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ANIMAIS LIMPOS E IMPUROS

Toda mecanismo complexo tem um manual

Queremos falar neste momento ao seu coração sobre animais limpos e animais impuros. Parece até um tema assim meio esdrúxulo, mas contém uma lição muito grande para a nossa vida. Você sabe que o Deus que fez o homem conhece o que é bom para a Sua criatura. Ele deixou o manual do fabricante, a própria Bíblia Sagrada. Você, quando compra uma máquina, um equipamento, um objeto, todos eles geralmente vêm com um manual. O manual é para ser lido antes que você aperte qualquer botão. Porque há pessoas que compram um aparelho e assim que chegam em casa já vão metendo o dedo em tudo quanto é botão, sem olhar o… o manual do fabricante. Daqui há pouco liga para a loja: “olha, não funciona”. Aí o técnico vai perguntar: “Você ligou a tomada? –– Ah, mas tem tomada?” A pessoa nem tomou o manual nas mãos. O homem erra, diz a Bíblia, por não conhecer a Escritura e nem o poder de Deus [ [1] ]. o livro que nós chamamos de bíblia sagrada, esse é o manual do ser humano. Por que as pessoas sofrem, por que batem a cabeça? Justamente porque Deus orienta, mas as pessoas não querem a orientação divina; não observam o manual do fabricante, que é a Bíblia Sagrada, e por isso as pessoas sofrem. E Deus é tão preciso e tão maravilhoso naquilo que faz, que Ele procura realizar a perfeição sempre, como diz a Bíblia. Ele fez todas as coisas e avaliou que tudo era muito bom, era tudo perfeito [ [2] ]. Aquilo que Deus faz é perfeito. Deus, antes de ter feito o homem, fez naturalmente aquilo que lhe serviria de alimento. E os alimentos que Deus deixou na face da Terra eram todos do chamado reino vegetal. Antes do Dilúvio, o homem era estritamente vegetariano. O homem só viraria carnívoro depois do Dilúvio; e dali para frente o homem se tornou predominantemente carnívoro. Mas antes do Dilúvio era simplesmente um vegetariano. E era esse regime que lhe trazia saúde, vigor, longevidade e outros detalhes que formavam este quadro da saúde do homem. Mas mesmo depois do Dilúvio, desse juízo tremendo, quando Deus permitiu que o homem se alimentasse de animais, de peixes, e outras coisas mais, como Deus sabia o que tinha feito, Ele sabia o que é bom e o que não prestava para ser comido pelo homem.

 

O homem não abre o seu próprio manual

Mas o homem é tão inescrupuloso que “não quer nem saber”. Ele come é que aquilo lhe vai bem no paladar, não é? Então, quando o homem vê uma carne de porco assim bem temperada e assada, aquele cheiro, ele nem quer saber o que está por trás daquilo, não; ele quer é saber do paladar, quer saber do gosto; e ele adiciona aquela carne à sua alimentação sem se preocupar com o prejuízo que isso pode causar mais adiante, à sua saúde. E Deus, na Sua infinita misericórdia, estabeleceu inclusive o cardápio para que o homem pudesse se alimentar e ter uma saúde perfeita. Você sabe, por exemplo, que nós nos encontramos diante de um mundo doente; o câncer, a doença do século, até hoje não tem cura. Ora, o índice de câncer entre o povo judeu é o menor que existe na face da Terra; também, entre os judeus, é muito reduzido o índice de certas doenças geneticamente transmissíveis. Não se vêem muitas dessas doenças entre o povo judeu porque eles naturalmente ainda observam o cardápio estabelecido por Deus. Pois sabem que quando Deus fala é porque Ele tem razão.

