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O RIO DE DEUS

Águas saem do templo

Nossa mensagem neste momento baseia-se no Livro do Profeta Ezequiel e intitula-se O Rio de Deus. Assim diz o capítulo quarenta e sete do Livro do Profeta Ezequiel, a partir do versículo primeiro: Depois disto o homem me fez voltar à entrada do templo, e eis que saíam águas de debaixo do limiar do templo, para o Oriente, porque a face da casa dava para o Oriente, e as águas vinham de debaixo do lado direito da casa, do lado sul do altar.

 

O estado de apatia de muitos crentes

Muitas vezes ficamos perguntando e tentando entender: “Meu Deus, quando observamos o povo que vai à igreja, vemos pessoas de todos os tipos, de todas as raças, pessoas que adquiriram um grau de cultura elevado, outras que não tiveram privilégio de estudar; uns amealharam riquezas materiais, outros subsistem a duras penas; mas a mais dramática distinção é que, dentro da casa do Senhor, nós encontramos aqueles que demonstram estar continuamente fluindo no Espírito, e outros que são tão apáticos, sem nenhuma motivação. Por que sucede assim?” Sabemos que muitas pessoas, quando alguém convida a ir à casa do Senhor, de pronto reagem como prevê a Bíblia, “alegrei-me quando me disseram, vamos à casa do Senhor [ [1] ]”. Mas há também aquele tipo de pessoa que, parece, só anda empurrada: é preciso que alguém insista e leve, às vezes pela mão, porque não sente a mínima vontade de servir a Deus, de glorificar o Seu nome, de estar em Sua casa. Há pessoas que nem você convida, elas espontaneamente já sabem que aquele é um dia especial de culto, de reunião, onde irão realmente numa igreja para alimentar a sua alma, para prestar o seu louvor a Deus, para dar sua contribuição espiritual na casa do Senhor. Mas existem aquelas outras que embora tenham muito tempo de conversão, crentes na verdade sinceros, do que não se pode duvidar, e que no entanto parecem estar sempre numa vida espiritual medíocre, vida sem qualquer sentido de crescimento e frutificação para o Reino. O risco maior é que dali para o mundo é apenas um passo: um dia na igreja, um dia no cinema, um dia num culto, outro dia num campo de futebol. Dão preferência antes às coisas do mundo do que às coisas de Deus, e assim vamos encontrando tantas e tantas pessoas apáticas, verdadeiras anemias espirituais. Pessoas que se limitam muitas vezes a ficar simplesmente na porta da igreja. Mas encontramos também aqueles que querem se sentar no primeiro banco, querem estar lá pertinho do pregador, sentindo aquele calor da mensagem; assim como há aqueles que ficam lá na porta, olhando para fora, e olhando para dentro… o que é que acontece? Por que é que não levamos a vida espiritual a sério? O Deus daquele é o Deus deste. O Deus daquela pessoa também é o Deus da sua vida.

 

Progredindo no Rio

Mas voltemos neste momento para Ezequiel, capítulo quarenta e sete. Diz o versículo dois: Ele me levou pela porta do norte e me fez dar uma volta para fora, até a porta exterior, que olha para o Oriente, e eis que corriam águas ao lado direito. Saiu aquele homem para o Oriente tendo na mão um cordel de medir. Mediu mil côvados e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos tornozelos. “Que me davam pelos tornozelos”, ali naquela região do calcanhar. “Depois de medir mil côvados me fez passar, e a água dava ali no tornozelo.” Meus prezados amigos, irmãos queridos, você sabe que a água é um símbolo da Palavra de Deus. Como Jesus disse aos discípulos: “Vós já estais limpos pela Palavra, aquele que já se lavou não precisa lavar senão os pés [ [2] ]. Mas vós já estais limpos pela Palavra [ [3] ].” Então a Palavra de Deus tem como um dos símbolos justamente a água. Água. Esta água que sacia a sede, esta água que revigora, que renova. Também observamos que a água é um símbolo do Espírito Santo. Assim encontramos nas palavras registradas pelo Profeta Joel, no capítulo dois, versículo vinte e oito de seu livro: “Nos últimos dias Eu derramarei do Meu Espírito sobre toda a carne.” E diz também a Palavra de Deus que “Eu derramarei água pura sobre o sedento [ [4] ].” Podemos portanto constatar que a água é um símbolo tanto do Espírito Santo como da Palavra de Deus.

