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GENERAL, PORÉM LEPROSO

Um pequeno trecho com muitas mensagens

O tema desta mensagem é General, Porém Leproso. E basearemos a nossa mensagem desta manhã no Segundo Livro de Reis, capítulo cinco, versículos primeiro em diante. Assim diz a Palavra de Deus aos nossos corações: Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era grande homem diante do seu senhor, e de muito conceito, porque, por ele, o Senhor dera a vitória à Síria. Era ele herói de guerra, porém leproso. Porém, leproso. Esta história de Naamã é bastante conhecida nossa. Quantas vezes já a ouvimos nas nossas escolas dominicais. Apesar disso encerra lições extraordinárias, e sempre atuais para todos nós, nos nossos dias, tantos séculos depois. Talvez você nunca tenha prestado atenção ao seguinte: a Síria não era aliada de Israel. Viviam em guerra, como se fazia naquele tempo e parece não ser muito diferente de hoje. Mas a Bíblia diz que Naamã, general da Síria, conquistara inclusive vitórias sobre Israel, e isso porque Deus lho consentira! Literalmente, porque por ele (isto é, através de Naamã) o Senhor dera a vitórias à Síria. Você vê? Yahweh dos Exércitos não é apenas Senhor dos exércitos de Israel, decididamente não!

 

Breve retrato dos heróis

Ficamos muitas vezes a pensar sobre esta situação de Naamã, este homem que era o comandante do exército do rei da Síria. Segundo nos apresenta o relato bíblico, este homem conquistou muitas batalhas e trouxe numerosas vitórias para o seu país, a ponto de se tornar um autêntico e verdadeiro herói de guerra. Homem de estratégia militar extraordinária, de uma sabedoria muito grande para estar à frente e ao comando de um exército que trazia sucessivas e impressionantes vitórias para seu povo e sua nação. Quantas e quantas vezes, voltando do campo de batalha, voltando da peleja, este homem teve, com toda a certeza, o privilégio de ver os portões da sua cidade se abrirem para que ele entrasse na frente, montado em seu cavalo, ao som dos aplausos da multidão, que ali aguardava este herói da guerra. E você pode imaginar o que significava isso, naquele tempo? Diz-nos a história que as pessoas jogavam flores no caminho dos líderes militares bem-sucedidos, quando adentravam os portões do seu país, sendo honrados dessa forma, pela aclamação e pelos aplausos da multidão, aos gritos de bravo, de herói! Assim também entrava Naamã, este grande homem de guerra, com sua indumentária, cheia de galões e de estrelas. Atrás vinha naturalmente o seu exército, trazendo as pessoas que haviam sido conquistadas nessa batalha. A Bíblia diz que era cheiro de vida para a vida, mas cheiro de morte para a morte [ [1] ]. Aquelas flores, colocadas no caminho de Naamã, eram um perfume de vida para ele como vitorioso, mas odor da morte para aqueles que haviam sido conquistados. E este homem, depois de receber os aplausos do seu povo, depois de receber as condecorações do seu rei, depois de ser naturalmente banqueteado por todos, este homem ia para casa, ia para o seu lar.

 

Deste modo também acontece no nosso tempo. É quando o homem chega, depois de ter sido aplaudido, na tribuna do senado ou da câmara dos deputados, e ser ali homenageado, e recebido por todos como um célebre, uma sumidade, um respeitado intelectual, uma pessoa ilustre, como uma pessoa realmente influente no seu meio social –– isso no mundo da política; e no mundo eclesiástico e espiritual, vamos observar aquele pastor que sobe num púlpito e ali prega uma mensagem magnífica, e todos o têm como um homem santo de Deus!

 

O herói sem máscara

O homem de fato aparenta uma notável personalidade; mas você quer saber qual é o autêntico homem, o que realmente está por trás de todo esse brilho? Pois acompanhe-o assim que entra em sua casa, e a família começa a experimentá-lo na intimidade. É exatamente na intimidade de seu lar que vai se descobrir quem é o verdadeiro homem. É ali que o homem vai se despir, é ali que ele vai tirar aquele terno de senador ou de deputado, é ali que ele vai tirar a gravata e o paletó de executivo, é ali que ele vai descer do púlpito da sua igreja e vai entrar na intimidade do lar. É dentro de casa que vai se revelar o autêntico e verdadeiro homem.