 

O manual de Deus é bem detalhado

O cardápio estabelecido por Deus com a indicação daquilo que o homem podia comer e daquilo que não deveria comer encontra-se  no capítulo onze do Livro de Levítico. E eu quero que você abra a sua Bíblia agora, em Levítico, capítulo onze, onde vamos ler o seguinte, a partir do versículo primeiro: Falou mais o Senhor a Moisés e Arão, dizendo: Dizei aos filhos de Israel: São estes os animais que comereis. Observe aqui, são estes os animais que podem ser comidos. De todos os quadrúpedes que há sobre a terra: todo o que tem unha fendida, e o casco divide em dois, e rumina, entre os animais, este comereis. Porém estes aqui vocês não devem comer: Dos que ruminam, dos que têm unha fendida, o camelo que rumina, mas não tem unha fendida; este vos será imundo; o arganaz, porque rumina, mas não tem unhas fendidas; este vos será imundo. Então Deus deixou uma identidade muito perfeita para que o homem pudesse observar quais eram os tipos de quadrúpedes que poderiam ser comidos. E assim nós observamos que Deus deixou uma marca que permite perfeitamente ao homem distinguir o animal limpo do animal que é imundo, daquele que é bom para ser comido e daquele que é nocivo para o organismo humano. Deus, que é o Criador, Ele fez, Ele sabe. Ele sabe o que é bom para a sua saúde. O homem adoece porque não obedece àquilo que Deus determina. E aqui nós encontramos a regra, no manual do Criador: todos os que têm as unhas fendidas, o casco divide em dois e rumina, não é? Aqui está, esse animal é bom, pode servir de alimento. Unha fendida. Por que a vaca é um animal limpo, por que? Porque a vaca e o boi têm o casco fendido, e ambos são animais que ruminam, não é? Então apresentam essas duas características: ruminam e têm o casco fendido. Mas você não pode comer uma carne de porco porque o porco, não obstante ter o casco fendido, ele não rumina. E o camelo? O camelo rumina, mas não tem o casco fendido. É aquela pataca. O cavalo não é para ser comido, pois não tem o casco fendido. Então você pode observar que há animais que ruminam mas não têm o casco fendido. E outros têm o casco inteiro e ruminam. Mas qual é o que pode ser comido? Aquele que tem o casco fendido, divide em dois,  e rumina. Esse animal é limpo, é puro. Esse animal pode ser comido porque pertence ao cardápio divino da alimentação para o homem.

 

A lei da dupla referência

Porém, meus irmãos, eu quero informar que a Bíblia guarda em suas páginas uma lei, chamada lei da dupla referência. O que é isso? A Bíblia, ao mesmo tempo em que mostra o fato histórico, ou um acontecimento, por trás daquele fato, daquele episódio, daquela história, há sempre uma lição espiritual. E aqui, neste cardápio divino, nós encontramos também uma lição espiritual; e que lição espiritual é esta? Você sabe que Deus está falando aqui sobre esses animais; mas você sabe que o ser humano é considerado como animal principalmente no que tange à cultura judaica. No âmbito da cultura judaica, por exemplo, naquele tempo, em plena vigência da Lei, Israel não podia se misturar porque estaria se misturando com pessoas que tinham características animalescas. Isto é, quem não fosse filho de Israel não podia se casar com alguém de outra raça: prevalecia o princípio do ser puro e impuro. Agora abra a sua Bíblia no capítulo dez de Atos e verifique o que eu estou dizendo aqui. Do versículo nove em diante está escrito assim: No dia seguinte, indo eles de caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao eirado, por volta da hora sexta, a fim de orar. No cronômetro judaico, a hora sexta é meio dia. Pois no relógio do judeu, a primeira hora são as primeiras horas da manhã. Seis horas da manhã, quando o dia está começando, é zero horas. “Nossas” sete horas atuais correspondem à primeira hora do dia. Terceira hora é então nove horas da manhã. Sexta hora é meio dia. E nesse horário Pedro está aqui a fim de orar. E diz o versículo dez: Estando com fome, quis comer, mas enquanto lhe preparavam a comida, sobreveio-lhe um êxtase; então viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas, contendo toda a sorte de quadrúpedes, de répteis da terra e aves do céu. E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro, mata e come. Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor, porque jamais comi coisa alguma comum ou imunda. Pedro nunca tinha comido um animal fora do cardápio divino. Segunda vez a voz lhe falou: ao que Deus purificou, não consideres comum. Sucedeu isto por três vezes, e logo aquele objeto foi recolhido ao céu. E a continuação da história? Como você sabe, o centurião Cornélio estava orando quando teve a visão de um varão que o mandava chamar Pedro para ir até sua casa. Assim ele fez; e quando Pedro chegou à casa de Cornélio, centurião romano, homem encarregado de uma centúria ou de um pelotão, exatamente um gentio, ou estrangeiro, a casa estava lotada. Pedro não podia entrar naquela casa porque a um judeu era vedado entrar na habitação de gentios, ou seres impuros; mas Pedro fora guiado até ali por uma instrução divina. Então, enchendo-se de determinação, entrou na casa do centurião Cornélio. E quando Pedro o fez, aí ele entendeu perfeitamente o sentido da visão, quando lhe dizia: “Pedro, aquilo que Deus purificou, aquilo que Deus purificou, não consideres comum, não consideres imundo”. E naquele preciso momento Pedro entendeu a visão do lençol cheio de répteis, de quadrúpedes, de aves do céu: tudo aquilo se referia aos gentios, à humanidade –– aquele lençol cheio de animais era justamente uma figuração do ser humano.