 

O contentamento pelo pouco é infantil

Vamos agora observar que este convite é para você sair: E foi dado um cordel de medir, e mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos. Nível da água aí pelo tornozelo. E o profeta viu-se simplesmente molhando os pés. Você sabe, pois provavelmente passou por isso, uma pessoa que nunca viu água na vida, quando vai a uma praia pela primeira vez… Quando meu filho era pequeno, eu me lembro que certa vez fomos à praia e quando chegamos ali, víamos que todo mundo ia e entrava nas ondas, mergulhava; mas o meu menino tinha receio de entrar na água. Ele ia até certo ponto e quando a onda vinha trazendo a água, ele corria; até que numa das vezes a água veio e cobriu o pé dele. Quando cobriu o pé, ele ficou tão contente, tão alegre, porque tinha conseguido molhar os pés! A água bateu em seus pés, e até no artelho, ali encima do calcanhar, e ele ficou tão contente, tão alegre! Tinha os seus dois anos ou três anos de idade.

 

No sentido espiritual nós encontramos com freqüência pessoas que estão dentro da igreja, mas que se limitam simplesmente a ficar ali na porta, molhando os pés. Ficam tão felizes em molhar somente os pés. E ali ficam, contentes com aquela situação; não entram e nem saem, e ficam somente molhando os pés. Não querem um compromisso real com Deus, não têm um compromisso profundo com o Senhor, crêem que somente ir à igreja e cumprir tabela, isso é suficiente. “Não, hoje eu fui à igreja.” Mas quem foi que pregou? Não sabe nem quem pregou. Quem cantou? “Olha, não me lembro, eu sei que foi lá uma pessoa que cantou muito bem.” Nas não sabe o que cantou, não sabe o que o pregador pregou, são pessoas que vivem apenas molhando os pés. Andam mil côvados simplesmente para molhar os seus pés. Isto é uma perda de tempo muito grande; porque você, quando se acostuma com isto habitua-se a ir à igreja e se limita a ficar só na periferia, sabe? Você não quer compromisso e até procura um jeito de justificar: “Não, igreja é um negócio que não é bom a gente se meter lá, porque tem isso, e tem aquilo e aquilo outro.” Meu filho, enquanto você estiver olhando para os problemas, para os dilemas, você sabe que onde há ser humano há problema, há dificuldades, e isto em todas as recâmaras da vida.

 

Com quem nos comparamos?

O que você precisa aprender é olhar exclusivamente para Jesus Cristo. Ele sim, é o autor e o consumador da nossa fé [ [5] ]. Paulo disse: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo [ [6] ].” Então saia da superfície, atenda ao convite, ao apelo do Espírito. E diz aqui o versículo quatro: Mediu mais mil côvados, e me fez passar pelas águas. Águas que me davam pelos joelhos, águas que me davam pelos joelhos –– bom, parece que está perdendo o medo da água, não é? Está perdendo o medo de se aprofundar na vida espiritual! Está observando aquele rapazinho que aceitou Jesus depois de você e já está sendo usado por Deus; aquela mocinha que você levou para a igreja até a porta, ela entrou e já está lá na frente; aquele senhor que você testificou para ele, hoje ele já está pregando o Evangelho, já está dirigindo uma congregação. E você continua naqueles mil côvados? Você continua ali naquela parte externa, simplesmente na porta? Nunca tomou uma decisão de vida, e os outros estão crescendo na sua frente. E há pessoas que ainda dizem: “É, pastor, eu, quando me converti, o Fulano de Tal também se converteu, e hoje ele já é um missionário, um evangelista; aquele ali já é um dirigente de congregação, o outro já é professor da escola dominical, e eu… bem, eu continuo aqui na porta.” Sim, meu filho. Se você não se aprofundar, você nunca vai sair dessa periferia espiritual. Você precisa caminhar, é o apelo do Espírito que nós temos aqui, no versículo quatro: mediu mais mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos.” Comece a adentrar, comece, saia da porta. Entre; sente pelo menos no último banco da igreja. Porque amanhã você já vai sentar no penúltimo, daqui há pouco você vai estar lá no meio da igreja. Busque ter satisfação, comece a ter prazer em servir a Deus, em estar na Sua presença, em glorificar, abra os seus lábios e comece a exaltar nosso majestoso Deus! Pare de balbuciar as coisas e comece a abrir o coração e permitir que Deus vá penetrando profundamente na sua vida espiritual, afim de que você passe a sentir o rio de Deus ininterruptamente no seu viver, mesmo que isso esteja, por enquanto, dando lá pelos joelhos.

