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GUIADOS PELO ESPÍRITO SANTO DE DEUS

Uma função do Espírito Santo

No Evangelho de São João, capítulo catorze, a Bíblia Sagrada diz, a partir do primeiro versículo dezoito: Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros. Ainda por um pouco, e o mundo não me verá mais; vós porém me vereis, porque eu vivo, e vós também vivereis. Naquele dia vós conhecereis que eu estou em meu pai e vós em mim e eu em vós. E diz ainda o trecho bíblico, no versículo imediatamente anterior: (…) o espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece, vós o conheceis, porque ele habita convosco e ele estará em vós. Agora, passando para o capítulo dezesseis, o versículo treze, completa-se assim o pensamento: E ele vos guiará em toda a verdade. Pois é exatamente sobre isto a nossa mensagem, Guiados pelo Espírito Santo de Deus.

 

Somos meros instrumentos

A primeira posição que queremos firmar é que nem sempre são tranqüilos os caminhos dirigidos pelo Espírito. Você não se encontrará vivendo sempre como aquele que nada na paz, sossegado, em harmonia com todos e com tudo. Pelo contrário: nós observamos, e com toda a certeza, que a direção do Espírito conduz aquele que tem mais condição de produzir para o Reino de Deus. Muitas pessoas, eu acredito, que ainda não tiveram experiência de andar pelos caminhos traçados pelo Espírito Santo, trabalham muito e colhem pouco. O amado leitor tem consciência desse fato? Porque nós queremos fazer as coisas de acordo com a nossa força, a nossa capacidade, os nossos conhecimentos, a nossa intelectualidade, nós queremos fazer a obra de Deus baseados justamente naquilo que temos e somos. Quando, na realidade, sabemos que somos meros instrumentos que o Espírito Santo usa para fazer a sua obra na face da terra. Nesse sentido somos apenas instrumentos. Vamos considerar um exemplo muito simples, ao alcance da compreensão de qualquer escolar do primeiro grau. O compasso. Você sabe que o compasso consegue realizar círculos perfeitos. Mas para produzí-los, é preciso que alguém o tome nas mãos e execute o movimento. O compasso sozinho nem fica em pé; mas supondo que tivesse algum tipo de consciência, talvez imaginasse poder dispensar o desenhista e fazer ele mesmo o círculo. Somos mais ou menos como o compasso, um mero instrumento nas mãos poderosas do grande Desenhista do Universo.

 

O que acontece quando permitimos que Ele escolha

Vamos então analisar a Bíblia Sagrada. Eu quero que você acompanhe aqui comigo, no capítulo dezesseis, do Evangelho que escreveu São João, e vamos observar com toda a certeza como é que o Espírito Santo procede na nossa vida. Nós encontramos em primeiro lugar o Espírito Santo procurando as pessoas justamente para fazer a Sua vontade. É Ele quem escolhe, quem dirige, é o Espírito Santo que conhece as pessoas. Quando chegamos ali na igreja, quando vimos aquele grupo de homens e mulheres orando e buscando a presença do Senhor, foi dito naquele momento, separai-me agora a Saulo e a Barnabé, para a obra a que os tenho chamado. Isso está no Livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo treze, versículo dois, onde você pode perfeitamente descobrir como é que o Espírito Santo dirige até mesmo na escolha das pessoas que são candidatas à pregação do Evangelho. Abra a sua Bíblia conosco, neste momento, aqui, neste trecho de Atos, e você pode observar, como diz a Bíblia Sagrada, que estavam reunidas ali muitas pessoas ilustres, pessoas importantes, pessoas que tinham capacidade e conhecimento, e estavam na realidade buscando a Deus. Eles queriam uma direção de Deus para que a obra do Senhor fosse realizada. E foi no meio daquele grupo de pessoas ilustres e importantes, doutores, mestres na Escritura, que estavam ali na cidade de Antioquia, que o Espírito Santo Se manifestou e disse: “separai-Me a Saulo e a Barnabé para a obra que os tenho escolhido, para a qual os tenho chamado”. Nesse momento, quando observamos que o Espírito Santo disse separai-me a Saulo e a Barnabé, no meio de tanta gente capaz, tanta gente importante naquela comunidade, tanta gente culta, em que todos eram candidatos em potencial, cada um estava ali realmente pronto para sair para a obra que Deus chamasse ou separasse, foi justamente nesse ponto que o Espírito Santo disse: separai-me agora a Saulo e a Barnabé para a obra a que os tenho chamado. Assim verificamos que o Espírito Santo conhece as pessoas. E uma das coisas que eu acho mais impressionantes nesta reunião, foi justamente quando o Espírito Santo foi convidado a selecionar as pessoas.

