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MATERNIDADE

A história de um homem e suas duas esposas

Queremos discorrer agora sobre Maternidade, um dom de Deus. E basearemos esta mensagem no Primeiro Livro de Samuel, capítulo primeiro. Este capítulo começa com as seguintes palavras: Houve um homem de Ramataim-Zofim, da região montanhosa de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efraimita. Tinha ele duas mulheres: uma se chamava Ana, e a outra Penina; Penina tinha filhos; Ana, porém, não os tinha. Este homem subia da sua cidade de ano em ano a adorar e a sacrificar ao Senhor dos Exércitos em Siló. Estavam ali os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, como sacerdotes do Senhor. No dia em que Elcana oferecia o seu sacrifício, dava ele porções deste a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas. A Ana, porém, dava porção dupla, porque ele a amava, ainda mesmo que o Senhor a houvesse deixado estéril. A sua rival a provocava excessivamente para a irritar, porquanto o Senhor lhe havia cerrado a madre. E assim o fazia ele de ano em ano; e todas as vezes que Ana subia à casa do Senhor, a outra a irritava; pelo que chorava, e não comia. Então Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? e por que não comes? e por que estás de coração triste? Não te sou eu melhor do que dez filhos? Após terem comido e bebido em siló, estando Eli, o sacerdote, assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do Senhor, levantou-se Ana e, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente. E fez um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha. Demorando-se ela no orar perante o Senhor, passou Eli a observar-lhe o movimento dos lábios, porquanto Ana só no coração falava; seus lábios se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma; por isso Eli a teve por embriagada, e lhe disse: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti esse vinho. Porém Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho derramando a minha alma perante o Senhor. Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso da minha ansiedade e da minha aflição é que tenho falado até agora. Então lhe respondeu Eli: Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que fizeste. E disse ela: Ache a tua serva mercê diante de ti. Assim a mulher se foi seu caminho, e comeu, e o seu semblante já não era triste. Levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o Senhor, e voltaram, e chegaram a sua casa, a Ramá. Elcana coabitou com Ana, sua mulher, e lembrando-se dela o Senhor, ela concebeu e, passado o devido tempo, teve um filho, a quem chamou Samuel, pois dizia: Do Senhor o pedi. Que Deus, na Sua infinita bondade, abençoe os nossos corações face à leitura da Sua santa Palavra.

 

Uns desprezam, outros anseiam por

Estamos vivendo numa época muito difícil da história da humanidade. No momento em que a explosão demográfica em muitos países demanda um controle tremendo, porque as superpopulações estão praticamente acabando com muitas economias e respectivas administrações, têm-se revelado problemas sociais horríveis. Você observa por exemplo o problema que existe hoje na China. Esses dias recebi um documentário onde crianças do sexo feminino, ao nascer, são abandonadas pelos pais, jogadas na rua como lixo. As pessoas passam por perto e ninguém dá a mínima atenção. Esta é a situação triste em que vive o mundo na atualidade. E, por seu turno, estamos observando muitas e muitas famílias que têm e preservam com amor os seus filhos. Seja como for, o certo é que o fator criação, a questão da maternidade, ou da paternidade, esta é uma coisa muito séria. Não é apenas colocar um filho no mundo, ser uma criatura a mais na face da terra: ser pai, ser mãe, isto envolve responsabilidade. Isto envolve tempo, isto envolve noites muitas vezes de sono; envolve cuidados com a saúde, com a vestimenta, com a alimentação; ser mãe não é simplesmente colocar mais uma pessoa no mundo e deixar entregue por aí, morando debaixo da ponte. Absolutamente não! Sabemos também que muitas pessoas neste mundo são estéreis, isto é, não têm filhos. Deus sabe por que. Enquanto, paralelamente, outros que os têm simplesmente desprezam o sabor da maternidade.