 

Aplicando a lei da dupla referência ao cardápio

Pois bem, voltando ao capítulo onze do Livro de Levítico, aqui diz a Escritura Sagrada que é para comer aquele quadrúpede que tem o casco fendido, não é? E rumina, estas duas características. Então o que acontecia: quando o judeu ia para uma caçada, a primeira coisa que fazia era procurar os rastros de um animal. Veja bem: ao encontrar o rastro daquele animal, ele avaliava se aquilo era pista de um quadrúpede de casco fendido. Se fosse, prosseguia na sua caçada, orientando-se por aqueles vestígios; mas se fosse um casco sem fenda, como de um cavalo ou de um camelo, por exemplo, ele nem ia mais atrás, porque não era um animal que pudesse servir de alimento. Mas podia ser que aquele rastro fosse deixado por um animal de casco fendido, quem sabe um veado, uma ovelha ou um porco, e então ele prosseguia ao encontro daquele animal. Note que o caçador achou a primeira identidade, o rastro deixado pelo animal; agora precisava encontrar a segunda identidade, e qual era ela? Saber se este animal ruminava.

 

Você sabe que o processo de ruminar existe em determinados animais quadrúpedes, que não têm um estômago para digerir o alimento. O animal está no pasto, ingere o capim e depois vai para uma sombra; fica quieto ali, e aquele bolo alimentar que ele engoliu, aquilo volta à sua boca, e ele vai então remoer; remoer é comer pela segunda vez. Primeiro ele engoliu inteiro; depois aquilo vai e volta, até se tornar em estado pastoso, e então ali está o seu alimento. Pois bem, quando o judeu encontrava o rastro daquele animal, rastro de cascos fendidos, ele já sabia que aquele rastro devia ser seguido; passava portanto a buscar a sua segunda identidade. Qual era? Se aquele animal ruminava. Portanto, continuava, e lá adiante descobria se o animal era um ruminante ou não. Se fosse um ruminante, a caça podia ser abatida, porque se tratava de um animal limpo, e servia de alimentação. Caso contrário, tratava-se de animal impuro e não podia ser ingerido.