 

Mais adiante, no rio

Prosseguindo aqui o versículo quatro, diz ainda: mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos lombos”. Águas que lhe davam pela cintura, águas que já batiam nas suas costas, na sua barriga; se o leitor se colocar na posição de Ezequiel, é como se, agora, você começasse a se aprofundar neste mar de Deus, a se aprofundar na Sua Palavra, a sentir realmente o seu corpo sendo submerso na presença do Espírito Santo de Deus. Alguma impressão gostosa você já começou a sentir; aquele calor do sol, aqui da praia, de repente vai se transformando num refrigério, à medida em que esta água vai invadindo o seu ser. Esta água vai tomando conta da sua vida, paulatinamente. E você vai passar a sentir o refrigério de Deus na sua vida. Você vai começar a sentir a paz que o Senhor dá a todos aqueles que O servem com fidelidade, com amor e santidade. O medo vai desaparecendo à medida em que você vai se aprofundando. O receio da igreja, das coisas espirituais, esse temor vai ficando de lado, à medida em que você vai tomando gosto por esta água. À medida que você vai se alimentando desta água, que é o Espírito, e você vai mergulhando nesta água, que é a Palavra, você vai sentindo o que é o mar de Deus, o verdadeiro oceano de Deus. À medida em que você vai entrando nestas águas e vai percebendo a praia ficar para trás, e o oceano à sua frente se avolumando cada vez mais. É assim, é assim que é o rio de Deus; quanto mais você caminha para frente, mais você vai sentindo este volume de água. Você vai sentindo cada vez mais essa Presença gloriosa; o seu entendimento vai sendo aberto, o horizonte na sua frente vai se alargando.

 

Recorde a experiência de ir chegando ao litoral. Enquanto está dentro do seu carro, você não vê quase nada; mas depois que desce do carro, passa a ver alguma coisa; então chega à praia e observa as águas, mas é só quando de fato entra no mar –– ou, para usar a figura bíblica, entra no rio, é que começará a ver o horizonte se perdendo lá na frente. É justamente isso: quanto mais você se aprofunda na Escritura Sagrada, quanto mais você examina a Bíblia, mais e mais você vai sentindo a grandeza, o poder, a sublimidade, o amor deste Deus que o envolve por dentro e por fora. E você pode, a cada momento, glorificar o Seu santo nome, como dizia o salmista no salmo oitenta e quatro: “Quão magníficos são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos!” Enquanto eu estava lá na porta, não via o que estava acontecendo aqui dentro; mas agora que me decidi a entrar, passei a ver a Tua glória! Eu começo a ver a Tua maravilha! Começo a ver pessoas serem transformadas pelo Teu poder, a sentir o sabor da mensagem do Evangelho; aquela parte crítica da minha vida principia a desaparecer, e eu começo a sentir a magnífica presença do Espírito Santo em minha vida.

 

Agora já temos de nadar!

Voltando ao capítulo quarenta e sete de Ezequiel, o versículo cinco diz aqui –– praticamente estamos ainda no quarto estágio ––: Mediu ainda outros mil, e era já um rio que eu não podia atravessar, porque as águas tinham crescido, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar. É aqui que está o mistério, meu querido irmão. É aqui que está o mistério da grandeza de Deus. Quanto mais você se aprofunda neste rio, mais intensa é a grandeza de Deus que vai se revelando a você, a ponto de você dizer “é impossível!” Sim, porque é o universo da grandeza de Deus! O universo do amor de Deus, e ele é insondável, ele é incalculável!