 

O significado cultural da maternidade em Israel

Este episódio que encontramos descrito aqui na Bíblia Sagrada trata desse problema nestas duas mulheres que Elcana tinha. Uma chamava-se Ana e a outra Penina. Uma tinha filhos; e é incrível, nesta história, que esta, que tinha filhos, zombava de Ana, que era estéril. Porque, na realidade, para a mulher de Israel não ter filhos naquele tempo, isso constituía um verdadeiro opróbrio. Significava que a sua descendência terminaria com ela, ali, porque não podia procriar e portanto não dava condições de prosseguir a sua linhagem familiar. Tal fato naturalmente causava muita tristeza, causava amargura. E Ana estava justamente arrolada neste grupo de mulheres estéreis, mulheres que não tinham filhos. Além de não ter filhos, ainda era zombada e desprezada por sua própria companheira, porque ela naturalmente dividia a sua cama com Penina, que também era mulher do seu marido.

 

Uma família complexa

E contemplamos este quadro deplorável, não obstante, como diz a Bíblia, esta família fosse temente a Deus. Ora, este temor a Deus levava Elcana a ir de ano em ano até o templo, até o santuário, e ali oferecia sacrifícios a Deus. Ele oferecia praticamente todos os seus holocaustos necessários, de acordo com a Lei. Então era uma família religiosa, uma família que conhecia e respeitava o Senhor, e cumpria naturalmente, com carinho, todos os seus deveres. Mas Elcana tinha este problema sério, aqui, não é? Ele tinha esse problema –– qual era? Ter duas mulheres, e uma ter filhos e a outra não. Além disso, diz a Bíblia Sagrada que ele amava Ana mais do que Penina; amava esta mulher mais do que a outra –– e vou lhe dizer: não era apenas Ana que sofria, mas o próprio Elcana sofria muito. Sofria por que? Porque ele queria satisfazer naturalmente o desejo de sua mulher, mas não dependia dele; não estava nele, não era culpa dele, ele naturalmente não tinha nenhuma deficiência, até porque ele já era pai; então, comprovadamente, biologicamente, Elcana não tinha qualquer problema na sua anatomia, no seu corpo, no seu organismo, não tinha qualquer tipo de doença, porque se ele tivesse qualquer deficiência, com toda a certeza Penina também não teria filhos; mas ele tinha filhos de Penina. E isso naturalmente trazia transtornos, trazia. Você pode imaginar que o próprio Elcana, como marido exemplar, como pai de família, como alguém que amava a sua esposa, ele também sofria; e era este sofrimento que o levava, com a sua esposa, para os pés do Senhor, para buscar a presença de Deus. Porque ele também queria uma resposta, ele queria a felicidade da sua mulher, o bem estar da sua esposa. E assim nós encontramos aqui este episódio naturalmente triste.

 