 

Até a sala de estar, a família de Naamã o conhecia ainda vestido. Os nossos filhos nos conhecem até certo limite da nossa vida; mas você sabe quem é que conhece realmente a nossa intimidade? Quem é que conhece as nossas fraquezas, as nossas falhas? Você quer saber quem conhece realmente o autêntico homem? É quando o homem entra no seu quarto de dormir e que se despe de seus trajes formais –– e então começa a aparecer a sua lepra. Quem sabe disso? Quem conhece essa realidade tão ciosamente oculta? É sua mulher, sua esposa, a companheira que Deus colocou ao seu lado. É essa pessoa que o vai conhecer e realmente saber quem você é! É ali que se evidencia o verdadeiro herói ou bandido, é ali naquela alcova que vai se definir quem é o verdadeiro e autêntico homem! Lá fora os homens vêem alguém vestido, bem aparamentado, ou alguém com uma palavra eloqüente –– mas é lá dentro de casa, quando descemos da tribuna, quando descemos do púlpito, é ali dentro do lar que vai se revelar o verdadeiro caráter, é ali dentro de casa, na nossa sala, com a família, é na alcova, com a esposa, que vai se evidenciar quem é você. Quem é o homem, quem é o herói.

 

O homem não esconde só a lepra física

Ali está o herói de guerra, Naamã, sendo aplaudido pela multidão. Mas quando chega em casa e se despe, aí aparece a sua lepra! Meus irmãos queridos. Naturalmente, eu não estou aqui querendo simplesmente adivinhar alguma coisa. Mas a natureza humana sempre leva para este roteiro. Nós encontramos muitas vezes homens que parecem extraordinários mas em breve algo revela sua verdadeira identidade. Há uns tempos atrás, eu estava verificando um senador, na época ministro do governo, homem para quem eu olhava e pensava, admirado, “este homem aqui é de uma integridade notável, este homem aqui tem uma integridade tremenda”, e todos lá fora o aplaudiam. Mas acontece que daqui há pouco se evidencia o seu adultério. Você imagina quando este homem chega em casa, a tristeza que ele vai causar. Você imagina aquele homem que faz tudo para demonstrar uma fachada, lá fora, mas quando chega em sua casa, toda a sua ira, toda a sua raiva, ela explode e é exposta, e de repente aquele homem polido, de palavras serenas, de palavras lindas, de repente cai em si e começa a chutar o cachorro, ameaça bater na mulher, pragueja a vida do filho –– enfim, é dentro de casa que se evidencia o autêntico e verdadeiro homem!

 

Deus reprova o dissimulado

Precisamos ter um cuidado muito grande. Para não ser uma pessoa de dupla personalidade: uma personalidade dentro de casa e uma personalidade na rua. Cuidado para que você lá fora não camufle aquilo que você é na realidade dentro da sua casa. Seja lá fora aquilo que você é aqui dentro, ou seja aqui dentro aquilo que você é lá fora. O homem de dupla personalidade é uma abominação a Deus. Deus não concorda com isto! É o tipo de pessoa que Ele abomina, abomina! Quantos e quantos obreiros, homens ilustres, líderes importantes, ministérios extraordinários estão à sua frente, pessoas que dão uma palavra e todo o mundo se cala, porque é uma palavra de sabedoria! mas quando chega em casa, deixa a sabedoria na porta da rua, do lado de fora, e assim que entra, é aquele homem carnal, homem que não refreia sua língua e seus instintos, mas revela abertamente a sua carnalidade; é ali que a sua lepra começa a aparecer, quando ele começa a se despir do seu eu aparente, dissimulado, e começa a surgir a trágica autenticidade daquele homem!

