desastre havia se repetido. Havia penas da pomba em todos os cantos, e a ave estava quase morta. Ele disse: “Bom, você não pode conviver mesmo aqui dentro desta casa, com esta pomba.” Ele tomou o cão e o amarrou no fundo do quintal, deixando-o sem comer. O animal foi-se inanimando, inanimando, enfraquecendo, até que morreu.

 

Explicando o papel do jejum

Querido amigo, este cão e esta pomba são justamente a carne e o espírito que moram dentro de você. Estão dentro da sua natureza. Eles estão convivendo aí, mas eles não têm como subsistir juntos. Não adianta, isso não existe. Diz o Apóstolo São Paulo que o espirito milita contra a carne e a carne contra o espírito, e esses dois juntos não têm força. Enquanto aquele cão estava sozinho dentro de casa, ele tinha toda a liberdade. Mas no dia em que o homem trouxe para morar dentro de casa a pombinha, que representa a presença do Espírito Santo, a sua vida espiritual, então a partir desse momento passou-se a ter uma luta feroz. Mas a única forma de que a sua vida espiritual pode se prevalecer, é no momento em que você se dispuser a mortificar a sua natureza terrena; e a única maneira de mortificá-la é amarrar no fundo do quintal e deixar sem comer. É assim que Jesus disse que “esta casta não se expulsa senão com jejum e oração”. É o jejum que vai mortificar a sua natureza terrena. É o jejum que vai mortificar a sua natureza carnal, é o jejum que vai fazer o seu espírito prevalecer, é o jejum que vai garantir a vitória, de você se levantar de onde está, e começar a ser uma pessoa altamente usada na presença de Deus. Pessoa usada pelo Senhor poderosamente, magnificamente. É justamente isso que nós precisamos fazer. Jejum e oração. Elimina, mortifica a força da carne, e há de prevalecer o espírito. Então nós precisamos entender isso.

 

E à medida em que você pratica estas coisas, você vai entender o que foi que o Profeta Isaías falou sobre jejum, no capítulo cinqüenta e oito, versículo seis: Porventura não é este o jejum que escolhi? Que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livre os oprimidos? E despedaces todo o jugo? Isto aqui só é possível com a presença de uma vida espiritual ativa e de uma vida terrena mortificada. Quando você mortifica esta natureza que você tem, esta natureza violenta, beligerante, que não tem paz com ninguém, que só procura as falhas dos outros, no momento em que você começar a mortificar essa natureza terrena, a sua natureza espiritual vai começar a operar. Aí você verá a sua oração ser respondida. Você verá, quando você orar pelo enfermo, ele será curado; quando você orar para Deus abrir uma porta de emprego, você verá a porta se abrir; quando você orar pela paz em sua família, você vai sentir isto. Mas enquanto você estiver com a sua natureza terrena lá em cima, a natureza espiritual está lá em baixo. Inverta esse quadro, inverta essa posição ainda hoje, ainda hoje; não deixe para amanhã, comece hoje uma campanha de jejum na sua vida, uma campanha de oração, para que a sua vida espiritual tenha proeminência, e você seja um crente vitorioso em todos os sentidos da sua vida! Este é o desejo do meu coração e esta é a minha palavra para você nesta precioso momento. Que Deus o abençoe e guarde para sempre! Amém e amém!

[ [1] ] Versão Almeida Revista e Corrigida (arc). A Atualizada (ara) mudou de cobiça para milita.

[ [2] ] Judas 3 (ara).