Marido é marido, filho é filho

E nesse período da festa, todos os anos, repetia-se o quadro do versículo sete: “E assim fazia ele, de ano em ano. E todas as vezes que Ana subia à casa do Senhor, a outra a irritava, pelo que chorava, e não comia.” É aquele problema, aquela briga, aquele jogo psicológico, porque são duas esposas. “É, eu sei fazer a coisa direita, você não”. Enfim, havia essas questões naquele tempo. E no versículo oito diz: Então Elcana, o seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está de coração triste? Não te sou eu melhor do que dez filhos? Encontramos aqui Elcana querendo consolar a sua esposa. Ele queria alegrar o coração da sua esposa, queria ver esta mulher feliz, mas não estava nele. E o fato dele dizer “não tenho um valor maior do que dez filhos?” –– eu quero dizer para você, papai, eu quero dizer para você, mamãe (mamãe sabe disso perfeitamente), que o marido jamais substitui o lugar de um filho, e um filho jamais substitui o lugar de um marido. Marido é marido, filho é filho. Ser esposa é uma coisa, ser mãe é outra. O dom da maternidade é um dom precioso dado por Deus à mulher. A mulher sabe fazer justamente com que esses momentos sejam momentos agradáveis na sua vida; e com toda a certeza esta lacuna que existe na vida da mulher é preenchida por um filho. Muitas vezes o marido sai para trabalhar, passa o dia fora na lavoura, no campo, no escritório, e a mulher fica ali com o filho, em casa. Ela cuida da mamadeira, cuida do asseio, cuida das roupinhas, cuida das fraldas, coloca para dormir, tudo aquilo lhe dá uma satisfação, um prazer imenso. Aquelas carícias, aquele beijo, o sorriso do filho que lhe retribui o carinho que é feito –- para a mãe isso são coisas que não se pode na realidade contar. A maternidade é um dom de Deus para a mulher. É algo realmente precioso, não há marido que substitua um filho. Não tem, não existe. O carinho de um pai é uma coisa, o carinho de um marido é outra coisa, e o carinho de um filho é diferente de um e outro; o carinho que uma mãe dispensa para o marido tem o seu aspecto, e o carinho que uma mãe dispensa para um filho é de outro aspecto, totalmente diferente. Não adianta você querer preencher uma lacuna que você não pode. O marido só pode preencher a lacuna de marido. Mas filho, somente um filho pode preencher o espaço que está no coração de uma mãe, no coração de uma mulher. E diz aqui Elcana nesse momento: não te sou eu melhor do que dez filhos?, querendo consolar a mulher desse jeito. Ele estava tentando fazer o máximo que podia. Mas não tem condições, não há como. Não existe essa possibilidade.

 

Com ou sem ciência, Deus é Senhor

O versículo seguinte narra que, quando terminou a festa, todo o mundo partiu para suas casas, e foi se afastando: Após terem comido e bebido, em Siló, estando Eli o sacerdote assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do Senhor, levantou-se Ana, e com amargura de alma orou ao Senhor, e chorou, abundantemente. Ela foi para os pés do Senhor. Estamos aqui justamente diante de um fato impressionante. Você sabe que é Deus quem fecha a madre? Você sabe que é Deus quem abre a madre? Você sabe que é Deus que pode fazer todas as coisas? Hoje, diante da tecnologia avançada que estamos vivendo, hoje existem possibilidades incríveis de se fazer um controle de natalidade. A mulher com propensão a ter muitos filhos pode procurar uma cirurgia e conseguir assim o controle da natalidade. E existe aquela que não tem filhos e vai à ciência e à medicina e, e ali ganha o seu bebê in vitro, ou seja, um embrião produzido em laboratório e depois colocado no seu ventre, no seu útero. Hoje em dia a tecnologia procura solucionar certos problemas que no passado não tinham soluções; e aqui, no tempo de Ana, não existia o recurso científico, existia sim a fé que pode entrar no laboratório celestial e pedir uma solução para o problema. Aqui está o caminho certo, foi este tomado por Ana: ela foi para a presença do Senhor, e diz a Bíblia que ela chorou abundantemente e fez um voto, dizendo: Senhor do Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei, por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha. Aqui está o caminho, querida irmã. Aqui está o procedimento.

 

O recurso de Ana é válido hoje e sempre

Diz a Bíblia Sagrada que ela era estéril. Quantos anos Ana era casada, a Bíblia não menciona; quantos anos vivia com Elcana, a Bíblia não fala: a Bíblia registra que ela era estéril, e você sabe que a esterilidade feminina é algo realmente preocupante em muitas mulheres. Mas ela foi diretamente ao laboratório Daquele que a fez, Daquele que a criou, Daquele que pode consertar qualquer falha, qualquer defeito na anatomia humana. Ela entrou pela fé na presença do Senhor: este é o lugar certo, este é o lugar correto, este é o lugar em que você encontra a solução dos problemas da sua vida, é a presença do Senhor. E ela fez um voto: “Senhor, se Tu me deres um filho do sexo masculino, eu o devolverei a Ti, eu o devolverei a Ti!” Glória ao nome do Senhor Jesus para sempre! E é justamente este o caminho. Este é o procedimento. Não existem coisas que a fé não possa fazer. Não existem. Você que é estéril, olhe aqui o exemplo de Ana. O Deus que atende a oração de Ana, Ele atende a sua oração também. Se você pedir com fé, com toda a certeza você vai receber essa graça extraordinária de Deus. Então nós sabemos hoje que é preciso realmente que você entre nesse laboratório. Muitos hoje estão tomando caminhos diferentes, muito bem; estamos vivendo numa época, como eu já disse, de explosão demográfica, e existem pessoas que estão tendo filhos e estão jogando fora, colocando na lata de lixo. Enquanto existem muitas mães que precisam, que necessitam, que estão aguardando naturalmente uma adoção –– por que jogar um filho fora? Isto é desumanidade! Isto é uma coisa diabólica, algo que não pode existir! É preciso um cuidado muito grande para não se dar um passo errado.