 

O melhor para a Obra!

E quem foi que a igreja colocou em objeto de oração? Doutores, professores, mestres, pessoas realmente capacitadas, pessoas ilustres que estavam reunidas ali na igreja de Antioquia. Como está registrado no capítulo treze de Atos: Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Menaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me agora a Barnabé e a Saulo, para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram. Vocês notaram que tipos, que classe, que categoria? É uma coisa totalmente diferente daquilo que estamos vendo hoje em nossos dias. Mandar para a obra missionária tem sido um recurso de que muitas igrejas lançam mão para se verem livres de pessoas que só causam problemas na comunidade dos crentes. Alguém que está levantando algum tipo de polêmica, ou opondo dificuldade ao trabalho. E em alguns lugares, para se desfazerem de uma tal pessoa, dizem: “Vamos mandar esse elemento para o campo missionário!” Será que esse irmão “complicado” tem preparo? Será que tem estudo, tem experiência? Você mandar uma pessoa, um neófito, inexperiente, para um campo missionário, isto eu considero autêntico crime; porque você tirar uma pessoa do aconchego da sua família, do meio da sociedade, da sua cultura, para mandar para um país totalmente estranho –– olhe, é preciso você ter muita consciência para fazer uma coisa dessa, sobretudo se o propósito é remover do caminho um simples estorvo!

 

Mostra a Bíblia que os líderes de Antioquia colocaram na presença de Deus o que tinham de melhor. Eles puseram como objeto de oração, naquele momento, as pessoas mais importantes que estavam na igreja. E além de haverem colocado essas pessoas na presença de Deus, eles também, naquele exato momento, oraram e ficaram na dependência do Espírito Santo. E foi Ele Quem se pronunciou, dizendo: “separai-Me a Saulo e a Barnabé para a obra a que Eu os tenho chamado”. Este o caminho, irmão, este o processo. Se nós queremos que a obra de Deus seja feita, que o campo missionário seja uma bênção para o mundo e para as pessoas, a Bíblia Sagrada é um verdadeiro e autêntico manual que nos mostra como proceder, como fazer. Por que muitas pessoas têm voltado frustradas do campo missionário, hein? Por que? Será que elas foram realmente chamadas por Deus? Separadas por Deus? Ou foi apenas aquele momento de emoção que lhe bateu no coração? E elas resolveram “eu quero ir para o campo missionário!”

 