 

Quando Salomão foi dedicar o templo ao Senhor, naquele momento ele fez uma oração. E no auge da sua oração, Salomão disse: “Quem sou eu para edificar uma casa ao Senhor? Quando nem o céu, nem o céu dos céus são suficientes para contê-Lo? [ [7] ]” Sim, meu querido irmão, a grandeza de Deus é incontida pela mente do homem, pelo espírito do homem. Não temos como a alcançar, porque aqui está um universo insondável da Sua sabedoria e da Sua grandeza. Isso você só pode ir descobrindo à medida em que você vai se aprofundando, depois que você sai da periferia, deixa de apenas molhar os pés, e depois que você põe os joelhos dentro da água; daqui há pouco o lombo, e quanto mais você se aprofunda, dentro em breve você terá de nadar. Aí você vai mergulhar, e se aprofundar; e quanto mais o fizer, diz aqui o texto bíblico, tanto experimentará o “rio pelo qual não se podia passar”. Sim, não há homem na face da terra que possa entender a profundidade, a grandeza, a altura do amor de Deus, da sabedoria divina. Quanto mais você se aprofunda, maior é o grau de conhecimento que você adquire, maior é o grau de amor que você recebe, maior é a confiança que você vai obtendo. Isso tudo vai-se ampliando cada vez mais e você nunca vai chegar ao fim. Porque se trata do universo de Deus. E só é possível à medida que você vai se aprofundando. Não fique naquela periferia. Muitas pessoas só conhecem um versículo da Bíblia, João três, dezesseis: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. E às vezes ainda vão citar esse texto gaguejando. Quem sabe chegam no salmo primeiro, ou no vinte e três, “o Senhor é o meu pastor”. São só essas coisas que guardam, entendeu? Está certo, já é alguma coisa!

 

O exemplo da “traça fura-bíblia”

Meu querido irmão, certa ocasião um cidadão chegou a uma livraria para comprar uma Bíblia. A moça que o atendeu disse: “Olhe, esgotaram-se as Bíblias. Não temos mais Bíblias.” E ele, olhando na vitrine, viu ali uma Bíblia exposta. Ele perguntou: “E aquela Bíblia que está ali dentro? Não é para vender?” A moça disse: “Não, porque está danificada. –– Mas qual é o problema que ela tem? –- É porque uma traça entrou aqui na capa da frente e furou a Bíblia de um lado para o outro, e saiu do outro lado!” Ele disse: “Eu quero esta Bíblia, porque desejo fazer como essa traça fez, quero entrar aqui numa capa e sair lá do outro lado, eu quero conhecer esse universo de Deus, vou sair da periferia, vou nadar no oceano do Espírito! Eu quero navegar no oceano do Espírito!” Louvado seja Deus! É isso que ele queria, é isso que nós devemos querer, é isso que você deseja, é disso que você precisa! Navegar neste oceano, aprofundar-se neste oceano. Navegar no oceano de Deus. Isto você pode fazer. Depende só de você sair dessa periferia, sair da porta. Aceite o convite do Espírito para andar mil côvados, e você vai sentir a água no seu tornozelo; depois, mais mil, você já vai sentir no joelho; ainda mais mil, e você já vai sentir no lombo, e daqui há pouco você já vai começar a nadar. Porque o oceano de Deus é um convite para que você se aprofunde e conheça, cada vez mais, o Seu universo.

 

Depois do rio, a volta à margem

Muito bem. Vamos prosseguir este assunto, sobre o rio de Deus, lendo o versículo quinto, que diz assim: Mediu ainda outros mil e era já um rio que eu não podia atravessar, porque as águas tinham crescido, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar. Tal é a profundeza do conhecimento do amor de Deus. Paulo fala sobre isso [ [8] ]. Mas continuando, você não vai ficar apenas nadando no rio. Porque Deus tem mais coisas para você. Como prossegue o versículo seis: E me disse: Viste isso, filho do homem? Então me levou e me tornou a trazer à margem do rio. “E me disse: Viste isto, filho do homem?” Viste isto, o que? Você aí na periferia, que só fica na porta do templo, que nunca entra, você nunca vai ver nada. Mas à medida em que você vai se aprofundando, você vai começar a ver. E Deus pergunta aqui: “Viste isto?” Você não estava vendo nada, mas à medida em que vai se aprofundando, você passa a ver a grandeza, a grandeza deste Deus que fez tudo com muito carinho e com muito amor para mim e para você. A grandeza da transformação de vidas, a grandeza da salvação do pecador, a grandeza da restauração da família. Ou a grandeza da criação de Deus, o Universo, as galáxias, as estrelas, enfim, o firmamento. Você só pode contemplar a grandeza de Deus à medida em que você vai se aprofundando. E o Espírito disse: Viste isso, filho do homem?” Não estava vendo nada, mas agora, à medida que você vai se aprofundando, você vai começando a ver.