 

As duas referências aplicadas aos seres humanos

Pois bem, meus queridos irmãos, já que os animais quadrúpedes, répteis e aves que estavam naquele lençol visto pelo Apóstolo São Pedro, aquilo se referia a seres humanos, você pode deduzir também que existem seres humanos com essas duas características. Ora, como é que você conhece quando uma pessoa é correta? Quando uma pessoa é limpa, quando uma pessoa é santa? É quando ela tem essas duas características.  Primeiro, um crente, um homem, para ser santo, ele tem que saber que tipo de rastro está deixando. Será que está deixando o rastro de um animal de casco fendido ou é aquela pataca de cavalo, que vai deixando um rastro horrível por onde passa? O que quer dizer isto, irmãos queridos?

 

Você sabe que um autêntico servo de Deus, que está na contínua expectativa da volta de Jesus Cristo, seu Salvador, ele deixa rastros na terra, deixa rastros neste mundo. O crente, por onde passa, deixa rastro –– ou rastro de um casco fendido, de um animal limpo, ou o chaboque de um cavalo, de um camelo, que são aquelas verdadeiras patacas. O que é isso? É o procedimento. Você sabe que há crentes que, infelizmente, por onde passam, deixam um rastro terrível. É aquele crente mal pagador, é aquela pessoa que compra e não paga, é aquele que mete cheque sem fundo na praça e depois os seus credores andam colocando o seu nome no Serviço de Proteção ao Crédito, aí na cidade! É aquela pessoa que não sabe tratar bem as pessoas, é um verdadeiro quadrúpede em relação ao seu semelhante. São aquelas pessoas brutas, duras, aquele tipo de pessoa violenta que, na vizinhança, deixa um rastro horrível. Mas o autêntico cristão, por onde passa, deixa o rastro de um animal limpo. Por onde ele passa as pessoas podem até dizer, “eu reconheço que esse homem é um verdadeiro homem de Deus!” Por que? Porque vai deixando o rastro de um casco fendido, de um animal limpo, de um animal puro. Que pode ser comido, que pode ser levado para a glória eterna, é isto que nós precisamos saber! Que rastro estamos deixando na terra? Que rastro estamos deixando por onde nós passamos? Que tipo de pegadas nós estamos deixando no banco, no comércio, na vizinhança, na empresa –– é de um animal de casco fendido ou é daquele animal de casco pesado, duro e inteiro, como o chaboque do casco de um cavalo, ou de um camelo?

 

É preciso, meu querido irmão, é preciso que você entenda que Deus tem, na Bíblia, esta lei da dupla referência. Ao mesmo tempo que Ele estava mostrando para o judeu qual o animal limpo, ele está mostrando qual é o crente sadio, o crente santo, o crente que dá o testemunho de um verdadeiro servo de Deus. Se o seu casco revela esta natureza dura e hostil, deixando rastro como o do chaboque do  pé de um cavalo, corra para os braços do Senhor. Ele pode fazer uma cirurgia e mudar esse seu comportamento; Ele pode mudar essa natureza. Pois Ele é o autor da vida e portanto Ele pode fazer desta velha, uma nova criatura. Glorificado seja o nome do Senhor Jesus para sempre!

 

O crente comparado ao ruminante

Muito bem, vamos tratar agora de um segundo tipo de animal. Até aqui falamos apenas dos quadrúpedes, não é? Apenas dos quadrúpedes. E, com referência a esses quadrúpedes, não falamos da segunda característica. Preste atenção agora, sobre qual é esta segunda característica: é que o animal limpo não apenas tem o casco fendido, mas rumina. Ruminar, como já falei, é aquele processo em que o ruminante engole o pasto inteiro, depois pára; e aquilo que engoliu volta à sua boca para ser remoído. Irmãos queridos, o verdadeiro cristão, o verdadeiro crente, o crente de casco fendido é aquele que recebe o alimento de seu pastor, é aquele que recebe o alimento na sua igreja, é aquele que recebe a mensagem, e depois pára para remoer; é quando ele vai meditar, é quando ele vai analisar, é quando ele faz como os bereanos fizeram [ [3] ], no tempo do Apóstolo São Paulo, lá na Grécia. Quando Paulo pregou na Grécia, os bereanos que estavam ali disseram: “Ouça, Paulo, a respeito daquilo que você disse, eu vou analisar para ver se é assim mesmo!” Pois bem, o autêntico animal que rumina, ou o crente fiel a Deus é aquele que recebe a mensagem, e depois pára para remoer; é quando vai relembrar, é quando pára para reler a Bíblia, para rememorizar aquelas palavras que foram ditas pelo seu pastor, pelo ministro do Evangelho, eis que aquilo vai servir de alimento para a sua própria existência, para sua própria vida, glorificado seja o nome de Jesus para sempre!