Um testemunho pessoal

Lembro-me que, em mil novecentos e setenta e quatro, quando era novo convertido, eu estava em Manaus, no Amazonas, na Assembléia de Deus. E ali chegou naqueles dias um missionário da Índia. Quando aquele homem começou a descrever a Índia, a mostrar a pobreza, a miséria, a necessidade, a idolatria que campeava naquele país, e descreveu como aquelas pessoas morriam e eram jogadas na rua como lixo –– assim como o carro de lixo passa em nossas ruas hoje, aqui no Brasil, juntando os “sanitos” cheios de lixo, lá eles passam juntando os cadáveres na rua, porque a pobreza é tão grande que não há nem com que enterrar os seus defuntos. Aquele homem pintou um quadro tão tremendo que aquilo foi mexendo com o meu emocional. Daqui há pouco eu estava de joelhos, e comecei a caminhar de joelhos em direção ao púlpito, porque para mim aquilo era chamada missionária, era aquilo que eu teria de fazer, eu tinha de me desprender de tudo e de todos e partir para o campo missionário. Meus irmãos, eu fui à frente. Eu estava com um terno branco; aquele terno ficou todo sujo de lágrimas. Ajoelhado no chão, sujou tudo. Quando foi no dia seguinte, que aquela emoção passou, eu fiquei pensando: “Mas será que eu devo ir para a Índia, mesmo? Será que eu devo ir para o campo missionário?” Naquele momento que comecei a cair na realidade, eu percebi que havia sido simplesmente sacudido nas minhas emoções. Eu fora exatamente movido no meu emocional naquela hora, o que me fez sair, arrastando-me, e ir à frente. Depois de passado aquele clima, aquela hora, eu não tinha nada de chamada missionária. E também não era plano de Deus que eu fosse para o campo missionário. Porque se eu houvesse ido para o campo missionário, a obra que faço hoje, aqui no Brasil, não estaria sendo feita. Porque Deus tinha outro propósito comigo que não era o de me levar para um campo missionário estrangeiro. É possível que eu fosse bem sucedido no outro lugar, mas Deus tinha um plano comigo aqui no Brasil. E o que estou fazendo até hoje é dentro deste plano a que Deus me chamou, me vocacionou, para fazer a Sua obra.

 

Então observamos pessoas que estão sendo sacudidas pela sua vida emocional e não por ter uma chamada verdadeira da parte de Deus. Pessoas, que nem preparo e experiência têm, estão partindo, vão e voltam, e estão frustradas; e depois ficam relegadas aí a um segundo plano –– é preciso entender isso. Não se deixe mover pelas emoções. Agora, se você realmente tem uma chamada de Deus, e esta chamada é inconfundível, vá em frente, porque Deus sabe quem Ele chama, e quem Ele quer no Seu campo missionário. Bom, mas a partir do momento em que você se encontra agora, não apenas na obra missionária, mas no campo pastoral, ministerial, e que você está servindo a Deus, preste você atenção.

 

Acompanhando Paulo e Silas

Inicialmente houve a separação, pelo Espírito Santo, para uma obra; se você foi separado pelo Espírito Santo para uma obra específica, então com toda a certeza este mesmo Espírito tem condições e capacidade de conduzi-lo para onde Ele quer, para onde Ele deseja. A obra é Dele. Se você é guiado pelo Espírito Santo, Deus vai orientar a sua vida. Ele vai mostrar o caminho que você deve seguir. Se você está na sintonia do Espírito Santo, se você está nessa comunhão gostosa com Ele, Ele passa a ser o chefe, o líder da sua equipe. Ele sabe a direção a ser tomada. Observe aqui no capítulo dezesseis do Livro de Atos –– eu quero que você abra a sua Bíblia, Atos dos Apóstolos, capítulo dezesseis, versículo seis, e veja o que diz aqui a Bíblia Sagrada neste momento para nós: E percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia –– observe aqui, irmão leitor, impedidos pelo Espírito Santo de pregar na Ásia. Quem foi que impediu? Satanás? Não, o Espírito Santo. Quando não é para ir em certa direção, o Espírito Santo também impede. Ele sabe dizer para você não, porque Ele quer conduzi-lo por outro caminho, outro lado, para o qual você foi preparado, você foi talhado. É bonito ir por aquela região, não é? Como diz aqui, a tal região frígio-gálata. Paulo queria ir, desejava ir para aquela área, era um campo fértil; mas o Espírito Santo dizia para ele: “Agora não é isso, meu filho, não é esta a direção em que você deve ir.” Então você deve observar que o Espírito Santo tem liberdade e autonomia em nossa vida. Na hora de dizer para você “não”, Ele pode dizer; e na hora de dizer “sim”, Ele também pode dizer, perfeitamente, que sim. Nesta ocasião Paulo queria ir para a Ásia. Mas o Espírito Santo não lhe permitiu.