 

O rico simbolismo das árvores

O versículo sete diz: Tendo eu voltado, eis que à margem do rio havia grande abundância de árvores, de um e de outro lado. Abundância de árvores. Grandeza das árvores. Você sabe que as árvores dão naturalmente um colorido muito especial na face da terra. Não seria bonito ter uma natureza onde não se visse vegetação, onde não houvesse árvores. Mas eis uma coisa que nós encontramos na Bíblia, quando Jesus curou aquele cego e ele começou a ver, primeiro ainda aquela penumbra. Ele disse para Jesus: “eu vejo os homens como árvores” [ [9] ]. Tal era o seu problema na vista que, ao se recuperar paulatinamente, ele via inicialmente os homens como árvores. E é justamente isso. A casa de Deus, você começa a descobrir, você começa a vislumbrar, à medida que você vai penetrando, vai adentrando a casa do Senhor, você vai começando a ver essas árvores, que são homens-árvores frutíferas, coisas que você não via anteriormente. Você então descobre homens com caráter magnífico, homens que têm realmente uma chamada de Deus, homens que dão um brilho todo especial na face da terra, homens que às vezes este próprio mundo não é digno de recebê-los, porque são homens que têm realmente um compromisso com Deus.

 

E o Espírito mostrou para aquele cidadão lá do capítulo quarenta e sete de Ezequiel que, depois que ele nadou e voltou à terra, viu a margem cheia de árvores. Quando observamos as multidões, começamos a ver as pessoas simbolizadas aqui por essas árvores. E você vai notar aqui coisas preciosas. Seguindo o versículo sete: “De um e de outro lado havia árvores.” Então me disse: estas águas saem para a região oriental, descem à campina e entram no Mar Morto, cujas águas ficarão saudáveis. Toda a criatura vivente que vive em enxames, viverá por onde quer que passe este rio, e haverá muitíssimo peixe, e aonde chegarem estas águas, tornarão saudáveis as do mar, e tudo viverá, por onde quer que passe este rio. Querido irmão, meu prezado amigo, você sabe que o capítulo quarenta e sete, aqui, de Ezequiel, está falando sobre aquele templo que começou lá em Jerusalém. Lembra? Primeiramente era um tabernáculo móvel, que se montava e desmontava à medida em que o povo peregrinava pelo deserto; depois, em Canaã, continuou abrigado em tendas, até que chegou a época de Davi, que angariou todo o material da construção; e foi Salomão, seu filho, quem construiu o templo. A partir daí tornou-se um edifício fixo. E todo o judeu que quisesse adorar, teria de ir a Israel, a Jerusalém; tinha de adorar no templo. Os judeus iam de todas as partes do mundo.

 

Águas de fato saem do templo!

Mas depois, debaixo do altar de Deus, começou a sair um veiozinho de água. Esse veio de água que nasceu ali debaixo corresponde justamente ao momento em que a igreja foi implantada. Você se lembra, no Pentecostes? Quando aquelas cento e vinte pessoas foram batizadas com o Espírito Santo? Ali o rio de Deus começou. Eram apenas mil côvados, o início daquele rio. E à medida que a igreja foi crescendo, dali há pouco houve uma perseguição, e eles começaram a se espalhar. O rio de Deus foi se espalhando, Jerusalém, Judéia, e Samaria, e hoje este rio, por onde passa, em todos os continentes do mundo, ele vivifica. O rio de água cristalina, este rio de água viva que emana através do povo de Deus em toda a face da terra: as igrejas que têm um compromisso sincero e sério com Deus estão difundindo este rio, estão canalizando estas águas, que estão tornando saudáveis tudo por onde passam. Não apenas o Mar Morto, mas todos os oceanos do mundo; e você sabe que as nações da terra são consideradas como os oceanos. “Como bramam as nações, e os reis, eles se levantam contra o Senhor. [ [10] ]” Então esse bramir das ondas do mar, quando você vê em Apocalipse que justamente do mar saiu justamente aquela besta [ [11] ]; “do mar”, o que é? É do meio da multidão, da agitação das nações. Você pode observar que hoje, praticamente, este rio de Deus se espalha em todos os recantos da terra. Até os confins da terra.