 

Criando gravíssimos problemas

Há uns tempos atrás eu vi uma moça que ficou grávida. Ao ficar grávida, a família muito se irritou e se preocupou e, conclusão, mandaram a menina fazer um aborto. Você calcula o que significa uma moça dos seus dezesseis, dezessete anos, ser obrigada a abortar? Aquele pai e aquela mãe solucionaram um problema imediato, solucionaram o problema de, digamos, impedir que o escândalo chegasse ao domínio público, que as pessoas conhecessem e pudessem comentar –– “Ah!, ela vai ter um filho sem pai, vai ser uma mãe solteira, vai ser isso, vai ser aquilo outro”. Eu quero dizer para você que aquela mãe comprou um problema psicológico para sua filha, porque quem tem um aborto provocado, com toda a certeza vai ficar com um problema de consciência para o resto da vida.

 

Uma ilustração

Frank E. Peretti, o irmão que escreveu Este Mundo Tenebroso, aquele famoso livro, escreveu também um outro, chamado Tilly, onde conta justamente a história de uma mulher que teve um sonho; e nesse sonho ela via muitas crianças chegando à sua casa. Durante a noite, muitas crianças chegavam à sua casa, em enorme quantidade. Invadiam seu lar; mas tinha uma criancinha, que ela começava a observar, tão bonitinha, que se identificava muito com ela; de forma que ela amou aquela criança. Quando o sonho terminou, aquela mãe ficou num drama terrível. Sabe por que? Porque ela, quando viu aquela criança mais ou menos na faixa de idade de seis anos, essa era justamente a idade que o filho dela teria se não tivesse provocado o aborto. E aquela mulher, que durante toda a sua vida nunca deixara de pensar naquele filho que não nasceu, teve esse sonho que tanto a perturbou. No dia seguinte ela teve o sonho novamente. De repente as crianças invadem a sua casa, correm de um lado para o outro, fazem as suas brincadeiras e então vão embora; e quando ela viu aquela criança, aquela criancinha que parecia ser a sua, ali dentro da sua casa, e os outros todos foram embora, ela não permitiu que aquela criança também fosse; e, no sonho, ela começou a identificar que aquela criança nada mais era que o espírito ou a alma –– no sonho, porque você sabe que espirito não volta aqui a este mundo, para falar com ninguém ––, mas no sonho ela a via como se fosse o seu filho. Subitamente, naquele sonho, ela percebeu que amava aquela criança, e assim a criança não poderia ir embora. “Mas você não pode ir, meu filho! –– Mas eu preciso ir, porque o meu mundo não é este, o meu mundo é outro. Você quer saber onde eu moro?” E naquele momento a criancinha começou a levar a mãe a um lugar muito lindo, a um verdadeiro paraíso, a um local de delícias, onde as criancinhas estavam brincando, correndo, estavam realmente despreocupadas, alegres, felizes. No mundo em que elas viviam a felicidade era constante, não havia malícia, não havia briga, não havia encrencas, o mundo em que aquela criancinha estava era um mundo muito satisfeito, muito feliz.