 

Impedindo

E diz ainda o versículo sete: Defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lhe permitiu. Mais uma vez o Espírito Santo não permitiu. É Ele Quem guia os nossos passos, quando nós Lhe damos a liberdade para fazer assim. Ele está na frente, Ele vai abrindo caminho, Ele vai abrindo as oportunidades, Ele vai fechando os lugares que não são para ir, e mostrando uma nova direção para você caminhar e prosperar, naturalmente. E quando chegamos no versículo oito, olhe o que diz aqui: E tentando contornar Mísia, desceram a Trôade. Aí está, o Espírito Santo não impediu agora. Porque justamente eles estavam dentro do roteiro traçado pelo Espírito Santo de Deus, eles estavam indo justamente na direção em que o Espírito Santo os estava conduzindo.

 

Impelindo

E aqui lá vão eles, guiados pelo Espírito Santo. Quem chamou? O Espírito Santo. Quem está dirigindo a caravana? O Espírito Santo. Vejamos agora, nos versículos nove e dez, o que diz a Palavra de Deus: À noite sobreveio a Paulo uma visão, na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos. Assim que teve a visão, imediatamente procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o Evangelho. Ah!, que coisa preciosa, não é? Que coisa notável! O mais precioso ocorre quando o homem se deixa guiar pelo Espírito Santo, quando o Espírito de Deus tem a primazia na nossa vida. Irmãos, como falamos aqui a princípio, nem sempre as coisas saem bem, de acordo com o que nós queremos. Porque sempre olhamos para o nosso bem-estar, queremos e visamos sempre a nossa felicidade, visamos sempre o nosso lucro. Quando alguém é chamado para uma nova igreja, para um campo missionário, uma das primeiras coisas que as pessoas perguntam hoje em dia é: “Quanto é que eu vou ganhar? Lá existe uma casa pastoral boa para mim? A igreja tem carro, que eu possa me locomover?” Enchemo-nos de mordomia, não estamos dispostos a ser guiados pelo Espírito Santo; estamos, sim, sendo guiados pelas vantagens que nos oferece o campo. É preciso realmente termos um cuidado muito grande com isso. Porque o Espírito Santo está neste mundo, foi enviado por Jesus Cristo para nos guiar em toda a verdade [ [1] ]; Ele é o líder na nossa caravana, Ele é o chefe da nossa expedição, é Ele que vai na frente; e o Espírito Santo não está preocupado com mordomia, com bem-estar, absolutamente não; Ele está preocupado em que o Evangelho chegue ao coração dos pecadores e dos perdidos. Como nós observamos, no versículo nove: À noite sobreveio a Paulo uma visão na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa a Macedônia, e ajuda-nos. Assim que teve a visão, imediatamente procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o Evangelho. Aqui está o Espírito Santo guiando, dirigindo; e o papel do homem, qual é? O de obedecer e seguir o seu mandado. De seguir a sua determinação. Eu não estou aqui para ser dirigido pela minha vida, pelos padrões de bem-estar para a minha própria família, porque eu sei que, se eu buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, Deus vai cuidar do restante! É magnífico ser guiado pelo Espírito Santo!

 

Aceitando a direção

E nós encontramos aqui os versículos onze a quinze –– vamos meditando em Atos dezesseis, e eis o que diz a Palavra de Deus: Tendo pois, navegado de Trôade, seguimos em direitura a Samotrácia, no dia seguinte a Neápolis, e dali a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. Nesta cidade permanecemos alguns dias. Quando foi sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido. Certa mulher chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia. Depois de ser batizada, ela e toda a sua casa, nos rogou dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso. Você verificou aqui o detalhe? Cada cidade por onde paulo estava caminhando, obedecia ao roteiro, olhe bem: “tendo pois navegado de Trôade, seguimos em direção a Samotrácia; no dia seguinte a Neápolis, dali para Filipos, da Macedônia, primeiro distrito, e fomos até parar na casa de Lídia, onde ela abriu o coração e ali começou um ponto de pregação, justamente naquela região da Macedônia”. Que itinerário lindo, não é? Aqui você não vê mais o Espírito Santo dizendo: “Não faça isso, não entre na casa desse, não vá para aquela cidade”, não, porque eles agora estavam dentro do roteiro estabelecido pelo Espírito Santo de Deus. E por onde eles passavam as pessoas se convertiam e pontos de pregação e igrejas iam nascendo. Quando as ações são feitas na direção do Espírito Santo, irmãos, as coisas naturalmente acontecem, e o que Paulo justamente queria mais do que nunca em sua vida era ser guiado, orientado pelo Espírito Santo. Esta é uma preocupação que todos nós devemos ter, sermos dirigidos pelo Espírito Santo.