 

Confins da terra

Há uns anos atrás eu me encontrava em Itaituba. Itaituba é uma cidade no meio da Floresta Amazônica, onde há um quartel do exército, e ao lado do quartel uma pequena capela; existe ali uma congregação em que se reúnem os soldados que são crentes. E eu estava ali naquela cidade, Itaituba, realizando uma cruzada com o Pastor Bernardo Johnson e toda a sua equipe. Em dado momento, recebi às mãos um mapa-mundi e tive a oportunidade de verificar o local onde fica a cidade de Itaituba. E medi desde onde estava Jerusalém. Sabe onde é que nós estávamos naquela hora? Nos confins da terra! Sabe onde é isso? É justamente do outro lado do globo, em relação a Jerusalém! Aquele lugar onde estávamos, ali naquela região da Transamazônica. Então você observa que o rio de Deus se espalhou por toda a terra; e, como diz a Bíblia, por onde vai passando vai tornando saudáveis as águas. Ele vai tornando saudável e purificando, são vidas que vão sendo alcançadas, pela grande misericórdia de Deus. Isto é evangelização, é a obra missionária.

 

Quando o Senhor disse que era para começar em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra, é porque esse rio de água cristalina da Palavra e do Espírito teria de chegar aos confins da terra, tornando saudáveis vidas impuras, degradadas, perdidas, vidas que se achavam totalmente destituídas. E eis que estão sendo alcançadas pelo poder e pela grande misericórdia de Deus, e transformadas realmente em verdadeiros cidadãos do céu. Porque, aonde bate esta água, ali vai se tornando cristalino, vai se tornando saudável. O versículo nove diz ainda: Toda a criatura vivente que vive em enxames viverá por onde quer que passe este rio, e haverá muitíssimo peixe, e aonde chegarem estas águas, tornarão saudáveis as do mar, e tudo viverá por onde quer que passe este rio. Junto a ele se acharão de pescadores; desde En-Gedi até En-Englaim, haverá lugar para se estenderem redes; o seu peixe, segundo a sua espécie, será como o peixe do Grande Mar, em muitíssima e excessiva abundância.

 

O trabalho às ordens de Deus

Vamos observar o que aconteceu quando Jesus Cristo estava ali, no Mar da Galiléia, e Se pôs a chamar os homens para serem pescadores de homens. Ele estava naquela região, na beira do rio, ou na beira da praia, quando Pedro, Tiago e João vinham se aproximando, depois de uma pescaria infrutífera, ao longo de uma noite praticamente sem conseguirem absolutamente nada. Contas para pagar e nenhum peixe tinham apanhado. É quando Jesus se adianta e pede emprestado o barco de Pedro. Fez então o Seu púlpito na proa daquela embarcação e pôde pregar dessa forma para toda aquela multidão. Quando acabou de falar, dirigiu-Se aos discípulos: “Afastem-se um pouco ali adiante e lancem a rede. Lancem a sua rede.” Pedro olhou para Tiago, Tiago olhou para João e os três olharam para Jesus. Pedro disse: “Mas Senhor, nós passamos a noite inteira pescando, e nada conseguimos; fomos aos lugares onde sabemos que têm peixes e não conseguimos; mas há uma coisa: sobre a Tua palavra eu lançarei a rede. Sobre a Tua Palavra eu lançarei a rede. [ [12] ]” Meus queridos irmãos, a história nos conta que quando eles foram puxar a rede, esta estava se rompendo; porque o homem que trabalha, ele tem de trabalhar sob a orientação divina, sob a orientação de Deus. Lançar a rede não é uma coisa que você faça baseado no seu intelecto, na sua sabedoria, não é baseado no conhecimento que você tem das pessoas, não: a obra de Deus não se faz desta maneira. Aqui disse Pedro: “Sobre a tua Palavra eu lançarei a rede.” E nós observamos que esta rede está sendo lançada em toda a terra, e abundância de peixe está sendo colhida, e isto com toda a certeza é o que Deus está fazendo. É o que Deus está fazendo, usando homens e mulheres para lançar a rede. E como diz, haverá abundância e abundância realmente, porque Deus está chamando pescadores. Ou seja, também os pecadores estão sendo pescados.