 

A regra para os animais marinhos

Mas vamos agora a uma segunda categoria. A segunda categoria está aqui no versículo nove do capítulo onze de Levítico. Veja bem, estamos analisando Levítico, capitulo onze, o cardápio de Deus para o povo judeu. E o versículo nove diz o seguinte: De todos os animais que há nas águas comereis os seguintes, todo o que tem barbatanas e escamas, nos mares e nos rios, esses comereis. Porém todo o que não tem barbatanas, nem escamas, nos mares e nos rios, todos os que chamei às águas, e todo o ser vivente que há nas águas, estes serão para vós outros abominação. Ser-vos-ão pois por abominação, da sua carne não comereis, e abominareis os seus cadáveres; todo o que nas águas não tem barbatanas ou escamas será para vós outros abominação. E então aqui está falando sobre peixe, o cardume de peixes. Como é que um judeu pode conhecer um peixe, quando pertence e quando está excluído do cardápio divino? Então temos aqui duas características interessantes para você descobrir quando o peixe é bom e quando o peixe é imprestável como alimento. Para ser comido, precisa apresentar duas características: primeira, ter barbatana; segunda, ter escamas. Se o peixe que você está comendo não tem essas duas características, ou tem apenas uma delas, você pode deixar de lado, porque é um tipo de peixe que não presta para ser comido. Lá na Amazônia há, por exemplo, um peixe muito comum naquela área, que se chama surubim. O surubim é um peixe que possui barbatana, mas é um peixe sem escamas. De acordo com pesquisas biológicas feitas na Amazônia, esse peixe é considerado um agente disseminador da lepra entre os amazônidas; e nós sabemos que a Amazônia é região onde ocorre um dos maiores índices de incidência de lepra no país. Eu já visitei leprosários ali no Amazonas e pude verificar verdadeiras cidades de leprosos que existem naquela área. Bom, não vamos resumir um problema tão complexo assim desta forma, radicalmente. Mas ali está o surubim: é um tipo de peixe que tem barbatana mas não tem escama, não serve para alimento, como diz a Bíblia, e está envolvido na cadeia da transmissão lepra.

 

Mas você também vai encontrar por exemplo a cobra, que tem escamas mas não tem barbatana. Então é animal imundo, impuro. Mas quando você vê uma merlusa, que tem a barbatana e que tem a escama, quando você vê a sardinha, que tem barbatana e tem escama, então você identifica que são peixes limpos, peixes sadios para serem comidos. Mas você não pode comer um tubarão; o tubarão, na realidade, tem barbatana, mas não tem escama: é um peixe liso, um peixe de couro, de pele, e por isso não pode ser comido. Agora, considere que esses peixes que pertencem e não pertencem ao cardápio divino, que são bons ou que não prestam para a saúde do povo judeu, tudo isto também é válido para nós e para todos os humanos em todas as épocas. Mas vamos analisar mais um pouco quais são os peixes e os enxames que estão no mar, ou nas águas, que nos são nocivos. Por exemplo, imagine, na realidade, o jacaré. Jacaré tem escama, mas não tem barbatana. Você vê a cobra que tem escama, mas não tem barbatana. Você vê o tubarão, que tem barbatana, mas não tem escama. Estes são animais carnívoros, são animais que comem carne, estes você tem que excluir do seu cardápio!