 

Também o homem simples pode ser tentado

Irmãos queridos, é preciso que tenhamos um cuidado muito grande. Não estou aqui simplesmente falando com pessoas proeminentes, que estão no senado, ou na câmara, ou em cima de um púlpito, mas eu estou falando com você que é um operário, que é um trabalhador braçal, que faz tudo lá fora para dar um bom testemunho para as pessoas que o rodeiam; de forma que as pessoas que estão ao seu lado estão dizendo: “Olhem, realmente este homem aqui tem um testemunho formidável, é uma pessoa honestíssima!” Mas quando chega em casa, a honestidade ficou na porta, do lado de fora! Aquele homem que dá um notável exemplo lá fora, deixou tudo para fora? E quando entra em casa, não há quem suporte, quem agüente? O fedor da lepra toma conta do ambiente? O que é isto? Nós não podemos, de forma nenhuma, ter uma dupla natureza. Nós precisamos ter uma natureza pura e santa, porque, diz a Bíblia, sede santos, como santo é o Senhor vosso Deus [ [2] ]. Como santo é o nosso Deus; a santidade convém realmente à casa do Senhor [ [3] ], convém a você que é um servo de Deus, sede santos em toda a vossa maneira de viver [ [4] ]. É isto que nós precisamos entender!

 

Uma serva orienta o seu poderoso senhor

Voltando à história de Naamã, diz-nos a Bíblia que o rei ao qual este homem servia como general, portanto o seu rei, ele sabia da sua história. E este homem, nas suas andanças, nas suas conquistas, um dia trouxe consigo entre os despojos dos conquistados uma mocinha hebréia, tomada como cativa. E fez daquela moça empregada em sua casa, para servir a sua mulher. E essa mocinha que estava dentro da casa de Naamã conhecia o seu problema. Você sabe que até os nossos empregados conhecem o verdadeiro homem dentro de casa. Sim, até a sua empregada sabe quem você é. Até a sua empregada conhece a sua atitude, porque está dentro de casa e vê continuamente o seu comportamento com seus filhos e com sua mulher; a sua empregada sabe também se você é leproso. Que por trás dessa capa, por baixo dessa indumentária, por baixo dessa farda existe uma lepra –– até a empregada sabe. E aquela mocinha, vendo a situação de Naamã, o que foi que ela fez? Ela conversou com a sua senhora, a sua patroa, e disse: “Olha, se o nosso general fosse a Samaria, lá existe na realidade um profeta que o pode ajudar”. Lá vive um homem de Deus, lá está alguém que o Senhor tem usado poderosamente não apenas para pregar a mensagem profética às nações, mas o poder de Deus também está sobre ele para fazer o bem, curar e resolver toda a sorte de problemas.

 

Podemos observar que este homem, Naamã, foi realmente orientado, como diz aqui o versículo dois: Saíram tropas da Síria, e da terra de Israel levaram cativa uma menina que ficou a serviço da mulher de Naamã. Disse ela a sua senhora: Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra. Então Naamã foi, e disse ao seu senhor: Assim e assim falou a jovem que é da terra de Israel. E naquele momento, com toda a certeza, ele era um homem que precisava de ajuda e Naamã reconhecia também a sua situação. Levou essa notícia ao monarca, e o rei também, querendo ajudar Naamã, porque há pessoas que são merecedoras do nosso auxílio, da nossa ajuda. Então foram e mandaram uma carta, carta de rei para rei, aqui está, do rei da Síria para o rei de Israel, mostrando a situação de Naamã. Avançando um pouco sobre a narrativa, a Bíblia diz que a receita dada a Naamã prescrevia que mergulhasse sete vezes no Rio Jordão –– versículo dez: Então Eliseu lhe mandou um mensageiro dizendo: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e ficarás limpo.