 

Por que Frank Peretti conta essa história? Porque justamente aquela mulher carregava um problema de consciência muito grave, durante toda a vida: desde que fizera o aborto, ela nunca se esqueceu do filho; e todas as vezes que via uma criança na faixa da idade do filho que poderia ter tido, então ela repassava aquela tortura toda em sua vida. Ano após ano ela acompanhara crianças de quatro anos, cinco anos, seis anos, sete anos. Até que Deus lhe comunicou esse sonho, e pôde mostrar para ela que aquele seu filho que foi um aborto, que trazia tanta tortura na sua cabeça, estava num lugar feliz, melhor do que neste mundo. E a partir daquele momento aquela mãe, que havia provocado aquele aborto, estava agora feliz porque sabia que a sua criança vivia num mundo melhor e mais precioso.

 

Não há justificativa para o aborto

Pois bem, mas o que acontece quando uma pessoa provoca um aborto? Ela justamente vai ter um problema de consciência por muito tempo, e eu quero dizer para você que provocou um aborto, você que traz essa tortura na sua memória, eu quero dizer que você pode estar torturada, mas aquele aborto, aquela criança está num lugar feliz, está num lugar precioso; o que você precisa agora é se livrar desse fantasma, deste drama que a acompanha, e fique sabendo que aquele aborto está do outro lado, nos braços do Senhor. Mas estou apenas contando este fato porque há muitas pessoas que estão provocando aborto quando existem muitas mães estéreis que querem um filho, que querem fazer uma adoção. Em lugar de jogar uma criança na lata do lixo, que coisa desastrosa, por que não levam a um local de adoção?

 

Sonho feminino

E nós encontramos aqui Ana, que era na realidade uma mulher estéril, clamando a Deus por um filho! Este é o clamor de milhões e milhões de mães na atualidade! Este é o clamor de muitas mães neste exato momento, que querem um filho; e o caminho de Ana foi este, justamente. De ir para os pés do Senhor. Ela queria ser mãe. O dom da maternidade acompanha uma mulher a vida toda. É justamente isso que ela deseja.

 

Ana é atendida

Muito bem. E diz aqui o versículo dezenove: Levantaram-se de madrugada e adoraram perante o Senhor, e voltaram, e chegaram a sua casa, a Ramá. Elcana coabitou com Ana, sua mulher, e lembrando-se dela o Senhor, ela concebeu, e passado o devido tempo teve um filho, a quem chamou Samuel, pois dizia, do Senhor o pedi. Subiu Elcana seu marido com toda a sua casa a oferecer ao Senhor o sacrifício anual e a cumprir o seu voto; Ana porém não subiu e disse a seu marido: Quando for o menino desmamado, leva-lo-ei para ser apresentado perante o Senhor, e para lá ficará para sempre! Que coisa magnífica, esta! Como é que Deus muda o cativeiro de alguém, de repente, como Ele fez justamente aqui com Ana. Aquela mulher desprezada pela sua colega, aquela pessoa que naturalmente sofrera pela sua esterilidade, de repente Deus transforma esse choro em riso, transforma essa tristeza em alegria. O nosso Deus pode fazer todas as coisas, pode mudar circunstâncias as mais difíceis possíveis, afim de que você seja feliz. E, se existe uma coisa que Deus deseja, é a felicidade na família. E uma família precisa ser composta de pai, mãe e de filho. E nós observamos que Elcana prosseguiu a sua vida de comunhão com Deus, a sua vida religiosa, como diz o versículo vinte e um: “Subiu Elcana, seu marido, com toda a sua casa, a oferecer o sacrifício anual, e a cumprir o seu voto.”