 

A propósito, o que é que significa ter escamas? Escama sugere proteção. Os peixes do fundo do mar precisam ser protegidos, e a escama serve de proteção para os animais. E é isto que o Apóstolo São Paulo declara na carta aos Efésios, “revesti-vos de toda a armadura de Deus”. O crente que não tem essa armadura é um peixe sem escamas, está desprotegido, pode ser atingido pelos dardos inflamados do maligno, a qualquer momento, a qualquer instante! Assim como o peixe sem escamas pode ser atingido justamente pelos outros animais que estão no fundo do mar, assim também o crente pode ser atingido pelos dardos inflamados do maligno. Você precisa ter essa armadura, que são como as escamas desse peixe. E, segunda característica, você sabe, os peixes que têm barbatanas (aquelas abas ou nadadeiras que ajudam no movimento e na orientação), também têm um fiapo na cabeça, como se fosse um bigode; aquilo serve de sensor. Nas profundezas do mar, onde a luz não chega, os animais, os peixes, eles se deslocam por meio daquele sensor. Aquele sensor vai na frente. Você conhece a barata. Você já reparou numa barata? Ela tem aquelas antenas enormes, que poderíamos comparar a barbatanazinhas; antes dela colocar a cabeça para fora do abrigo onde se acha, ela primeiro manda a barbatana, que tem sensibilidade e permite saber quando pode continuar ou quando tem de voltar. Aquilo é um sensor de grande alcance, muito precioso. Ainda que o animal ande nas profundezas do mar, escuro, onde o sol não chega, onde a claridade não se manifesta, através daquelas barbatanas, que servem como sensor, o animal orienta-se em seu caminho com segurança. Irmãos queridos, o autêntico cristão, o autêntico crente, ele tem esse sensor na sua vida, que é a presença gloriosa do Espírito Santo; é este divino Espírito que mostra o caminho por onde você deve andar. Ele alerta dos perigos da vida, e faz com que você retroceda ou com que você continue, com segurança. Nós precisamos ter essas duas identidades. Ter escamas e ter barbatanas, para sermos crentes realmente aprovados, classificados como limpos na presença do Senhor! Animais que não têm escamas normalmente são carnívoros. E um crente carnal é um problema sério, sabe disso? Mas vamos ver uma terceira característica ainda.

 

As aves puras e impuras

Muito bem, vamos agora para o versículo treze, tomar conhecimento da terceira categoria de animais que Deus mostra quando são limpos e quando são impuros. Diz aqui o versículo treze: Das aves – primeiro falamos sobre quadrúpedes, depois sobre os peixes, agora sobre as aves, que são comíveis ou não, dentro do cardápio divino – das aves, estas abominareis; não se comerão, serão abominação: a águia, o quebrantosso, a águia marinha, o milhano, o falcão segundo a sua espécie, todo o corvo, segundo a sua espécie, o avestruz, a coruja, a gaivota, o gavião, segundo a sua espécie; o mocho, o corvo marinho, o íbis, a gralha, o pelicano e o abutre, a cegonha, a garça segundo a sua espécie, a poupa e o morcego. Na questão das aves Deus não definiu duas características, à semelhança do que fizera com respeito aos quadrúpedes e também aos peixes; assim, quanto às aves, será difícil você encontrar duas características distintivas. Deus simplesmente relacionou as aves que não podem ser comidas. Excetuando estas, as outras são limpas. Então quais são? Ele relacionou quais tipos de aves são imundas, impuras. Aí estão: a águia marinha, o milhano, o falcão, o corvo, segundo a sua espécie, o avestruz – que tipo de aves são essas? São justamente aquelas aves carnívoras; além de carnívoras, algumas são aves que só comem carniça, coisa podre, compreendeu? Conhecemos bem no nosso país o urubu, que só come carniça. Mas além de comer carne e carniça, na relação de aves impuras encontramos aqui o avestruz.