 

A receita do profeta para o GRANDE HOMEM

Eu quero que você preste atenção, agora, nos sete mergulhos de Naamã que propiciaram a cura desta lepra. Você que está lendo estas linhas neste momento, você sabe também da sua própria condição pessoal, você sabe quem você é, e que muitas vezes você tem chorado por causa dessa sua natureza. Que muito o entristece; e você gostaria de se ver livre dessa situação, dessa natureza, dessa carne que está podre, dessa lepra que o atingiu. Você quer se livrar dessa natureza, e eu quero lhe mostrar quais foram os sete mergulhos que Eliseu mandou que o militar desse, de modo a ficar completamente curado. Preste atenção. O primeiro mergulho está aqui no capítulo cinco, versículo primeiro: Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era grande homem –– grande homem –– diante do seu senhor e de muito conceito porque por ele o Senhor dera a vitória à Síria; era ele herói da guerra, porém leproso. Grande homem! Você já ouviu esta expressão alguma vez, grande homem de Deus? Eu quero dizer para você que, se é grande homem, não é de Deus. Compreende? Mas se nós mudarmos a nossa linguagem, um homem grandemente usado nas mãos de Deus, aí sim as coisas acontecem, porque você estará dando a glória ao nome do Senhor nosso Deus. E é justamente esta mania de grandeza que ostentam muitos de nossos líderes, tanto políticos, como os da área empresarial, e até eclesiástica. Deus tem dado a esses homens a oportunidade de crescer, são grandes homens, são homens extraordinários, reconhecidos pela sua capacidade e pela sua idoneidade. Mas o grande problema que existe no ser humano é esta expressão, grande homem: isso tufa o peito do homem, incha a sua carne e faz com que ele comece a tomar os louros da vitória conquistada por Deus para si. E essa pessoa começa a se engrandecer. Pois o primeiro mergulho que Naamã teria que dar era deixar este espírito de grandeza no fundo das águas do Rio Jordão; este primeiro mergulho deixaria Naamã curado desta lepra da grandeza. Grandeza! Quem é você? Você não é absolutamente nada sem Deus! Jesus disse: Sem mim nada podeis fazer! [ [5] ] O que é que nós somos? Apenas um vaso em Suas mãos! Então não permita que esse espírito de grandeza tome conta da sua vida, mas afogue esse homem, mergulhe-o na profundeza do Jordão, deixe-o afogado lá no fundo e saia dali uma criatura simples, para glorificar o nome do Senhor! É isto que Ele quer da sua vida, é isto que Ele quer de você! Dê esse primeiro mergulho, dê!

 

O segundo mergulho

Você vai sair da água, mas a lepra ainda vai continuar impregnada em seu corpo. Mas vamos prosseguir e ver qual é o segundo mergulho que precisamos dar. Você pode observar o que diz o versículo cinco: Respondeu o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. Ele partiu e levou consigo dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez vestes festivais. Levou também ao rei de Israel, a carta, que dizia: Logo, em chegando a ti esta carta, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o cures da sua lepra. Você prestou atenção na prepotência? Você está observando aqui esse espírito terrível que toma a conta de muita gente? Você sabe que quando uma pessoa é grande, ela quer que todo o mundo se incline perante ela. Ela quer que todo o mundo se ajoelhe, que venha beijar a sua mão. É por isso que os grandes homens são rodeados de bajuladores, pessoas que estão ali levando um copinho d’água para o chefe, levando ali, enfim, gestos que expressam subserviência –– você pode protestar e alegar que há exceções, e de fato assim é; está bom, tratar bem do chefe é visão do Senhor, e isto é uma coisa recomendável. Mas quando o espírito de bajulação começa a predominar e o indivíduo passa a tomar esse espírito de grandeza para si, então ele quer que todo o mundo se renda a seus pés. Olhe aqui o que essa carta dizia: Logo em chegando a ti esta carta, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o cures da sua lepra. “É para você fazer o que eu estou mandando! É para você obedecer aquilo que eu determino! É para você parar tudo o que está fazendo e vir ao meu encontro!” Meus queridos irmãos, esse espírito de grandeza, de prepotência, ele tem que ser afogado, tem que ser jogado nas profundezas do Rio Jordão, tem que ficar afogado ali para sempre! Acabe com essa história de onde você chegar sempre tem de estar uma comissão a esperá-lo! E de imediato alguém ali a lhe abanar! Com automóvel, ar condicionado e outras e outras coisas. Antes, glorifique a Deus, meu irmão, exalte o nome do Senhor! Meu amigo, você que é um político fluente, você que é um empresário bem sucedido, você que é um sacerdote de sucesso, cuidado, porque quando Deus tira a glória Dele de cima do homem, o homem não é absolutamente nada!