 

O valor da consagração

Só que desta vez Ana não foi, porque estava com a criancinha de colo, e naturalmente a jornada seria muito longa e ela não queria colocar em risco, absolutamente nada. Porque aquela preciosidade que ela embalava no seu colo, que ela aconchegava agora em seu seio, aquela criança que ainda se alimentava do leite materno, da vida da própria mãe –– ela tinha um cuidado muito grande, porque sabia que aquele filho não lhe pertencia, mas pertencia a Deus, pertencia ao Senhor. O salmista diz o seguinte: Herança do Senhor são os filhos [ [1] ]. Então observamos a resposta que Ana deu aqui, explicando por que não acompanhou seu marido: Quando for o menino desmamado, leva-lo-ei para ser apresentado perante o Senhor, e para lá ficará para sempre. Quando dedicamos os nossos filhos a Deus, irmãos, com toda a certeza Deus está recebendo de volta aquilo que nos deu; e vou dizer-lhe uma coisa, não existe algo melhor nesta vida de que você consagrar o seu filho, a sua filha, ao Senhor nosso Deus. Ele deu, ele colocou na sua casa, Ele emprestou por algum tempo. Os filhos que eu tenho não são meus, estão dentro da minha casa emprestados por algum tempo; inclusive a esposa que eu tenho não é minha, pertence ao Senhor. No dia que Ele requisitar, é Dele, Ele tem a primazia, Ele tem todo o direito.

 

Ana cumpre seu voto

E aqui vem Ana, e traz o filho perante o Senhor, e para ali ficar para sempre! Dedique o seu filho a Deus, dedique o seu filho ao Senhor. Agora, não precisa você fazer como Ana fez, pegar a criança e levar para o templo e deixá-la, aos cuidados do pastor, não. Cuide dele para Deus. Oriente o seu filho para o Senhor. Dê o ensinamento do temor do Senhor, que é o princípio da sabedoria [ [2] ]. Apresente seu filho diariamente na presença de Deus: isso é devolver o seu filho a Deus. É quando você tem dentro do seu lar uma educação, um ensinamento, que traz no seu bojo o temor do Senhor, que é o princípio da sabedoria. É o que nós precisamos fazer, é o que nós precisamos entender, justamente esta postura de Ana, que é pegar o seu filho e apresentá-lo perante o Senhor. E essa pessoa que foi consagrada a Deus, Deus o recebeu justamente com muito carinho, porque você sabe que Samuel veio a se tornar o maior juiz de Israel. Na realidade foi o último dos juizes, o juiz da transição para a monarquia. Samuel foi inteiramente dedicado a Deus, desde o pedido, “Senhor, se Tu me deres, eu o devolverei para Ti”. Pertencia a Deus antes mesmo de vir ao mundo.

 

O que um filho consagrado pode ser

É justamente isto que nós precisamos entender. Você, mamãe, que está gestante, quando orar, coloque a sua mão em cima da sua barriga, no seu ventre, e dedique esta criança a Deus, dedique esta criança ao Senhor, dedique-a para a obra de Deus. Faça isto; e quando nascer, junto com as carícias, comece também a dar os primeiros ensinamentos da Palavra de Deus, para que esta criança venha a ser mais tarde uma bênção para a glória e para o Reino de Deus aqui na face da terra. “Ensina a criança no caminho que deve andar –- é o que diz a Bíblia Sagrada –-, e ainda quando estiver velha não vai se esquecer daquilo que você ensinou” [ [3] ]! É isto que nós precisamos fazer. Dedique o seu filho a Deus. Consagre o seu filho ao Senhor. Coloque-o na presença do Criador, e com toda a certeza ele vai dar sabor, ele vai dar delícias à sua vida. Você já pensou sobre aquele opróbrio que estava na vida de ana por ser uma mulher estéril, sendo zombada pela sua companheira, porque era mãe, e tinha os seus filhos? A Bíblia não fala dos filhos de Penina. Porque você sabe que o tratamento dessa forma, com desprezo, esta é uma atitude que Deus abomina; mas a humildade precede a honra [ [4] ], e foi justamente assim. Você não ouve falar sobre o espírito de Penina e seus filhos, mas o primeiro filho que Ana teve, a Bíblia relata, esse tornou-se um homem extraordinário, até hoje respeitado e reverenciado por onde se prega o Evangelho. Quando acompanhamos a vida de Samuel, vemos que foi um grande legislador, uma pessoa realmente temente a Deus, uma sabedoria extraordinária, uma pessoa que podemos chamar de santa.