 

É um tipo de ave que não sabe selecionar a sua alimentação. O avestruz come tudo o que ele encontra pelo caminho. Um tempo desses foram ver um avestruz que estava doente, e quando tiraram uma chapa do papo dele, o bicho havia engolido um cadeado. Neste sentido, o que vem a ser um animal impuro? É justamente este que não sabe selecionar a sua alimentação, aquele que é carnívoro, aquele que come coisas podres, coisas que não prestam. Na verdade nós encontramos hoje muitas pessoas que estão classificadas assim como essas aves, impuras, que não sabem selecionar a sua alimentação e comem tudo que é coisa podre pelo meio do caminho. Muitas vezes é o marido que tem sua esposa em casa, mas vai atrás de um prostíbulo, atrás da homossexualidade; é um animal carnívoro, uma ave carnívora, que não está no cardápio divino. Outros são como o avestruz, que come tudo e não sabe selecionar nada. Há pessoas que, infelizmente, você não as vê numa livraria evangélica; você vai encontrar certos crentes em livraria secular, onde é cheio de revistas obscenas, é “playboy”, é revista “gay”, é sabe-se lá o que mais –– não sabem selecionar o que lêem. Lêem tudo quanto é imundície que encontram pelo caminho, como verdadeiras aves imundas, que não sabem selecionar aquilo de que se alimentam, aquilo que comem. Eu digo com toda a sinceridade, tenho vergonha de entrar com uma filha minha numa livraria secular, porque é só nudez, é só sexo explícito, e aquilo em cores; e há crente que infelizmente compra esta imundícia. São verdadeiras aves que não sabem selecionar a sua alimentação.

 

Mas porque é que você come uma galinha? Um frango, por que? Porque o frango tem o seu alimento selecionado, o frango sabe comer o milho, o pombo sabe selecionar a sua alimentação, e muitas outras aves sabem selecionar aquilo que comem. É por isso que são comíveis o frango, a galinha, o peru, e outros mais, porque estas aves sabem selecionar aquilo que comem, é por isso que são limpas. Então o autêntico crente sabe selecionar aquilo que ele vai ler, o ambiente que ele vai freqüentar, onde vai ser encontrado; ele não come qualquer imundície do mundo por aí, não, horas e horas absorvido e engolido em podridão que vem através da televisão e suas novelas. Mas o outro tipo de crente, o que não sabe selecionar, esse não sabe ir a um culto, não sabe ler a Bíblia; a Bíblia fica relegada a um segundo plano. Não tem um livro evangélico para a sua meditação! Meu querido irmão, saiba selecionar aquilo com que você se alimenta, e você vai ser um autêntico animal limpo, sadio, para a glória do nome do Senhor Jesus Cristo, louvado seja o Seu nome para sempre!

 

Muito bem, saiba selecionar o que você come. Saiba selecionar a sua leitura, saiba selecionar as suas companhias, saiba selecionar os ambientes aonde você anda, e você vai ver a glória de Deus vir sobre a sua vida de uma maneira toda especial.

 

Há inseto que pode ser comido

Vamos agora a uma quarta e última classificação do cardápio divino, entre animais limpos e animais imundos, que é o tema de nossa mensagem. No versículo vinte, observe o que diz aqui a Bíblia: Todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés, será para vós outros abominação. Mas de todo o inseto que voa, que anda sobre as quatro pés, cujas pernas traseiras são mais compridas, para saltar com elas, sobre a terra, estes comereis. Aqui este cardápio divino proíbe você de comer barata, comer aranha, comer centopéia, comer escorpião. Aqui a Bíblia excetua tudo isso; e qual é o tipo de inseto que pode pertencer ao cardápio divino? Você vai ver que o gafanhoto e o grilo fazem parte deste cardápio divino! Você se lembra que João Batista se alimentava de gafanhoto e de mel silvestre? Porque o gafanhoto faz parte do cardápio divino. É um inseto limpo, é um inseto puro, que pode ser comido! Mas como é que você identifica quando um inseto é limpo? Porque independentemente dele voar, diz aqui o trecho bíblico, as suas patas traseiras são maiores do que as demais, e estão sempre preparadas para saltar. Eu não sei se você já observou um gafanhoto, direitinho. Se você já observou um grilo, com cuidado. Normalmente possuem as patas traseiras maiores que as outras; quando você se aproxima, ele usa aquelas patas para saltar; assim também é o grilo, que no cardápio divino é um inseto limpo. Então aqui está a identidade perfeita: você já viu um gafanhoto morto? Até morto, você observa que o gafanhoto mantém as pernas pronto para saltar; um grilo, quando morre, e seca, suas pernas traseiras ficam sempre retesadas, como se estivesse pronto para saltar.