 

O Pastor Wilson Guimarães costuma declarar que nem sempre o caminho apontado pelo Espírito é o mais tranqüilo. Mas com certeza é o mais frutífero. Talvez seja esta a razão por que muitos ministérios não alcançam tantos frutos. É porque nem sempre nos deixamos guiar pelo Espírito Santo. E queremos fazer as coisas de acordo com a nossa vontade, com a nossa força. Uma das coisas que constatamos quando somos dirigidos pelo Espírito Santo, e Lhe concedemos liberdade para operar na nossa vida, é que as coisas acontecem de uma maneira toda especial.

 

Segundo testemunho pessoal

Recordo-me que alguns anos atrás passei por uns momentos difíceis aqui em Campinas. E orei ao Senhor naqueles dias, pedindo-Lhe um salário maior, e um espaço maior para morar. Família grande, morando num espaço pequeno, era um problema muito sério. E eu estava em Brasília, pregando na catedral das Assembléias de Deus, na capital federal, quando recebi um telefonema da cidade de Sobradinho para ir almoçar com o pastor dali, naquela cidade. Eu fui. Quando cheguei e entrei na casa pastoral, que coisa linda! Estávamos na mesa de almoço, saboreando aquela refeição especial quando, no meio do almoço, o pastor disse: “Jorge, eu convidei você aqui não foi simplesmente para almoçar. Eu quero dizer-lhe que estive no médico e ele descobriu que já perdi cinqüenta por cento da minha audição; e que se eu continuar onde estou, vou perder os outros cinqüenta por cento. Portanto, estou procurando um substituto para ficar em meu lugar aqui na igreja em Sobradinho”. Naquele momento o coração começou a bater e eu disse: “Ó Senhor, como respondes uma oração tão rápido, não é?” Quando olhei para a garagem da casa pastoral, só ela era maior do que todo o meu apartamento. Nova surpresa ao visitar o templo: era aquela igreja que todo o pastor gostaria de ter. Onze salas de aula, uma infra-estrutura completa, um salão lindo, um edifício realmente magnífico. Essa igreja hoje é pastoreada lá em Sobradinho pelo Pastor Elionai Cabral, que foi justamente a segunda pessoa convidada naquela ocasião. E eu estava no escritório conversando com o pastor, todo alegre, empolgado, pensando que aquilo já era resposta de Deus, quando o pastor disse para mim: “Jorge, você volta para Campinas, conversa com a Raquel, você ora e me dá a resposta até o final deste mês.” Nesse instante eu disse: “Pastor Vauginot, eu vou orar, mas de antemão eu quero dizer para o irmão que eu…” –- quando eu ia abrir a boca para dizer venho, o Espírito Santo disse não; eu simplesmente dobrei a palavra que eu ia dizendo ali. “De antemão eu quero dizer para você que eu… eu vou orar.” Ora, você acha que eu vou ser desobediente à voz do Espírito Santo? Se era o Espírito Santo que conduzia e que conduz a minha vida até o dia de hoje! Às vezes eu fico pensando o que teria sido de mim se eu tivesse atendido àquele apelo –– talvez estivesse hoje com uma grande igreja e, quem sabe, ninguém conhece o futuro, mas uma coisa eu tenho certeza, é que o Instituto Bíblico de Campinas não teria preparado tantos obreiros como tem preparado até hoje. É possível que o IBICAMP, o Instituto Bíblico de que sou o presidente aqui em Campinas, sequer existisse, porque o destino do meu ministério estaria sendo mudado em outra direção. Era uma coisa nobre? Era, sim! Dirigir uma igreja faz parte do plano de Deus, mas não era ali que Deus me queria. Ele me queria aqui na cidade de Campinas, no ibicamp, lecionando a Bíblia Sagrada, e levando avante esta obra que Deus tem colocado em nossas mãos. É isto que o Senhor quer de você: que você se deixe dirigir pelo Espírito Santo e não pelas vantagens que o ministério oferece. Pouco tempo depois Deus me abençoou financeiramente, me abençoou no local onde eu moro –– estou no mesmo lugar, mas Deus fez dobrar o local onde eu estou vivendo hoje. Então Deus é fiel, ele conhece também o desejo do nosso coração. E nós vamos aprendendo como é que ele age.