 

E o terceiro…

Vejamos aqui o terceiro mergulho. Os versículos nove e dez narram: Veio pois Naamã, com os seus cavalos, e o seu carro, e parou à porta da casa de Eliseu. Então Eliseu lhe mandou um mensageiro dizendo (…). Olhe só o que diz a Bíblia: veio Naamã com o seu cavalo, seus carros, com todo o seu séquito, com todo aquele aparato, com toda aquela sua grandeza, também, naturalmente, com aquele saco de dinheiro que estava ali, angariado com o fruto dos despojos de guerra, uma fortuna incrível –– pensando certamente que com isto iria comprar o servo de Deus. Pensando que dessa forma faria com que o nosso profeta fosse saindo da sua tenda e protestando: “Oh, Naamã, bem-vindo ao meu lar, minha casa, dê aqui um abraço no seu amigo, oh, que coisa boa, você estar aqui!” Porém o Profeta Eliseu sequer saiu da tenda! O profeta nem colocou a cara para fora, porque ele sabia ali na frente estava um homem leproso pela prepotência e a sua cura ia começar naquela austera recepção.

 

O homem esquece-se de que Deus é o senhor da prata e do ouro

O homem pensa que pode comprar tudo com a sua riqueza, sim, ele pensa desse modo! Ele acha que pode adquirir tudo com o seu dinheiro e, o que é pior, há muitas pessoas na igreja que estão na realidade se inclinando perante as ofertas dos grandes homens desta vida, estão indo atrás das riquezas dos homens do mundo e envolvendo a própria igreja do Senhor. De fato nós precisamos de dinheiro para a nossa obra, nós precisamos de dinheiro para os trabalhos sociais da igreja, realmente. Mas acontece que o nosso Chefe é outro: o nosso Chefe, a quem prestamos e prestaremos conta, Ele é o dono do ouro e da prata [ [6] ], e não precisamos andar nos arrastando aos pés de ninguém. O que cada obreiro precisa é manter a sua postura diante de Deus e ter a sua confiança voltada exclusivamente para Ele, e não colocar a sua confiança em homens [ [7] ]. E lá estava o que o profeta disse: “Vai, e lava-te sete vezes no Jordão”. Então Eliseu mandou um mensageiro. Nem ele foi, porque sabia da prepotência de Naamã. Ele sabia que a lepra de Naamã estava nessa área, a prepotência humana. E lá estava a sua instrução: vai e lava-te sete vezes no Jordão e a tua pele será restaurada e ficarás limpo.

 

Muito bem, você pode concluir que precisamos ter um cuidado muito grande com esta postura de que o dinheiro compra tudo, essa presunção de você chegar e querer impressionar. Neste caso Naamã chegou impressionando! Diz o texto bíblico que Naamã chegou os seus cavalos, os seus carros, todo aquele aparato, todo aquele seu séquito, toda aquela turba que o acompanhava, com bandeiras, naturalmente da Síria, não é?, e com toda a sua banda de música; param na frente da tenda do profeta. É querer impressionar. Há pessoas que gostam de impressionar com carros importados, muitos carros; às vezes a garagem já nem comporta mais carro algum, porque é carro para o pai, para filho, para empregado, para tudo; e quando chega, chega impressionando! Não precisamos disso, irmão! Sabe o que é que Eliseu está dizendo aqui? Mergulhe isso no Jordão. Jogue tudo isso na profundeza do rio, afogue esse negócio de grandeza na sua vida, mande isso para as profundezas do rio, e deixe que a correnteza vai levar, sabe para onde? Lá para o Mar Morto, ali que é o lugar dessa lixeira! É o Mar Morto que recebe essas podridões; deixe que o Jordão leve para lá, não fique com essa coisa!