 

Pois bem, meu irmão querido, é aqui que você identifica um crente limpo, nesta categoria dos insetos. É aqui que você reconhece o autêntico crente. Sabe qual é? É aquele que está pronto para saltar, é aquele que está sempre preparado para o arrebatamento, é aquele que está com as suas patas traseiras sempre prontas para partir para a glória, para partir para a eternidade! É aquele crente que, quando você lhe pergunta, “você está esperando Jesus hoje?”, ele responde de imediato, “eu estou pronto, esperando Jesus a qualquer momento!” Este é o crente que tem as patas prontas para saltar, e ele pode saltar a qualquer instante, e a qualquer momento, glorificado seja o nome de Jesus para sempre! Mas quando você vê aquele crente que retruca “olha, eu não estou preparado ainda, estou pedindo até que Jesus não volte agora” –– esse lembra o inseto que rasteja nas suas quatro patas e não tem as patas traseiras compridas, pronto para saltar. Querido leitor, Jesus Cristo disse que voltará, e Ele voltará para arrebatar a Sua Igreja; e ao arrebatar a Sua Igreja, Ele não vai pisar aqui na terra: nós é que temos de saltar às nuvens, de nos encontrarmos com Ele nos ares, nós é que vamos saltar; então, esteja com as suas patas traseiras pronta para saltar a qualquer momento, porque Aquele que disse que vem, virá, e não tardará! [ [4] ] Nunca se espera que o crente diga “irmãos, vamos nos preparar”, não! O crente é para estar preparado! É como o gafanhoto, é como o grilo, cujas pernas traseiras estão todo o tempo prontas para saltar para a glória eterna! Louvado seja o nome do Senhor Jesus para sempre!

 

Resumindo

Por isso, meu querido amigo, meu prezado irmão, observe estas quatro características que devem fazer  parte da sua vida: primeiro, que tipo de rastro você está deixando na terra; segundo, que tipo de peixe você é; você tem barbatanas e escamas? Tem? Você tem um mecanismo de proteção e também tem o seu sensor espiritual na vida, tem? Você é daquelas aves que sabem selecionar a sua alimentação? Como a galinha, como o peru e outros pássaros que sabem selecionar a sua semente, não são carnívoros, como o urubu, como o avestruz, como o corvo, como o morcego –– enfim, como tudo isso, não é? Que come camundongo, que come coisas por aí que são totalmente nocivas à saúde? Você é daqueles insetos que têm as pernas traseiras maior do que as outras, que está sempre preparado para subir a qualquer momento, para saltar para a Eternidade? Se você tem essas características, os meus parabéns, que Deus continue abençoando a sua vida rica e poderosamente, que você realmente esteja dentro desse cardápio divino, entre os animais limpos, e não queira ser um animal impuro, ou imundo, dentro do cardápio de Deus. Porque Aquele que disse que vem, virá, e não tardará! Jesus está voltando com poder e glória, e vem buscar o povo que está preparado!

[ [1] ] Mateus 22:29.

[ [2] ] Gênesis 1:31.

[ [3] ] Atos 17:11.

[ [4] ] Hebreus 10:37, com “ecos” de Habacuque 2:3.