A História da Igreja, que compreende estes mais de dois mil anos, após o advento de Cristo na Terra, deve nos servir de exemplo e ensino de como fazer e de como não fazer. Assim, podemos dizer que as bênçãos de Deus, ou Seus juízos sobre uma determinada instituição servem-nos de alerta e de referência.
Apesar de inaugurada em Atos 2, a Igreja não tem seu projeto inicial ali, nem tampouco no momento em que o Senhor faz pela primeira vez menção a ela a Seus discípulos. (Mt 16.18). A Igreja é um eterno propósito de Deus. (Ef 3.10,11). Todos os fatos que aconteceram antes do nascimento do Senhor Jesus não foram mera casualidade, mas, sim, Deus trabalhando para que Seu plano para com a Igreja fosse bem-sucedido.
Para que o Evangelho se propagasse da melhor forma possível, Ele usou alguns povos, dentre eles os judeus, que deram sua contribuição criando o ambiente religioso ideal, usado pelo Cristianismo como patamar para alçar seu voo e ganhar o mundo então conhecido. A Igreja primitiva sofrera muitos ataques internos, as heresias, que ofereciam muito mais perigo que os externos, pois era algo disseminado por cristãos – pessoas que estavam no seio da Igreja! Como Paulo diz, as heresias trazem confusões, inquietações e perturbações. (Gl 1.7).
Quando os problemas doutrinários surgiam entre os bispos, estes eram reunidos para expor suas doutrinas até que um convencesse o outro ou o sínodo ali reunido. Houve sete concílios conhecidos como gerais, porque, após o oitavo século, a divisão entre o Oriente e o Ocidente se agravou tanto que não foi mais possível a realização de concílios que reunissem a grande maioria da Igreja cristã.
A vida religiosa nos dias anteriores ao advento da Reforma Protestante era caótica: os clérigos eram imorais, a organização da Igreja era ineficiente, a liderança era incapaz e havia uma ênfase exagerada nos aspectos externos da religião. A Reforma Protestante era vista como uma rebelião contra a ordem constituída, que era a Igreja Católica Romana. Quem discordasse de suas doutrinas era torturado e condenado à fogueira da Inquisição, pois era tido como rebelde, que, além de opor-se à autoridade espiritual, contrariava a ordem constituída. O movimento de Reforma da Igreja não é algo que deva ficar somente no passado.
Ele deve continuar, pois nossas instituições estão continuamente a perder o enfoque cristocêntrico. O que se reforma são as instituições e não a “noiva do Cordeiro”, a Igreja espiritual, que é perfeita e imaculada, e que não precisa de reforma.
(Trecho extraído do livro História da Igreja – IBICAMP)