Hermenêutica Bíblica é considerada, por muitos, como a espinha dorsal da Teologia Sistemática; isso porque é a partir da interpretação que as doutrinas são construídas. Para que seja saudável, a Hermenêutica precisa considerar o contexto histórico e cultural, além do contexto religioso, ambiente do autor bíblico e suas principais ameaças e preocupações.
Seu significado técnico muitas vezes se define como a ciência de interpretar, por ter normas ou regras, e arte, porque a comunicação é flexível. A interpretação de todo o texto bíblico depende totalmente de como se define a posição do intérprete, diante do que ele crê sobre a Bíblia.
A Bíblia, sua própria intérprete. O que significa dizer que a Bíblia é sua própria intérprete? Isso quer dizer que as Escrituras são explicadas pelas Escrituras. Este princípio não pode ser ignorado, caso contrário, corre-se o risco de adicionar às Escrituras conceitos que são estranhos ao escritor bíblico.
Um texto só pode ser interpretado à luz de seu contexto, caso contrário, coloca-se no texto um sentido que lhe é indevido. Se, por uma parte, com o extrair versículos e citar frases soltas em apoio a ideias preconcebidas, é possível construir doutrinas chamadas “bíblicas”, que não são ensinos das Escrituras, mas antes “doutrinas de demônios”, por outra parte, explicando a Escritura pela Escritura, usando a Bíblia como intérprete de si mesma, não só se adquire o verdadeiro sentido das palavras e textos determinados, mas também a certeza de todas as doutrinas cristãs quanto à fé e à moral.
(Trecho extraído do livro Hermenêutica Bíblica – IBICAMP)