 

Você precisa apenas de uma coisa nesta vida, sabe qual é? A presença do Espírito de Deus no seu coração, é isto que você precisa! É deste poder que o vai levar a uma vida cristã vitoriosa, na presença do Senhor! Em seguida vamos verificar, naturalmente, o quarto mergulho que é necessário. E depois, o quinto, o sexto e o sétimo.

 

… e o quarto mergulho…

Muito bem, vamos então ver o quarto mergulho que nós precisamos dar. O versículo onze diz o seguinte: Naamã, porém, muito se indignou, e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo, por-se-ia de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra, e restauraria o leproso. Olhe só o que diz aqui o trecho bíblico: Naamã, porém, muito se indignou. Há pessoas na realidade que têm um espírito de indignação tão horrível na vida que não há quem agüente, não há quem suporte. Pessoas que vivem indignadas com tudo e com todos. É indignado com aquele seu subordinado, aquele seu secretário, aquele diácono, aquele presbítero –– enfim, indignado com tudo; e quando as coisas não acontecem como ele quer, como deseja, como está pensando, então, pronto, ele “solta os animais” de uma forma terrível, porque ninguém está fazendo justamente aquilo que ele quer. São pessoas egocêntricas, que querem que todos estejam trabalhando para ele, que exige ser o centro das atenções. Então, quando Naamã viu que o profeta não aparecia pessoalmente, deve ter considerado: “Eu pensava que ele viesse aqui na minha frente, eu na verdade esperava que ele viesse se ajoelhar aqui, e orar por mim, colocar a mão em cima da minha lepra, e curar o leproso; mas mandar-me tomar banho naquele rio de água suja, que é o Rio Jordão? Não, olha, eu sou muito alto para descer num rio desse! Eu sou um general! Você acha que eu vou tomar banho num ribeirinho qualquer desse aqui?” Porque é certo que o Rio Jordão é um rio de águas barrentas, mas o homem na sua prepotência não admite descer do seu pedestal: ele quer que as coisas aconteçam exatamente como quer, como deseja, como previu. Então dificilmente essa pessoa vai ser curada da sua lepra. O elemento que é egocêntrico e quer que tudo gire em torno dos seus interesses, que acha que tudo tem de se inclinar e se encurvar perante ele, esta pessoa nunca vai prosperar na presença de Deus. Nunca. Jesus disse: “Ouçam, quem quiser ser o maior, seja aquele que serve, seja aquele que se inclina; Eu vos dei o exemplo. Eu, sendo o Rei dos reis e Senhor dos senhores, Eu me inclinei, justamente para lavar os pés das pessoas aqui, dos apóstolos, dos discípulos. [ [8] ]” E as pessoas querem, com esse espírito de grandeza, ser alguma coisa! Aqui está, vai continuar com a sua leprazinha aí. Você vai continuar como está, se não descer, se não sair e vier até o Jordão. Então você pode observar e refletir sobre isso.

… o quinto e o sexto

O quinto mergulho que temos nesta lição salta das seguintes palavras de Naamã: Não são porventura Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não poderia eu lavar-me neles e ficar limpo? E voltou-se e foi com indignação. Olhe só isto: não são porventura Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? É justamente isso: o melhor é o meu, o superior é o meu, eu sou o superior, esse lugar deve ser meu, essa posição deve ser minha, eu que tenho o melhor preparo, eu que tenho melhores condições, eu que naturalmente estou em condições de assumir, de ser, de ter, de possuir, de comandar, sou eu! Sempre o melhor é o seu, o dos outros não vale nada. Menosprezar o que os outros têm, denegrir a imagem do outro, isto é muito importante, isso faz bem para o ego daquelas pessoas prepotentes! Mas quando o profeta mandou, “mergulha-te no Jordão!” –– “Eh, eu, trocar os rios de Damasco pelo Jordão aqui? Nunca! Nunca! Descer? Eu tenho coisas melhores do que estas!” Pois bem, Naamã, você vai continuar com a sua lepra. Enquanto você não mergulhar esse seu orgulho, esse seu bairrismo, enquanto você não jogar isso na profundeza do Jordão, você vai continuar com a sua lepra, vai permanecer leproso, meu filho. E diz aqui ainda, sobre o sexto mergulho, não poderia eu lavar-me neles, e ficar limpo? Voltou-se e se foi com indignação. O que revela Naamã como um homem carnal, homem que não se submete, que não está disposto a pagar o preço. E indignou-se! Indignação é obra da carne. Ele era um homem carnal, e enquanto essa carnalidade tomar conta da vida do homem, ele vai continuar com a sua lepra; mas no momento em que ele mergulhar isso no Jordão, ele vai ser livre, vai ser limpo pelo poder do nome do Senhor!