 

Samuel, sem temor do julgamento

Você lembra que quando Samuel estava se despedindo, ele colocou-se numa tribuna, no meio da multidão, e lhes perguntou, “de quem foi que eu tomei o boi, de quem foi que eu tirei o jumento, das mãos de quem eu aceitei suborno, de quem tolhi o direito? [ [5] ]” Enfim, um homem que se coloca perante sua nação, e justamente se coloca para ser julgado pelo povo, ele precisa ter uma vida correta. Foi justamente como resposta que Deus o deu para Ana; e Ana entregou Samuel como um filho devolvido ao Senhor. O filho que você tem na sua casa, o filho que você tem do seu lado, dedique esta criança a Deus. dedique como? Tenha na sua casa o seu culto doméstico, leve o seu filho à igreja, ensine-lhe os preceitos divinos, mostre o caminho do Senhor, coloque-o no caminho correto e certo. Não se preocupe em disciplinar o seu filho, apesar da sociedade, do mundo aí fora, estar dizendo que é para você deixar crescer o seu filho de qualquer maneira; mas a Bíblia não diz isto. A Bíblia diz que o menino entregue a si mesmo vem a ser a vergonha do pai, vem a ser a vergonha da mãe [ [6] ], melhor dizendo. Veja só a responsabilidade que nós temos! E a sociedade começa a ensinar coisas erradas dentro do campo da paternidade, querendo passar por cima da Bíblia, onde a disciplina, aquela varinha de marmelo, ela pode corrigir perfeitamente a vida do seu filho e faze-lo um verdadeiro cidadão da pátria, do mundo e do céu.

 

Quem ensina, hoje?

É o que nós precisamos entender, o que a Bíblia está dizendo. Os conceitos dos homens estão errados, foram propostos por pessoas que não têm responsabilidade; pessoas que não se importam de ver uma sociedade corromper-se, jovens que são criados por aí de qualquer maneira, e dão prejuízo para a sociedade, para o governo. Se você procurar saber por que a penitenciária está cheia de moços, por que a Febem está cheia de adolescentes, você vai encontrar como causa a revolta na vida daqueles moços, como filho que o pai não soube orientar, filho que a mãe não soube disciplinar. É preciso que você observe isto. É preciso que você entenda realmente o papel da mãe: é uma responsabilidade muito grande, que toma conta praticamente do nosso ser, da nossa vida. Você pediu, Deus deu; então agora o devolva ao Senhor. Devolver como? Ensinando o caminho de Deus, ensinando o caminho de volta para casa. Ensinando o caminho da Eternidade. Ensinando o caminho em que deve seguir o verdadeiro cidadão da terra. E aquele cidadão do céu. Esta é uma responsabilidade que está sobre a sua vida, que Deus deu o privilégio de ser chamada de mãe.

 

Duas palavras finais com você, mãe

Mãe –– este nome é precioso, é glorioso. E a minha oração, neste momento, é que Deus dê sabedoria a todas as mães que estejam lendo estas páginas. Que Ele lhe dê sabedoria do céu, sabedoria do alto, sabedoria divina, para você colocar a sua casa na presença de Deus, e o Senhor sentir-se feliz em entrar no seu lar. O lar não é um campo de batalha, mas é um altar de adoração, onde o nome do Senhor deve ser glorificado. Meu Deus, e meu Pai, abençoa cada mãe nesta hora. A responsabilidade que pesa sobre elas, ó meu Senhor, que a Tua Graça e a Tua bênção estejam sobre cada família, em nome de Jesus. Amém.

 

[ [1] ] Salmos 127:3

[ [2] ] Provérbios 1:7.

[ [3] ] Provérbios 22:6.

[ [4] ] Provérbios 15:33.

[ [5] ] I Samuel 12:3.

[ [6] ] Provérbios 29:15.