 

Ser dirigido pelo Espírito não é estar livre de aflição

Mas prossigamos ainda no capítulo dezesseis do Livro de Atos, e vamos ler os versículos dezesseis a dezoito, que dizem o seguinte ao nosso coração, neste momento: Aconteceu que indo nós para o lugar de oração nos saiu ao encontro uma jovem possessa de um espírito adivinhador, a qual, adivinhando, dava grandes lucros aos seus senhores. Seguindo a Paulo e a nós, clamava dizendo, estes homens são servos do Deus Altíssimo, e vos anunciam o caminho da salvação. Isto se repetia por muitos dias. Então Paulo, já indignado, voltando-se, disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo eu te mando: Retira-te dela, e ele na mesma hora saiu. Deus confirma a Sua chamada ministerial através do poder do Espírito Santo na vida daqueles que por Ele são guiados. Aqui a autoridade divina veio sobre o Apóstolo São Paulo porque o homem estava dentro da vontade de Deus. Quantas pessoas não são envergonhadas, pensando que podem fazer as coisas de acordo com o seu poder e a sua capacidade, quando o Espírito Santo de Deus é Quem está pronto justamente para fazer a obra através de nós –- somos apenas um canal. Mas quando você é dirigido pelo Espírito Santo, as coisas acontecem de uma maneira toda especial.

 

Mas nós observamos ainda que nem tudo são rosas na vida ministerial, como eu falei. Existem provações, existem dificuldades, há os dilemas, que muitas vezes fazem você pensar: “Será que eu estou no caminho certo, ou não? Será que eu estou no roteiro que foi estabelecido pelo Espírito Santo, ou não?” Porque há pessoas assim, que pensam que a obra só é de Deus quando tudo dá certo, quando tudo está bem. Quando tudo está tranqüilo, quando tudo é lucro; porém, quando as coisas não funcionam conforme o esperado, há pessoas que dizem assim: “Ah!, isto aqui, foi o diabo que me atrapalhou o caminho”. Muitos acham que a obra de Deus é sucesso o tempo todo, mas eu quero dizer-lhe que os homens que são usados por Deus também passam por provações e por dificuldades, em vários quadrantes da sua vida e da sua existência. Observe aqui no versículo dezenove o que aconteceu com Paulo, dentro do itinerário divino, exatamente dentro daquele roteiro estabelecido pelo Espírito Santo: Vendo os seus senhores que se lhes desfizera a esperança do lucro, agarrando em Paulo e Silas, os arrastaram para a praça, à presença das autoridades; e levando-os aos pretores, disseram: Estes homens, sendo judeus, perturbam a nossa cidade, propagando costumes que não podemos receber nem praticar, porque somos romanos. Levantou-se a multidão, unida contra eles, e os pretores, rasgando-lhes as vestes, mandaram açoitá-los com varas. E depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram no cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. Este, recebendo tal ordem, levou-os o para o cárcere interior, e lhes prendeu os pés no tronco.