 

O chamado do Senhor é para frutificação

Continuando em Ezequiel, o versículo doze diz o seguinte: Junto ao rio, às ribanceiras, de um e de outro lado, nascerá toda a sorte de árvore que dá fruto para se comer; não fenecerá a sua folha, nem falhará o seu fruto; nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; o seu fruto servirá de alimento, e a sua folha de remédio. Isto nós observamos justamente quando o Senhor mostra os homens como árvores, ou as árvores como uma simbologia dos homens, e o que estes homens aqui têm de produzir; como diz a Bíblia, “eu vos nomeei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” [ [13] ]. O que Deus quer não é que você fique na periferia, não é que você fique aí na porta da igreja. Mas que você ande mil côvados, depois mais mil, em seguida ainda mais mil, e não pare, enquanto você não estiver mais dando pé, e tenha de nadar. E você sabe que à medida que você começa a nadar no oceano do Espírito, grandes coisas começam a acontecer na sua vida, porque você mergulhou no Espírito. Você mergulhou neste oceano de Deus, e permitiu ser envolvido por este oceano, por dentro e por fora. Você precisa entender isto, porque o Senhor o está chamando justamente para sair dessa periferia. Deixe de ser esse crente medíocre e comece a produzir frutos. Tome a rede de pescar. E comece a trabalhar, comece a fazer alguma coisa, porque à medida que prosseguir, você vai sentir o prazer e o gosto do que é servir ao Senhor. E depois, nunca mais vai querer parar. Porque não há maior gozo do que este, não existe melhor prazer do que o daquela pessoa que sabe servir a Deus com alegria e em novidade de vida.

 

Mergulhe no oceano de Deus!

E a minha petição a Deus nesta manhã, é justamente que você se aprofunde neste oceano. Se não tem, adquira a sua Bíblia, vá à casa do Senhor, sente-se no primeiro banco, absorva cada palavra do ensino que está sendo dita ali e comece a se envolver no louvor e na adoração a Deus. E passe assim a produzir frutos para a glória do santo e precioso nome do Senhor. Deus tem um plano na sua vida; e o plano que Deus tem para você não é que você fique aí parado, nessa periferia, não; mas que você adentre a casa do Senhor, e comece a sentir a presença Dele, o Seu poder, a Sua Graça, para fazer o trabalho para o qual Ele o chamou neste mundo. Não perca tempo. O Apóstolo São Paulo declara: Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, mas que maneja bem a palavra da verdade. “Que maneja bem a Palavra da verdade. [ [14] ]” Isto depende de você. Busque aprimorar o seu conhecimento, aprofunde-se na Escritura Sagrada, encha-se dessa armadura do Espírito, e você vai ver que na hora que o Espírito Santo começar a usá-lo, você já tem a espada do Espírito na sua vida, que é a Palavra de Deus. Mas saia, saia hoje mesmo da porta, saia hoje mesmo da periferia espiritual, saia hoje mesmo dessa situação de anemia espiritual em que você se encontra, e comece a navegar no oceano do Espírito. Que Deus, na Sua infinita misericórdia, alcance o seu coração, agora e para sempre. Amém.

[ [1] ] Salmos 122:1.

[ [2] ] João 13:10.

[ [3] ] João 15:3.

[ [4] ] Isaías 44:3.

[ [5] ] Hebreus 12:2.

[ [6] ] I Coríntios 11:1.

[ [7] ] Aproximadamente I Reis 8:27.

[ [8] ] Romanos 8:38-39 e outros.

[ [9] ] Marcos 8:24.

[ [10] ] Possível combinação do Sl 46:6 com o Sl 2:2.

[ [11] ] Apocalipse 13:1.

[ [12] ] Lucas 5:1-11.

[ [13] ] João 15:16.

[ [14] ] II Timóteo 2:15.