 

O mergulho final

Sétimo mergulho. Então se chegaram a ele os seus oficiais e lhe disseram: Meu pai, se te houvesse dito o profeta alguma coisa difícil, acaso não a farias? Quanto mais, já que apenas te disse, lava-te e ficarás limpo. Então desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, consoante a palavra do homem de Deus, e a sua carne se tornou como a carne de uma criança, e ficou limpo. Então desceu e mergulhou: o sétimo mergulho é o mergulho da humildade, é o mergulho da submissão, é o mergulho em que você deixa lá no fundo toda a grandeza, toda a prepotência, toda a sua carnalidade, é o mergulho que você deixa lá no fundo todo o seu bairrismo, todo o seu ego –– é o mergulho da humildade. Pois diz aqui, então desceu. O caminho para o homem subir é descer!

 

Uma ilustração na nossa época

Há uns dias atrás entrei num elevador; quando o elevador deu partida, lotado de pessoas, fui inspirado a fazer uma pergunta naquele instante para o ascensorista, um amigo meu, e perguntei-lhe: “O que é que sobe para baixo?” O que é que sobe para baixo? Todo o mundo silenciou, no elevador. Sobe para baixo? O que sobe, sobe, o que desce, desce. Mas subir para baixo?! E ouvi a interrogação na mente das pessoas que estavam ali. E antes que o elevador parasse o meu amigo ascensorista disse: “Pastor, eu não sei”. Então expliquei: “É o cristão; porque quanto mais ele se humilha, mais Deus o exalta! Quanto mais ele desce, mais Deus o levanta. Quanto mais ele se achega à presença de Deus, e se ajoelha, mais Deus o sobressai.”

 

Então Naamã desceu e mergulhou. Meu querido amigo empresário, meu prezado amigo político, meu querido irmão sacerdote de Deus, aqui está o caminho para se livrar da lepra, é o caminho da humildade. É quando você está disposto a descer. Desça por um instante, desça por alguns momentos, desça e, além de descer, mergulhe na obediência do homem de Deus, mergulhe na obediência da palavra que está sendo proferida, mergulhe nesta submissão –– que você vai sair desse Jordão completamente limpo da sua lepra. Foi justamente isso que aconteceu na vida de Naamã quando o homem ressurgiu da água! Quando ele deixou lá no fundo um leproso, e surgiu agora uma nova criatura, glorificado seja Deus!

 

A Bíblia assevera que quem está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas passaram e eis que tudo se fez novo [ [9] ]. Hoje mesmo, se você tiver condições e puder, desça, mergulhe, aprofunde-se no Rio Jordão, e você vai sentir o poder de Deus fruir na sua vida; e a cura virá de uma maneira sobrenatural sobre todos os ângulos do seu viver. E você vai experimentar como é viver sob o maravilhoso poder de Deus.

[ [1] ] II Coríntios 2:16.

[ [2] ] Levítico 11:44.

[ [3] ] Salmos 93:5.

[ [4] ] I Pedro 1:15.

[ [5] ] João 15:5.

[ [6] ] Ageu 2:8.

[ [7] ] Jeremias 17:4-7.

[ [8] ] Baseado em João 13:5.

[ [9] ] ii coríntios 5;17.