 

Meu querido irmão, nem sempre a obra de Deus indica bem-estar, sucesso, ser bem recebido, aplaudido, condecorado. Há pessoas que pensam que obra de Deus é somente essas coisas. Quando, na realidade, o homem que está sendo dirigido pelo Espírito Santo está sujeito a dificuldades, porque estamos lutando contra um adversário que de forma nenhuma vai ficar de braços cruzados, vendo você fazer o trabalho, vendo você invadir o território dele, tirar as pessoas que lhe pertencem –– você acha que Satanás vai ficar tranqüilo, ali, observando você realizar o trabalho? Absolutamente, não. Você precisa entender que na caminhada da vida espiritual existem dificuldades que temos de enfrentar, existem muitas coisas pelas quais temos de passar.

 

Uma lição extraordinária

Mas você pode observar ainda, a partir do versículo vinte e quatro, o que diz a Bíblia: Este, recebendo tal ordem, levou-os para o cárcere interior, e lhes prendeu os pés no tronco. Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam. De repente sobreveio tamanho terremoto que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas e soltaram-se as cadeias de todos. Você verifica que o crente não está isento de dificuldades na caminhada espiritual, mas também sempre o acompanha a presença milagrosa do Espírito Santo, que está ali para romper as cadeias, para abrir as prisões, para pôr em liberdade aqueles que estão aprisionados, para justamente anunciar o Evangelho a quantas pessoas se encontravam dentro daquela prisão e que precisavam ouvir as boas novas da salvação. Quantos não estavam ali dentro daquela prisão? Você pode imaginar o que é o elemento numa cadeia, privado da sua vida social e familiar, num sofrimento contínuo, de lamentações, de tortura, de problemas, vivendo na escuridão terrível de um cárcere? Você pode imaginar como a tortura de um homem aumenta quando ele começa a lamentar a própria sorte, a lamentar a sua situação? E Paulo e Silas chegam ali presos, pior do que os que lá estavam, com as costas descendo sangue, pés e mãos no tronco… Aqueles homens deviam estar praguejando, mas em lugar de qualquer revolta, estavam era glorificando a Deus e exaltando o Seu santo nome. Porque o plano de Deus é isso; e diz a Bíblia que Deus habita no meio dos louvores. Naquele momento eles são colocados em liberdade. Aqueles homens na cadeia viram o poder de Deus. Eles presenciaram coisas milagrosas porque o Espírito Santo estava ali; e ali dentro daquele cárcere em Filipos existia uma família importantíssima, qual era? A família do carcereiro. O versículo vinte e sete diz o seguinte: O carcereiro despertou do sono, e vendo abertas as portas do cárcere, puxando a espada ia suicidar-se, supondo que os presos tivessem fugido. Mas Paulo bradou em alta voz: Não te faças nenhum mal, que todos nós estamos aqui. Então o carcereiro, tendo pedido uma luz, entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas. Depois, trazendo-os para fora, disse-lhes: Senhores, o que devo fazer para que seja salvo? Respondeu Paulo: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa! Este é o roteiro traçado pelo Espírito Santo. Ele tinha vidas importantes dentro da prisão, tinha aquela família do carcereiro, o que requeria que Paulo passasse por aquela situação, para que aqueles homens fossem salvos. Isto é o poder de Deus, irmãos, isto é a ação de Deus. Isto é a ação divina na vida de um homem que é guiado pelo Espírito Santo. Nem sempre surge na sua caminhada o mar de rosas! Mas as próprias tribulações produzem, realmente, uma glória incrível.

Conclusão

Eu quero concluir estas linhas lembrando as palavras do Pastor Wilson Guimarães, que diz o seguinte: “Se desejamos ganhar almas para o Reino de Deus, e sentirmo-nos realizados como evangelistas, basta apenas estar na direção do Espírito Santo.” É esta a direção, meu querido irmão, meu prezado obreiro, ministro do Evangelho! O que nós precisamos é a direção dada pelo Espírito Santo. Não é pela nossa satisfação pessoal, não é pela nossa vontade, mas pela direção do Espírito Santo de Deus. Que Deus abençoe a sua vida e que você tenha um ministério altamente bem sucedido, guiado pelo Espírito de Deus, que quer que você seja um sucesso e que você seja uma bênção neste mundo, para a glória do nome do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Amém.

[ [1] ] João 16:13.